sábado, 30 de agosto de 2014

Change My Mind - Cap 39 - Roleta Russa...


Roleta Russa - Duelo ou jogo suicida em que um indivíduo, depois de meter uma única bala num revólver, faz girar o tambor e puxa o gatilho com a arma virada para si próprio...

~~ NARRADOR ON ~~


Mais um relampeio soou lá fora. A claridade reluziu nas altas paredes e estantes de livros, junto com um barulho ensurdecedor. Seunome se contorceu na cadeira e olhou para sua redação em branco. Já deveria ser umas 16:00hs, e desde que saiu do refeitório, estava ali, tentando formular alguma coisa sobre o fim da URSS. 

Sua cabeça voltava na lembrança da única vez que viu Zayn naquele dia. Era de amanha, na hora do café. Como era sábado, a escola ficava praticamente vazia. Ele estava sozinho, andando de moletom. Estava tão simples mas tão bonito. Ela nem sabia se ele tinha a visto.

Revirou mais alguns livros de história para tentar terminar sua redação. Sua mente estava atordoada com todas essas informações que estavam a rondando. Preocupações. Mentiras. Amor. Ódio. 

A chuva não parava de cair lá fora, não poupando os relâmpagos assustadores.
  • Quer alguma ajuda? – a voz doce de Emily fez Seunome dar um pequeno pulo. Até agora ela não tinha visto ninguém naquela ala da biblioteca. 
  • Muita – ela sorriu e Emily sentou-se a mesa, bem ao seu lado – Historia não é meu forte. 
  • Bom – Emily disse pegando alguns exemplares que Seunome tinha escolhido como base – Você ficou com o fim da URSS, então é claro que vai ter que falar do socialismo e capitalismo. 
Seunome revirou os olhos e sorriu. 
  • Humm, eu não entendo muito dessa matéria – a menina observou Emily praticamente revirar o livros – Você parece que entende de tudo!
  • Eu tento saber um pouco de cada coisa – ela começou a ler algumas páginas – Mas as vezes isso não é possível. Bom, eu quero fazer alguma coisa de bem importante na minha vida e, para isso, tenho que estudar. 
Seunome balançou a cabeça concordando. Emily era muito esforçada. Ela queria ter uma bela carreira em biologia, e tudo estava a seu favor. 

De repente, enquanto Seunome começava sua introdução, Zayn entrou na biblioteca. Estava vestido com uma calça jeans comum, tênis esportivos e um casaco preto grosso sobre o corpo, resumindo, estava lindo. Ela o observou por um tempo, mas logo virou o rosto. Ele se dirigiu para um dos computadores ao norte e se sentou. 

Ele estava bem ao alcance de seus olhos, um pouco longe, mas mesmo assim ela podia vê-lo. Estava sendo ainda mais difícil fazer o trabalho com ele ali. Ela começou a tamborear os dedos na madeira na mesa, enquanto seus pensamentos voavam até ele. 
  • É difícil fazer dupla com Zayn? – a voz de Emily soou baixa. 
  • Co-como assim? – Seunome levou um pequeno susto. Por que essa pergunta logo agora? 
  • Eu sei lá – a menina deu de ombros – É porque ele parece ser tão sem noção. Você deve fazer tudo sozinha. 
  • Bom... – ela não conseguia responder. 
Conversar com uma amiga sobre Zayn seria normal, mas nesse caso, não era tão normal assim. Ter que esconder tudo que eles passaram, as coisas que viveram e sentiram juntos era difícil demais. Era quase que um afronto ninguém saber disso. 
  • Ele é esforçado – ela cuspiu as palavras, sentindo seu coração pular. 
  • Humm, então ele é melhor que Louis – Emily riu de sua própria piada interna – Mas ele já te falou alguma coisa da vida pessoal dele? Sinceramente, ele parece viver em um próprio mundinho. 
  • Nós não falamos de nada que não seja dos trabalhos – Seunome se encolheu na cadeira, tentando não fitar Emily. 
  • Mas tipo, vocês fazem duplas há meses. Eu e Louis, mesmo que isso pareça ridículo, nos conhecemos um pouco. Acho que vocês também deveriam. Eu não sei, ele parece muito caladão.
Seunome balançou a cabeça concordando. Ela sentiu seu rosto esquentar. Ela não falava de Zayn para ninguém, sempre desconversava quando alguma conversa levava ela ao assunto ''sua dupla de classe''. Ela queria muito dizer para as pessoas o que estava acontecendo... o que aconteceu com eles. Mas e o medo? Ela ainda sentia muito medo.

Enquanto Emily falava sobre sua difícil tarefa de ter Louis como sua dupla integral, os olhos de Seunome se deixaram ir sozinhos para o computador onde Zayn estava. Seu rosto esquentou do mesmo modo como no refeitório.

Era a mesma sena. Tudo parecia igual. Por que essas coisas estão acontecendo logo agora? Era a segunda vez. O destino parecia estar sendo ridículo. Perrie estava do mesmo jeito. Com os braços pesados sobre Zayn, quase o matando sufocado.

Seu estomago se revirou. Ela odiava ver aquilo.

Mas que diabos de sentimentos difíceis!

Ela é só uma garota nojenta. Ele te ama. Pare com essa tremedeira idiota! – o sub consciente da menina à alertava.

Ela tentou desviar os olhos, mas era impossível. Só de ver alguém perto dele seus sentidos mudavam completamente. Isso era ciumes? An! Era amor.

Contorceu-se novamente na cadeira, as mãos suando em contado com o lápis. Para ela era tão ridículo sentir esse tipo de coisa. Era estranho. Sempre detestou esse tipo de garota que sofre por amor, mas agora, quem esta sofrendo? Isso chega a ser ridículo porque não esta acontecendo nada.

Era só uma garota detestável que estava ao lado dele. Nada mais poderia acontecer. Ou poderia? Mas porque esse sentimento estranho estava a rondando logo agora? Seria um pressagio?

Era tão ruim ver ele assim, com outra pessoa. Os olhos dela voltaram para a sena, mas agora, Perrie dava risinhos e tinha as mãos na cintura. Ela deu uma ultima jogada no cabelo e saiu confiante da biblioteca. Zayn parecia o mesmo, voltou a mexer tranquilamente no computador que ocupava.
  • Hum, eu acho que para a introdução esta ótimo – Seunome fechou o caderno. – Já podemos ir. 
  • Bom, eu vou ficar aqui – Emily mordeu o lábio – Me interessei pelo livro. 
  • Tudo bem – Sunome recolheu seus últimos pertences da mesa – Boa leitura. 
Emily sorriu e voltou a devorar o livro. Enquanto Seunome caminhava pelo salão da sessão onde estava, não tirou os olhos de Zayn. Entregou os livros para a bibliotecária e segui para fora da biblioteca.

Enquanto seguia pelos corredores, seus pensamentos voaram a sena que ela viu. Só de ver Perrie ao lado de Zayn ela já se sentia mal. Por que esse sentimento ruim voltou logo agora?

£££

Já era noite e a chuva continuava. O vento chicoteava nas árvores, fazendo um barulho não muito agradável. Seunome não conseguia dormir, contorcendo-se de minuto em minuto. Algo estava fora do lugar, ou iria ficar fora do lugar.

Então, depois de um tempo, entrou em um sono profundo, lá pelas tantas da madrugada. Entrou em um sonho, frio e úmido. Era frio e incerto. Varias luzes cintilavam, o que a deixava mais tonta. Mas ai ela viu uma sombra correr no meio das luzes, alguma coisa muito ruim. Ela podia sentir.

Mas de repente acordou.

Ela acordou mal, sentindo seus olhos pesarem. Alguma coisa iria acontecer. Podia sentir.

Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor.
- Shakespeare

£££


Ninguém ousou pisar lá fora naquela manha.

Chovia muito, assim como foi na madrugada. Seunome desceu para o café da manha naquele domingo sem a animação que todos estavam. Seira a festa de Calie, uma garota do segundo ano. Não seria uma festa como as de antes, mas mesmo assim os preparativos estavam a todo vapor.

A festa aconteceria em uma desses espaços alugados para grandes eventos. Com certeza uma banda ou um Dj seriam contratados. Isso era tipico dos riquinhos que gostam de se exibir. 

Como sempre, nos finas de semana o internato ficava mais vazio, ninguém era obrigado a nada. Seunome se sentou a uma das mesas redondas com uma tigela de cereais que estavam intocados. Seus pensamentos estavam voando, indo em direção a sentimentos ruins. 

Ela estava com saudades dele. Foi um sábado inteiro sem vê-lo, sem toca-lo. Já estava com esse sentimento ruim, e ainda mais sem ele. Estava escutando a conversa de Julia e Harry, os únicos que desceram com ela até o refeitório. Mesmo não falando com Harry, Julia era sua amiga. 

A conversa rondava sobre à festa, oque fez Seunome se revirar na cadeira. Enquanto ela se martirizava por estar pensando nessa maldita festa, ele entrou no refeitório. 


Como sempre, lindo. Ela sentia saudade só de olhar para ele. Estava sozinho, entrou e sentou. Havia um tempo que eles não se encontravam. Seu peito se encheu, ele estava ali, perto dela. Teria que vê-lo. 
  • Estou satisfeita – Seunome retirou sua tigela na mesa e se levantou – Bom papo para vocês.
Ela sorriu para Julia e jogou um riso falso para Harry. Caminhou até as prateleiras e deixou sua tigela por lá.

Virou-se imediatamente dando de cara com a mesa de Malik. Ele levantou os olhos e ficou fitando-a por um tempo. Seunome queria articular com ele, fazer algum tipo de sinal, mas ali tinha pessoas. Ela estava desesperada. Então seguiu para o Jardim, mesmo que ele não entendesse oque ela queria, só de estar no Jardim de Inverno estava bom. 

Andou pelos corredores rápido demais para qualquer outro. Não havia quase ninguém, todos deveriam estar em suas casas. No final de semana a maioria das pessoas voltava para casa, oque no caso de Seunome não era possível.

Logo seus pés tocaram o chão de pedrinhas do Jardim de Inverno. Foi até o centro, onde tinha a vista das fileiras de plantas perfeitas. Olhou para cima e viu os vidros embaçados. A água da chuva batia e escorria pelos vidros, como uma cachoeira.

De repente, se arrepiou.

Ele estava ali, perto demais. Era tão bom te-lo perto.
  • Você não parece bem – sua voz era baixa, quase sussurrando. Zayn tinha parado bem ao seu lado, com os lábios encostados na pele de seu pescoço – Aconteceu alguma coisa? 
Antes que ela pudesse pensar, antes dele poder pensar, Seunome passou seus braços em volta do corpo de Zayn. Um abraço forte, para recuperar todo o tempo que ela sentiu sua falta. A cabeça de Seunome perdeu-se em seu peito quente, recuperando tudo. 

Os braços do garoto a prenderam, da mesma forma em que ela o abraçava. 
  • Não é nada – ela disse ainda com seu rosto preso em seu corpo – Só não acabe com isso. 
  • Não vou – Zayn disse com a voz baixa. 
Então, Seunome levantou seu rosto para encara-lo. O rosto lindo, sem nenhuma imperfeição estava ali, muito perto. Era tão irresistível. Tão perfeito. Seus lábios subiram até chegar na altura certa dos dele. Seus olhos brilhavam tanto, eram lindos. Ele era totalmente surreal e, ela gostava disso. Gostava de te-lo em seus braços, isso era bom.

Ela deu impulso com os pés e chegou em sua boca. Os lábios quentes e deliciosos dele estavam em contado com os seus, enquanto seus braços passavam em volta do corpo escultural de Malik. A linguá do menino deslizou entre seus dentes, tornando o beijo ainda mais intenso. 

  • Você pode me dizer oque esta acontecendo? – a voz de Zayn era baixa, enquanto a respiração rápida da garota ainda batia em seu rosto.
  • Nada – ela abriu os olhos e encarou o rosto perfeito a sua frente – Só achei que fiquei tempo demais sem te ver. 
Ele balançou a cabeça concordando por um estante e logo voltou a beija-la do mesmo jeito de antes. 
  • Você esta animado para a festa de hoje à noite? – Seunome perguntou assim que se acomodou em seus braços. Eles tinham sentado em um dos bancos de madeira do Jardim, tendo a visão das carreiras de plantas. 
  • Bom, eu acho que sim. – ele fitou seus olhos – E você? 
  • Também – os olhos de Zayn pareciam ficar mais bonitos a cada segundo – Aquela garota falou mais alguma coisa com você? 
  • Não – ele disse rápido. 
Mentiu. 

Seunome tinha visto os dois juntos na biblioteca. 

Ela engoliu a seco. Por que eles estava fazendo isso? Havia algum motivo? 
  • Humm, que bom – Seunome disse com a voz rala. Ela não iria falar nada do que tinha visto na biblioteca, queria ver até onde isso iria. 
Ela levantou seu tronco, sentando-se no banco. Se endireitou e olhou para Zayn. Ele era terrivelmente lindo, e estava mentindo, oque o tornava um lindo descarado. Mas por quê não aproveitar disso? Pelo menos enquanto pode. 

Inclinou seu corpo para frente, enquanto sentiu os braços dele envolta de sua cintura. Ela segurou seu rosto com as duas mãos, dedilhando seus lábios com o indicador. Céus! Ele era irresistível. Os lábios perfeitos de Zayn atacaram o dela, enquanto a levantava para coloca-la em seu colo. 


Seunome delirou-se com os toques do menino, esquecendo de todas as formas possíveis de onde estavam. Ela arranhou a pele do braço de Zayn quando sentiu os lábios dele em contado com seu pescoço. Despreocupadamente jogou a cabeça para trás enquanto ele continua com os movimentos e mordidas enlouquecedoras.

Ela esqueceu de tudo o que estava acontecendo e só se concentrou em sentir Zayn o mais próximo que podia, alegando a si mesmo que tudo ficaria bem, ou talvez não.

Sua boca desceu para o pescoço dele, sentindo seu cheiro agradável que no momento a causou uma pequena embriaguez. Passou a ponta de seus lábios na pele macia dele, colocando beijos demorados naquela região.

As mãos de Seunome passaram pelos braços de Zayn, até chegarem nos ombros e, então ela desceu, sentindo todo e peitoral esculpido de Zayn. Engoliu em seco algumas vezes, tentando recuperar o ar. Ela estava acariciando cada parte dele, tentando ao máximo guarda-lo em seus toques.

  • Eu te amo – ela sussurrou, sentindo sua voz sair rouca – Não importa oque aconteça. 
Ele tirou uma das mãos de sua cintura de deslizou até seus cabelos, massageando-os calmamente. 
  • Não vai acontecer nada – ele disse, encorajando-a – Eu estou aqui, com você. 
Ela levantou o rosto e viu os olhos seguros e o sorriso encantador de Zayn, dando-a um calor que fazia sua alma se aquecer. 

  • Não fique longe de mim – ela disse, se agarrando no pescoço dele, forçando ainda mais suas pernas que estavam em volta dele. – Não quero que você fique longe. 
  • Eu não vou – ele disse imediatamente – Eu amo você e nunca vou ficar longe. Nunca.
Ela liberou o ar que prendia nos pulmões, deixando assim seus braços se afrouxarem dele. Ele segurou seu rosto e a tomou pelos lábios. 

Era a ultima vez que se encontravam no Jardim de Inverno. 



Seu reflexo no espelho estava a mando ficar no internato. Ele dizia que não valia a pena ir a lugar nenhum nesse domingo horroroso de relâmpagos. O vestido preto de tecido fino caía até os joelhos. O pequeno salto não proporcionava nenhuma alteração em seu tamanho e, o cabelo. O cabelo caia escovado sobre os ombros, bagunçados e sem nenhum outro privilegio de cuidado. Sua estatura em frente o espelho era curvada. 

Ali, parada com o próprio reflexo a observando – o que era reciproco – começou a se julgar.

E, se tivesse feito tudo diferente? Deus, oque sua vida tinha virado?

Sufocada em suas próprias mentiras. Era isso.

As mentiras que ela nunca aprovara estavam a tomando de uma forma incapaz de se calcular os danos. A mentira ronda qualquer um, isto é fato. Mas ela não gostava de ter sua vida derramada nela. Queria se libertar.

O primeiro passo? Contar para alguém.

Ela queria dizer oque estava sentindo e oque estava recebendo, recebendo o amor que sempre quis.

Um pequeno sorriso nasceu de seus lábios, melhorando um pouco o que via no espelho. Ela enfrentaria qualquer um pelo oque sentia. Tudo e todos. Qualquer coisa. Qualquer coisa que para no final dessa trama terminasse nos braços de quem agora ela realmente ama.

Mas eu posso lhe afirmar que os sonhos sitados a cima não se realizarão.

Com um sonho que não iria se realizar, ela saiu de frente do espelho.



O som era forte. A batida poderia ser sentida até dentro do próprio corpo. As luzes piscando diversamente eram incapazes de deixar-te ver alguma coisa. Mas, ela estava feliz. Sentia que as coisas estavam tendo algum sentido, que tudo seria esclarecido. 

Ingenua. 
  • Eu pensei que iria ser uma coisa menor – Izy gritava enquanto adentrava para o centro da festa, de mãos dadas com Liam.
  • Eu também – Seunome gritou de volta, enquanto recuperava-se de ter esbarrado com um garçom. 
Ela estava nervosa, mas feliz. Sentia que alguma coisa de bom estava acontecendo. Os três se dirigiram juntos para longe da pista de dança, onde estavam longe de multidões. Seunome tinha vindo de carona no carro de Liam, já que voltou tarde do Jardim e não havia mais nenhuma vaga para ir com outras pessoas. 


Seunome olhou em volta, observando o lugar escuro, com as luzes neon piscando sem parar.

  • Então, eu acho que vou pegar algum coisa pra beber – ela olhou para o casal junto a sua frente, não queria estragar a noite do deles – Vejo vocês depois. 

Ela saiu disparada para o bar, enquanto as pessoas gritavam e se divertiam a sua frente. Ela espalmou as mãos no balcão do bar, enquanto decidia o que iria pedir. Enquanto o barman fazia seu pedido – não muito ousado – observou a festa. Havia mais pessoas desconhecidas do que conhecidas.

Ela queria acha-lo para poder dizer sua decisão. Eles iriam lutar.

Bebericou sua bebida, ainda parada. Ela estava nervosa, queria que isso passasse e logo a verdade seria revelada, deixando-a mais tranquila. Então decidiu andar pela festa.

Animadamente passou por um grupo de pessoas até chegar na pista de dança. Ela não estava tão interessada em dançar assim, ela só queria acha-lo. As luzes ali eram muito mais fortes e piscavam muito mais. Seunome estava sendo jogada de um lado para o outro, entrando sem querer nos passos de dança. Ela se concentrou em sair da roda, chegando cada vez mais para o lado.

Foi então que sentiu seu toque. 

De repente uma dor boa tomou contra de seu braço. Era boa porque demostrava posse. Era bom porque era ele. 

Ela nem se deu ao trabalho de virar e ter a certeza de quem era, já sabia. Foi sendo tirada do centro da pista de dança, longe de qualquer um que importasse. Ela sentiu as costas na parede de tijolos coloridos. Estava mais escuro, porem o som alto também estava ali. 

Ela viu a sombra dele chegando até ela. Zayn chegou o mais próximo que pode, apertando sua cintura com as mãos, forçando-a ainda mais na parede. Beijou a base de seu pescoço, subindo conforme necessitava de mais da menina. 
  • Za-zayn... – Seunome resmungou, passando um dos braços em volta o pescoço de Zayn, lutando com seus pensamentos se o estimulava ou puxava seu rosto contra seu pescoço – O que há com você?
Ele não parou, enquanto mordia o lóbulo de sua orelha ela se contorceu, quase se derretendo em seus braços. Ele subiu a cabeça e começou a beija-la, sem tempo para recuperar o ar. Sua linguá deslizou tranquilamente sobre a dela, levando a um beijo não muito calmo. Ele mordeu seu lábio inferior, dolorosamente devagar. 

Ela segurou seu rosto com as duas mãos, enquanto ele estabelecia um tempo antes de atacar novamente. 
  • Olha pra mim – ela disse, no pé de sua orelha – Acho que você bebeu demais. Lembra do nosso acordo? Sem se embriagar?
Ele deu de ombros e ameaçou a beja-la novamente, porem Seunome se esquivou. Era quase um afronto a humanidade esquivar-se de um beijo dele. 
  • Eu só queria te ver – ele disse enrolado, com os olhos divertidos – Você não pode ficar lá comigo, então eu tenho que ficar aqui com você, escondido. 
Seunome apertou mais seus braços, forçando-se a entender oque ele dizia. 
  • Sabe por que eu não desisti? Porque eu gosto de você – ele dizia sem nenhum tipo de preocupação e palavras sem nexo. Dizia leve, sem saber as consequência do que estava falando, grassas ao álcool – Eu não aguento mais ficar escondendo, escondendo e escondendo. Isso é muito difícil. Você as vezes as vezes parece que não liga pra mim. 
Seunome juntou as sobrancelhas. 
  • Eu não ligo pra você? – ela ironizou – Ah, pelos céus! Não vou considerar isto. 
  • Eu tô cansado de você com medo de tudo – ele reclamou, com a voz falha e enrolada – Fica comigo... na frente deles. 
Zayn apertou os braços dela, aproximando-se bem devagar. O som alto foi ficando cada vez menor e, de repente, ela estava sentindo os lábios dele. Parecia que o gosto do álcool tinha ficado mais forte, mas mesmo assim ela continuou beijando-o. Talvez essa tenha sido a ultima vez que eles sentiram um ao outro, mas talvez. 

Enquanto as coisas ainda estavam sobre controle, Seunome o empurrou contra seu corpo.
  • Tem muita gente aqui – ela gritou, vendo o rosto dele refletir as luzes que piscavam. 
Zayn sentiu seu corpo ferver. O álcool corria livremente pelas suas veias. 
  • É disso que eu estou falando – ele apertou os braços dela – Você tá fugindo. Eu não estou mais aguentando... você é uma medrosa. 
  • Zayn! – ela gritou, sentindo cada vez mais seus braços serem apertados – Controle-se. Você precisa ver o meu lado. Eu não posso ariscar. 
Ele fez uma careta. Com os olhos divertidos e debochados, continuou gritando contra a musica. 
  • Ariscar – ele repetiu, rindo e mexendo os ombros – Eu estou aqui, tentando fazer você acreditar em mim, que vai dar tudo certo e você com medo de arriscar? Você realmente quer que todos saibam? Aparece que não. Você não faz nada para mudar a nossa situação... eu sou um babaca pra ficar fazendo esse teatrinho. 
  • Teatrinho? 
  • É. Eu sou um idiota pra ficar nesse joguinho com você. 
Seunome sentiu tudo girar. Como ele ousou falar aquilo? Como assim a coisa mais pura que ela fez foi um mero teatrinho? 
  • Quer saber? Dane-se. Faz oque você quiser. Você é um idiota mesmo. 
Seunome lutou para sair daquele canto. Ela andou, sem olhar para trás, nem ao menos esperou se ele iria falar alguma coisa. Sua cabeça doía e tudo que conseguia pensar era em como tudo aquilo foi acontecer. Ela estava tão bem, tudo parecia bem. 
  • Droga! – gritou assim que chegou ao banheiro, vendo seu reflexo no espelho – Sua idiota. 
Jogou água no rosto, tentando se acalmar com aquilo que estava pensando. Por que ela o amava tanto? Só poderia ser um tipo de maldição, daquelas que não há feitiço para quebra-la. 

Duas garotas entraram gritando. Rindo seguiram juntas para uma cabine. Seunome apenas encarava seu reflexo no espelho, tentando decidir o que ela iria fazer agora. 

Ela o amava, certo? Certo. E estava decidida em contar a verdade, lutar pelo amor que sentia por ele, mesmo tendo que passar por cima de todos os conceitos que imaginava que sua mãe tinha. Espalmou a mão no mármore marrom. Se Zayn queria assumi-la e, ela também queria assumir ele, por que não hoje? Por que não agora? 



Decidita e estranhamente feliz – sim, feliz – deixou o banheiro, dando de cara com à festa escura e as luzes piscando como nunca. Não conseguia ver o rosto de ninguém, a escuridão não deixava, então marchou para o lugar onde tinha o deixado. 

Começaria com as desculpas, claro. Mas também queria as dele, medrosa não era um adjetivos de prestigio para garotas. E depois, diria oque queria fazer. Iriam sair daquela festa juntos.

Finalmente.

Mas ele não estava mais lá, foram apenas alguns minutos que ela passou dentro do banheiro e ele já tinha ido.

Mas não desistiu. Andar pelas pessoas não estava sendo fácil, ainda mais quanto boa parte delas não estavam sóbrias. E, Deus, ela estava sorrindo. Estava sorrindo porque agora ela tinha certeza que era ele, era ele quem estava fazendo-a feliz. Era Zayn.

Uma musica com batidas muito mais intensas começou, fazendo as pessoas gritarem. Seunome não ligou, queria acha-lo de qualquer forma. Dirigiu-se ao centro da pista de dança, tentando achar algum vestígio do corpo escultural de Zayn. 


E conseguiu. Sorriu e tentou caminha em sua direção, sem se importa em esbarrar com alguém. Ele estava ali, sua felicidade estava tão próxima. Ela conseguia sentir que agora seria diferente, seria os dois contra qualquer um que tentasse qualquer coisa. Eles estariam juntos. 


Foi por um segundo, um único segundo que tudo isso desmoronou. Seus sonhos caíram como alguém cai de bicicleta. De uma vez, em um único baque. Foi como se cada parte dela morresse por um momento, um único momento. 


Ela ficou parada, apenas sentindo seu rosto esquentar. 


Como assim ele estava beijando outra? Como assim aquilo estava acontecendo? Por que doía tando? 


Seus músculos se contraíram, a fazendo encolher os ombros. Ela estava longe e tinha muita gente em sua frente, era isso. Estava vendo errado. Isso não estava acontecendo. 


Não. Por favor, não. 


Sentiu seu peito doer. Há quanto tempo estava parada olhando?

Foi quando a batida da musica eletrônica ficou lenta, quase que na mesma batida do seu coração paralisado. Foi quando seu rosto desmoronava. Ela só conseguia olhar aquilo.

Algumas pessoas a empurraram. Porque, na realidade, ela parecia um poste no meio de uma autoestrada, dificultando a passagem.

Ela não percebeu quando acabou, mas o viu passando a mão nos cabelos macios que ela tando adorava. Viu ele gritando com à garota. Viu ele estérico. Viu quando ele olhou para ela.

Foi estranho: como se no meio da multidão eles se achassem.

Os olhos dele estavam elevados. 


Os dois ficaram parados. Parados por tempo suficiente para lembrar-se dos tempos anteriores. Recordar das promessas, das caricias, de todo um sentimento que consumia de forma horrorosa o coração de cada um. A imbecilidade que era cometida. Será que isso tudo foi tempo perdido? Ah, Deus! Não poderia ser.


Não foi tempo perdido.


Zayn consegui mover um músculo, passando seu corpo para frente. A única coisa que ele queria era chegar até ela. 


A única coisa que Seunome conseguia de fato lembrar era a sena do cara que ela mais amava beijando outra. Isso era ruim, muito ruim. Ela não percebeu que ele chegou muito próximo. A garota deveria estar em outro lugar, o lugar eu-não-acredito-que-isso-tá-acontecendo. 


  • Seunome, o-olha pra mim – ele pediu, segurando os ombros dela, balançando-os para que pudesse centralizar seu olhar ao dele – Eu não quis aquilo. Acredita em mim por favor. Olhe para mim, você precisa acreditar. 
Seunome olhou para as mãos dele em seu ombro, bem devagar, ainda tentando entender oque ele estava falando. Seus olhos vazios subiram sorrateiramente, olhando os dele. Ela juntou as sobrancelhas e disse obvia:
  • Não encosta em mim. 
  • O que? – a voz dele era desesperada, enquanto voltava a sacudir. 
  • Não quero que você encoste em mim – ela disse com a voz serena, enquanto ele a fitava com os olhos arregalados e a boca entreaberta – Tire suas mãos de mim. 
Ele ficou completamente sem ação, vendo a frieza dela. Ele não tirou os braços de entorno da garota, enquanto ela parecia não expressar nada.

Seunome então levantou os braços, encostando seus dedos de leve na pele de Zayn. A pele macia que ela tanto gostava. Bem devagar, ela se libertou dele. Parecia que a musica, pessoas gritando e todo o som do universo tinham sido calados. A unica coisa que ela ouvia era o som do seu coração doente, implorando para poder sair vivo dali. 

Ela deu dois passos para trás, enquanto era observada por ele. Ela o fitava intensamente. Esbarrou em inúmeras pessoas, mas nada mais importava. Tudo estava arruinado mesmo.

Zayn via ela partindo, não tendo tempo de explicar nada. Seu corpo doía. E doía ainda mais pensar que ela estava pensando que ele não a amava. Ele a amava demais, tanto que chegava ser insuportável.

Seunome foi ficando longe, longe para ele perceber que não conseguiria aguentar. Então ele correu, correu em disparada a ela.

  • Você precisa me escutar – ele gritou, puxando muito forte seu braço. 
Seunome se contorceu nos braços dele, sentindo a dor do seu aperto. 
  • Qual a pate do não-encosta-em-mim você não entendeu? – ela forçou seu braço para se separar.
  • Qual a parte do você-precisa-me-escutar você também não entendeu? – ele disse com os dentes serrados, a arrastando na direção contraria a saída, por onde ela estava seguindo antes. 
Ela estava com ódio. Ódio de si mesma, ódio dele.

Trazendo uma força que ela não tinha – e, que talvez tenha trago do ódio – ela se soltou. Ameaçou um pontapé e levantou um dedo em direção ao rosto dele.
  • Nunca mais encoste em mim – ela gritou, percebendo olhares sobre os dois, mas nada disso tinha mais importância. Sua voz embargada era, por incrível que pareça, a única coisa que Zayn conseguia escutar – Nunca mais. 
Ela disse e correu para a saída. Tinha segurado ao máximo seus sentimentos. 

A rua estava fria, com o vento congelante cortando a pele. Ela abraçou o corpo, forçando seus braços contra o peito. Sentia dor. Sentia o pior de seus medos. 

As lagrimas que tanto segurou foram libertas enquanto vagava pela rua cheia de jovens bêbados. Seu corpo doía. Céus! Ela o amava demais e, a consequência disso era o vazio que agora tomava todas as partes do seu corpo. Por que? - ela gritou, em meio a rua. Bateu os pés no chão, indignada com a própria vida. 

Então, esse era o fim? 

A Roleta Russa que é a vida tinha escolhido mais um tolo para vangloriar-se da dor. Mas, em vez de uma morte rápida, como a de um tiro bem no meio da testa, seria aquele tipo de morte lenta e dolorosa, que tornava a vida insuportável. 


"Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles se forem, você continuara vivendo, mas terá deixado de existir".
- Charles Chaplin

CONTINUA...
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Caps sem revisão, sorry.  


GENTENEY!


Eu sei, me xinguem de todos os xingamentos xingantes, mas gente, me entendam.


Eu necessito passar em uma escola técnica. As provas estão chegando e a coisa tá ficando muito feia pro meu lado. Orem por mim, por favor. Se eu passar em uma escola boa, vou ficar muito feliz e esse sufoco todo vai acabar. 


Eu amo muito vocês e obrigada por tudo. Mesmo. Eu amo todos os comentários, eu leio todos. 


Gente, queria mandar um beijão para:


Mari Patriota que saiu do anonimo (em partes porque, mulher, quero falar com você, não sei nada sobre você) e comentou algumas vezes e cara, você me incentivou pra caralho. 


E para @minhafanfic1D que veio perguntar se estava tudo bem comigo porque eu estava demorando tanto. Você também me incentivou pra caralho. Muito obrigada.


Quem quiser falar comigo, sei lá, qualquer coisa, me add no facebook:


https://www.facebook.com/melyssa.mello.9

E saiam do anonimo, eu quero conhecer muito, mais muito as pessoas que leem, vocês são tudo pra mim. 


Essas coisas que eu coloco no final do caps era pra ser pequena, mas okay. 


Sobre a fanfic:


A primeira temporada esta acabando e ual, que capitulo foi esse? Ficou estranho? Ficou, mas esse é meu jeito doido de escrever. Espero que tenham entendido. 


MUITO OBRIGADA. EU AMO MUITO VOCÊS, PRA CARALHO <3 


To falando palavrões feios hoje, mas to muito feliz. 



@ziampau & @ziamaricas 

5 comentários:

  1. Milena ( @minhafanfic1d)30 de agosto de 2014 às 21:18

    Aaaain, não acredito, mas ta muuuuuito bom , continua e boa sorte nas provas. Beijo

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  2. Aaaaaaaaah que perfeitamente perfeito!! Mulheer, tu é muuuitoo top, sério! Sério mesmo que eu te incentivei?! Poha, to me sentido honrada kkkk enfim, gataa, tu é muito...muito...muitoo fodaa, como você me iludir tão fácil só com algumas palavras, cara, continuaaa rapideenhoo, sei que você tem escola e tal, eu também por isso não fui a primeira a comentar :'( mas assim como eu estamos nos esforçando para ser as TOP's do mundo kkkkkkkkk...vei, tu devia ser escritora, sério, você tem a habilidade de escrever muito surreal, um jeito que faz a pessoa imaginar e querer mais e mais, enfim, da sua fã e leitora super linda e gata até demais (momento "se achante") continuaa suaa liamdaa, por favorzinhoo ❤ (uaal, acho que não foi um simples comentário, foi um mini texto hahaha)

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  3. AI-MEU-SENHOR, queeee fiiiiiiicccccc maravilhosaaa, man, apaixonada por tudo.Boa Sorte nas provas e eu estou torcendo desde já para que passe . Mds mds mdsmds, é simplesmente perfeita

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  4. Aaaaaaah cade o proximooo? Continuaaaaaaa

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