segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Change My Mind - Cap 40 - Definitivo.


~~NARRADOR ON~~

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 


[...] 

A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional... - Carlos Drummond de Andrade. (Adaptado).



Foi uma noite fria. 

Eu agora me pergunto como isso foi acontecer, porque, na realidade, estava tudo bem. Era um amor tão leve, era tão arrepiante. 

Será que podemos falar em traição? Foi uma traição? Não. Por Deus, não foi.

Vamos começar do começo. 

A dor no corpo era a única coisa que ela sentiu quando abriu os olhos naquela manha. E depois, quando se lembrou do que tinha acontecido, à agustia, o ódio, a raiva e o amor a invadiram, sem pena.

Os olhos pesados tentaram se abrir, mas era tão fútil . Era tão ridículo pensar em levantar na cama essa manha. Que sentido à vida tinha?

  •  Acorda sua sumida! – alguém sacudiu seu corpo na cama – Essa coisa de ir embora e não falar com ninguém é realmente questionável. Você não sabe como ficamos preocupadas. 
Seunome levantou o tronco, sustentando o corpo com as mãos. 
  • O-oque? – sua voz saiu rala, enquanto forçava seus olhos para ficarem abertos. 
  • Essa sua mania feia de ficar sumindo – ela reconheceu a voz de Izy, enquanto assistia a garota caminhar pelo quarto – Estou falando isso porque realmente ficamos preocupados. E eu estou incluindo todo mundo, até sua dupla. 
Izy abriu as portas do armário enquanto Seunome se lembrou de quem se tratava de sua dupla. O xingou mentalmente por ainda existir e causar esse tipo de sentimento em sua vida. Agora, ela queria gritar. Isso era estranhamente comovente de sua parte. Izy voltou a falar, enquanto ela sentia seu peito tomar de raiva.
  • Eu não quero chatear você com esses assuntos mas, Zayn pareceu preocupado até demais. E isso me pareceu estranho – ela segurou dois cabides, olhando para as blusas – Não sei oque estava acontecendo pra ele ficar naquele estado. 
Seunome fechou os olhos e afundou novamente no travesseiro. Seus olhos voltaram a sena nojenta de Zayn beijando outra pessoa. Porque aquilo doía tanto? Era tão repugnante pensar que ele foi capaz de fazer isso. As coisas que ele dizia a ela também rondavam sua mente. Será que ele mentia quanto falava que ele a amava? Será que tudo aquilo não foi uma mera mentira? 

Ela abriu os olhos marejados e estava jurando a si mesma que não iria chorar. Até agora ela tinha sido muito forte. Aguentando oque nunca conseguiu aguentar em toda sua vida. Mas a dor era forte demais. Nada agora tinha mais sentido, tudo estava acabado. 
  • Você esta atrasada demais – Izy falou depois de um tempo, puxando Seunome para a realidade – Vai perder o café da manha. – ela baixou o tom de voz, enquanto colocava a bolça sobre os ombros – Tenho que contar uma coisa pra você. 
Ela ouviu o som da porta se fechando. Vagarosamente levantou seu corpo, sentou na cama e observou o quarto vazio. Por que ela tinha que ir a aula? Por que isso tudo estava acontecendo? Deus, que porra de vida era essa? 

Ergueu-se da cama e sentiu o corpo doer. Seus olhos mal ficavam abertos, e aquela sena ainda estava em sua mente. Ela sentia raiva, ódio e amor. Céus, ela amava tanto ele. Ela amava cada parte maravilhosa de Zayn e, isso fazia com que ela se sentisse ainda mais estupida por continuar o amando.

Ergueu o corpo da cama com uma certa dificuldade. Seus pés tocaram o chão gélido e, assim conseguiu chegar até o banheiro. Suas juntas doíam, os membros do corpo e sua cabeça. Ela não se lembrava de ter bebido ou ao menos ter feito alguma coisa para estar assim. Mas, como tudo que envolve Zayn é complicado, ela logo lembrou-se que sua dor era por ele.

Ela pode sentir todos os sentimentos que Zayn poderia causar em alguém. Desde do amor ao ódio. Do êxtase a dor.

Encarou seus olhos vazios cansados no espelho. Sua boca estava entre aberta, o cabelo jogado para um único lado e a pele pálida. Reprimiu os lábios brancos e sem vida, enquanto tentava decidir sobre o que faria agora. Talvez o melhor fosse voltar para a cama, e esperar quaisquer outros males a afetar. Ou, ir para a aula e, consequentemente olhar para Zayn.

Sinceramente, não sabia.

Os olhos começaram a ficar turvos e embaçados, revelando assim um choro que começava. Ela sabia que se continuasse ali, sozinha, iria ser muito pior, relembrando todas as suas dores. Então, relutantemente, decidiu que seria melhor sair dali, o mais rápido possível.

Mau sabia ela que estava indo para o fim.


Assim que saiu do prédio de dormitórios, xingou mentalmente o tempo. Xingou sua vida e todas as belas coisas que via. Para ela, era um afronto o tempo estar assim, tão bonito. Os raios de sol atravessavam o campus, reluzindo todas as plantas e flores nos canteiros.

Era ridículo o tempo estar bonito.

Ela caminhou devagar até o refeitório, onde não havia mais ninguém. Deu meia volta e voltou a vagar pelos corredores perfeitamente iluminados, que causou dor em seus olhos frios e cansados. Enquanto andava, sentia-se cada vez mais fraca para continuar, mas mesmo assim tinha que fazer alguma coisa para esquecer dele. Mesmo que para esquecer-se, tivesse que se lembrar. Ele não parada de segui-la em seus pensamentos.

 Ele, ele e ele. Sempre ele.

Viu duas meninas de sua classe andando juntas, com roupas de ginástica. Aula de educação física. Seria bom para ela decepar sua dor dando boladas em alguém.

£££
  • Para mudar um pouco a modalidade que vocês estão fazendo – a professora de educação física começou a dizer, assim que Seunome entrou na roda, com o capuz de seu casaco de ginastica –, hoje vocês jogaram basquetebol. É simples, eu estarei aqui para auxilia-los. 
Ela olhou o grupo se dispersando, enquanto metia as mãos nos bolsos. Droga, não deveria ter vindo. Ele estava ali, perto demais. Era tão ridículo sentir-se nervosa com a presença dele. Seu peito doeu, começou a arfar. Não iria conseguir ficar perto dele. Não conseguiria olhar seus olhos perfeitos – mesmo que grande parte dela ainda fosse perdida e completamente apaixonada por eles.


Ela puxou o capuz, de modo que escondesse mais seu rosto. Deu as costas para toda aquela gente, enquanto controlava-se para não perder o controle. Ela queria correr, sai dali. Sabia que se continuasse, não aguentaria. Era difícil.

Ainda andando, olhou dos cantos dos olhos as pessoas, tentando encontra-lo para ficar o mais longe possível, mas não encontrou. Talvez ele até tivesse ficado bem, o que era totalmente diferente dela. Foi quando voltou o corpo totalmente para frente, que a dor latejante se transformou na dor de um tiro.

Ele estava bem ali, na sua frente.

Como ele era lindo. A cor da sua pele, a cor dos olhos, o cabelo, o formato do rosto. Em tudo, absolutamente em tudo ele era perfeito.  O sol deixava seu rosto mais claro e, assim, dava pra ver perfeitamente cada parte radiante dele.
  • Vo-você pode falar comigo por um tempo? – a voz dele saiu rala, fazendo ela se contorcer. 
Era tão bom e tão ruim ouvir a voz dele. 

Seunome parou e serrou os punhos por dentro dos bolsos. Ela fez uma careta, enquanto se encolhia, sentindo cada parte do seu corpo arder em brasas.
  • Não da – vacilou os olhos para o rosto dele. Aquilo não podia ter acontecido. A menina se sentiu fraca vendo ele. O rosto que ela tanto amava e odiava estava ali a sua frente, talvez um pouco tenso e ansiando alguma coisa, mas ainda era ele. Era ele que ela amava e, agora, teve certeza disso. 
Seunome deu um passo para trás e voltou os olhos para baixo. Queria sair dali o mais rápido possível, mas a voz dele foi mais rápida.
  • Eu preciso – ele disse com mais força, usando o mesmo tom de quando estava com raiva e seus planos não funcionavam –  Você precisa acreditar em mim. Me desculpe por aquilo, eu nem sabia o que estava acontecendo. Por favor, por favor. 
De repente, os olhos dela ficaram vagos, relembrando a sena que tanto à martirizava. Mais uma onda de dor tomou seu corpo. Era ridículo sentir isso. 

A imagem de ontem estava doendo tanto.

Ela sentiu anisa. Como ele pôde ter feito isso e agora estava ali, na frente dela? Seunome apertou o tecido da calça, enquanto sentia seu coração bater cada vez mais forte. Ela não ousou mais levantar os olhos, não queria derreter-se mais por vê-lo.

Zayn passou uma das mãos no cabelo bagunçado e arfou. Ele levantou as mãos e abriu a boca, mas voltou a fechar. Ele fitou a menina encolhida a sua frente e deu um passo. Esticou a mão para toca-la, mas ela se esquivou.
  • Não toque em mim – Seunome não reconheceu seu tom de voz, estava com raiva. 
  • Mas eu não consigo – ele disse, não se importando com a ordem dela – Olhe pra mim. Me perdo...
  • Você estava beijando outra, caramba! – ela levantou o tom de voz, gritando, junto com o rosto – Você é um desgraçado. Eu sou uma idiota. Eu voltei lá para dizer pra você que eu não queria mais esconder nada. Eu queria pedir desculpas...
Ela sentiu seu rosto esquentar, junto com a formigação de seu peito. Os olhos dele estavam arregalados, e a boca em uma linha reta. Seunome não se importou com o quanto gritava e a quantidade de pessoas que estavam ali.
  • Se você esta pensando que eu quis fazer aquilo, esta muito enganada – ele disse, muito mais baixo que ela – Eu fui pego de repente, tinha muito barulho e eu queria ficar com você! 
Seunome colocou as mãos na cintura, enquanto fazia uma careta para não se dezabar de chorar. Fitou o chão e sentiu a primeira lágrima descer de seus olhos. Merda.
  • Mas você fez! – ela disse, ignorando tudo oque ele disse sobre querer ficar com ela – E eu nunca, nunca quis ficar longe de uma pessoa quanto eu quero ficar longe de você.
Seus olhos molhados cairam para o chão após dizer as maiores mentiras de sua vida. Estava zonza, sentia que poderia cair a qualquer momento.
  • Você não esta me escutando! – Zayn gritou, enquanto trincava os dentes. Segurou os ombros dela enquanto a garota se debatia – Eu te amo. Acredita em mim. Por favor.
Seunome não conseguiu se segurar. Sentia o aperto dele ali, fime. Era bom senti-lo, te-lo perto. Mas, ao mesmo tempo que ela se sentia bem e calorosa de novo, sua mente voltava automaticamente para à sena de ontem, impedindo todas as formas dela tentar ficar perto dele.
  • Sinto muito – ela colocou sorrateiramente suas mãos nos braços dele – Não consigo... – à menina levantou os olhos e tirou às mãos pesadas de Zayn de deus ombros.
Enquanto seus olhos ardiam, ela foi dando pequenos passos para trás e até que, definitivamente, deu às costas a Zayn.

Pense em tudo, mas em tudo mesmo. Em toda e absoluta histoira que você leu até aqui.

Será que valeu à pena? Todas às noites em claro pensando nessa trama valeram mesmo? Todas às euforias e pensamentos positivos? E eles? Será que o que sentiram valeu? Valeu cada segundo que tiveram juntos?

Por Deus, valeu. Só os céus sabem o quando valeu à pena.

Todos os beijos, todas às noites, todos os toques definitivamente valeram à pena.

Então seria justo deixar que acabasse?

Não.

Como se passasse um filme lentamente na cabeça de Zayn, ele se pós a frente de não deixar isso acabar... Isso que nominaram de amor.
  • Nós avançamos demais para chegar aqui e desistir – disse aos gritos. Ele puxou o braço de Seunome, enquanto ela lutava para andar – Eu só vou desistir quando eu ver nos seus olhos que você não me quer. 
A menina respirou fundo e viu os olhos dele cintilarem. Ela amava aqueles olhos.
  • Eu estou pedindo para você não encos... – ela ia começar a dizer, mas Zayn revirou os olhos.
  • Para com isso! – ele gritou – Eu sei que você me quer!
  • Você não sabe de nada! – ela gritou ainda mais. 
Eles estavam gritando e perto de muita gente. Estava começando a chamar atenção das pessoas. Os dois nunca foram de se comunicar muito nas aulas, só mesmo quando estavam em um jogo e quando Seunome berrava para Zayn ser menos competitivo.
  • Toda vez que eu olho pra você eu lembro de... – a voz dela vacilou em meio as veias alteradas – Não consigo esquecer! Inferno! Aquilo doeu demais em mim, você não sabe o quanto!
  • Me desculpe, me desculpe! – ele gritou, enquanto ainda matinha seu corpo muito perto do dela – Mas eu não quis beijar outra garota. Nunca. 
Ela fitou os olhos dele. Como ela queria acabar com isso e se entregar nos braços dele. Queria muito que nada disso tivesse acontecido, queria que tudo voltasse ao normal. Era um dor tão forte... Era horrível.
  • Mas eu vi – a voz de Seunome saiu rouca, quase perdida. Ela refletiu alguns segundos, enquanto ouvia outras vozes – Afinal de contas, quantas vezes aconteceu? 
  • O-oque? – Zayn pegou uma boa quantidade de ar, juntando as sobrancelhas. 
  • Eu sou uma idiota! – ela gritou, colocando as duas mãos na testa e depois passando pelos cabelos – Você sofre muita tentação pra uma pessoa só. E, quem era aquela da vez? Heim, me diz. Você me fazia de idiota a muito tempo? 
Zayn a observou.
  • Meu Deus! Você não esta me escutando! – ele agarrou os ombros dela, enquanto a sacudia – Acredite em mim... por favor. Eu te amo!
Seunome sentiu seu corpo contrair nas mãos dele. Ela queria desmoronar. 
  • Eu. Não. Consigo. – ela abaixou a cabeça e sentiu o rosto esquentar. 
Zayn tirou as mãos do corpo encolhido a sua frente. Ele respirou fundo e fechou os olhos por uns segundos.
  • Então acabou? É isso?
Seunome sustentou o olhar por algum tempo, fitando a coisa que era mais importante na sua vida e, por fim, disse o que nunca e jamais pensara em dizer.
  • Sim. 
Ela arfou e seu peito doeu. Doeu como se tivesse recebido uma facada. 
  • Srta. Collins? – Seunome deu um pulo. 
Ela tirou seus olhos de Zayn e por um momento, seu coração parou. 

Todos estavam ali. A turma inteira. Todos os rostos conhecidos estavam como espectadores, formando uma roda entre ela e Zayn. Ela começou a respirar fundo, sentindo sua garganta formar um nó. As pessoas estavam em silencio, algumas com os olhos arregalados e outras com a boca aberta. 
  • Srta. Collins, poderia me acompanhar por um instante? – ela reconheceu a voz de Madala. O que a diretora estava fazendo aqui?
Ela olhou para Madalena e depois para a carranca da professora de educação física. Não conseguia dizer nada, as palavras fugiram de sua boca. Ela girou a cabeça para a turma amontoada, onde os rostos estavam os mesmo. Estavam todos ali – Alex, Julia, Izy, Emily e Philip –, com a mesma expressão. Um silencio sinistro tomou a quadra de esportes.

Será que eles viram tudo? E como ela não percebeu que havia tanta gente ali?

  • Minha querida – a voz repugnante da professora fez Seunome voltar o rosto para Madalena – Esta escutando mal? 
Ela engoliu em seco e juntou os braços, ainda sentindo os olhares pesados em volta dela. 
  • Na-não. – ela sustentou o olhar com dificuldade. 
  • Aconteceu alguma coisa? – a voz de Madalena sobressaiu. Seunome percebeu que ela olhava a cima de seus ombros Talvez fosse para Zayn. 
Ninguém disse nada. O silencio voltou.
  • Bom – Madalena suspirou pesadamente, voltando à postura de diretora – A srta. poderia me acompanhar? Temos muito que conversar. 
Seunome arregalou os olhos e engasgou. Céus, oque será agora? 

Madalena começou a bater em retirada. Seunome cruzou os braços e olhou para trás. E lá estava ele, na mesma posição, sem ter movido um músculo. As mãos largadas, a postura caída e o rosto pálido. Ele não piscava, apenas a fitava de forma intensa. Ela piscou algumas vezes para tentar se desligar dele, mas realmente só conseguiu fazer isso quando outra pessoa entrou em seu campo de visão.

Izy.

A garota ainda estava de boca aberta. Os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, com os cachos para um lado. Só deu tempo de Seunome sussurrar um ´´Depois eu explico´´. 

Antes de seguir Madalena, ela deu uma longa olhada para Zayn. Como era ruim estar fazendo isso. Mas era como se tivesse um bloqueio. Alguma coisa que não a deixava escuta-lo e dar as desculpas. E agora, a tortura iria começar.



  • Ah, me desculpe pela demora – Madalena deu um logo suspiro assim que entrou na sala – Eu queria muito que nossa conversa não tivesse impasses, 
Seunome sorriu apenas formando uma linha no maxilar. Tinha ficado dezesseis longos minutos olhando para a pintura de George Clark que decorava a sala de Madalena – que fazia questão de colocar o fundador do internato como enfeite na parede.

Seus pés balançavam na tentativa frustante de não sai correndo dali. Isso era tão estupido. Ela nem tivera a chance de explicar o que estava acontecendo para seus amigos. O que todos estavam pensando agora? Sera que é esse assunto que Madalena queria falar com ela? As coisas corriam mais rápido do que o imaginado.  
  • Você já deve imaginar o assunto de nossa conversa, certo? – Madalena levantou uma sobrancelha, sorrindo serena. 
Seunome ajeitou-se na cadeira e limpou a garganta, ainda tonta.
  • Eu... eu juro que não faço ideia. 
  • Hum, eu esperava o contrario. – Madalena andou até sua cadeira de couro e sentou-se ereta, de modo que poderia observar Seunome – Você não acha que passou muito tempo?
  • Como assim? – Seunome forçou as têmporas. 
Madalena soltou um breve sorriso.
  • Nas ultimas três semanas – ela começou falando bem devagar, enquanto fitava a menina – sua mãe vem me ligando constantemente para que eu não me esquecesse de conversar com você. 
  • Mi-minha mãe? – o coração dela começou a bater mais forte – O que esta acontecendo? 
  • Seis meses minha querida – Madalena disse, fazendo Seunome arfar. Agora estava começando a ficar tudo mais claro – Hora de voltar para casa. 
Voltar para casa.

 Os olhos de Seunome dilataram. Ela parou de respirar e percebeu sua mão tremer. 
  • Voltar? Quando? – ela tentou levantar da cadeira, mas achou uma péssima ideia. Colocou uma mão na testa e depois a deslizou sobre o cabelo, até chegar na nuca – Você esta falando serio? 
  • Sim – Madalena mostrou a perfeita fileira de dentes brancos – Já esta tudo organizado para a sua viajem de volta. Sua mãe como sempre preparando tudo. 
O chão pareceu se abrir em baixo dos pés da garota. Ela se sentia ofegante. Como isso poderia estar acontecendo logo agora? Ela nem seu deu conta de pensar no tempo, estava completamente entretida com outras coisas – ou com alguém – até esse certo ponto. 
  • Eu queria dizer que foi uma honra para nós hospedar você. É muito difícil os alunos saírem antes de completar o curso de aprendizagem do ensino médio. Mas, eu vejo que isso foi o que você sempre quis, não é mesmo? – Madalena olhou fixamente para Seunome, esperando o que ela tinha para dizer. 
A menina encolheu-se. Isso tudo estava sendo louco demais. As coisas pareciam desabar sobre sua cabeça, caindo uma de cada vez, trazendo cada vez mais dor.
  • Seunome, você esta bem? – a diretora inclinou-se para frente. 
  • Si-sim – sua resposta saiu fraca. Era claro que não estava bem. 
Madalena voltou a sua posição anterior e entrelaçou os dedos sobre a mesa.
  • Sua viagem esta marcada para daqui há uma semana. Parece muito tempo, mas você precisa reorganizar suas coisas e tarefas – Madalena esperou que Seunome desse alguma resposta, mas a menina apenas ficou a encarando com os olhos vazios – Hum, bom. Eu acho que você precisa descansar. Esta dispensada das aulas de hoje. 
Seunome a encarou com a boca meio aberta e se pôs de pé.
  • Obrigada. 
  • Imagine – Madalena sorriu, enquanto Seunome vagava para fora da sala – Nós adoramos ter você aqui. 
£££

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas... 
- Clarice Lispector

O chão frio naquele momento parecia ser a melhor coisa que ela encontrou no quarto. Como tudo pode ter mudado assim tão rápido? As coisas pareciam tão bem e agora... O que tinha se transformado sua vida?

A mente de Seunome vagou pelas milhares de lembranças que teve neste dia. Desde que viu Zayn até agora. Por algum motivo ela não conseguia acreditar nele, como se algo dentro dela não deixasse. Ali, encolhida no chão, tentou descobrir de que maneira não tinha visto ninguém de aproximar. Ela estava tão ligada em Zayn, que não tinha mais conexão com o mundo.

Ficou se perguntando o que todos achariam. E se fosse ela vendo aquela sena, o que iria pensar?

A menina sentiu cada parte de si pedir um descanso. Estava cansada, os olhos ardiam e pediam para ficarem fechados. Tinha acontecido muitas reviravoltas, coisas que não tinham sentido e agora pareciam uma vir em enxurrada.

Ergueu-se até a cama e assim afundou nos travesseiros. Tinha certeza que não iria demorar para dormir, mesmo com todos os turbilhões de pensamentos. Ela necessitava.



Nem pareceu que foi tando tempo. Seunome passou o dia dormindo, sem ao menos acordar para o almoço ou comer alguma coisa na hora dos intervalos das aulas. A única hora que ela realmente foi obrigada a abrir os olhos, foi quanto tomou um susto com oque viu.

Izy, Alex, Julia e Emily formavam uma fila em volta de sua cama, assistindo a garota dormir. Izy estava de braços cruzados e os olhos arregalados.
  • Acho que temos que ter uma conversinha – Izy trocou o peso das pernas. 
Seunome engoliu a seco, vendo cada uma das meninas concordarem. Até mesmo Julia que não era do mesmo dormitório estava ali. 
  • Bom – ela limpou a garganta, levantando o corpo – Eu... eu queria explicar as coisas...
  • Nós não queremos cobrar nada de você – Emily a interrompeu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha – Só queremos saber porque esconder de todos. 
Seunome enfim se sentou na cama, abraçando os joelhos e encostando na parede. As meninas continuavam em pé, a observando. 
  • Eu... eu tinha medo – ela mordeu o lábio – Eu tinha medo do que as pessoas pensariam – Seunome respirou pesadamente, encarando as mãos que se entrelaçavam inquietas – Me desculpem, mas eu não conseguia. Isso... isso era mais pela minha mãe. Eu não poderia falar que cheguei aqui e já arrumei um namorado. 
Seunome ia cuspindo as respostas até perceber oque tinha dito. Namorado. Era a primeira vez que se referia a Zayn para elas como namorado. Ela fez silencio e fitou as mãos, pensando sobre oque estava acontecendo. 
  • E... – ela limpou a garganta – eu decidi que seria melhor ninguém saber. 
A menina levantou os olhos e encarou as amigas. Alex balançou a cabeça, concordando. 
  • E... – Alex sentou-se na cama, ainda de braços cruzados – tem muito tempo que vocês estavam juntos?
Seunome se encolheu mais e olhou para ela. 
  • Até bem antes da minha viagem a Paris. 
Izy piscou algumas vezes e arregalou os olhos. Todas ali estavam surpresas demais para tentar formular alguma coisa. Como elas não tinham percebido? 
  • Eu só espero que vocês me entendam. Sempre foi muito difícil... o tempo inteiro. As vezes eu queria contar tudo, eu queria poder contar as coisas para as minhas amigas, porém eu tinha colocado na minha cabeça que não podia. 
Ela sentiu as lágrimas chegando, mas se conteve. Ela ainda se lembrava de quando sonhava em contar isso para elas, mas não se parecia nada com isto. Sempre quis que as amigas soubessem de tudo e, até agora, tudo estava dando errado. 

Izy andou até a cama e se sentou ao lado de Seunome. 
  • Não importa, okay? – ela colocou uma das mãos no ombro da amiga – Nós estamos aqui. 
Seunome sorriu.
  • Obrigada. Mesmo – ela abaixou a cabeça e voltou a encarar as mãos juntas – E... a tia Teresa não existe. Minha mãe nunca teve uma amiga aqui e eu nunca visitei ninguém. Isso era um pretexto para... – a voz dela ficou baixa até que se fez silencio mais uma vez.
  • Você, hum, esta me surpreendendo – Julia disse e sorriu brevemente – Mas esta tudo bem. Vai ficar tudo bem. 
Seunome tentou se alegrar com isso, mas não ia ficar tudo bem. Ela sabia que não iria.
  • Bom – ela se arrastou para fora da cama, sentindo seu corpo pesado. Ainda vestia a roupa de ginastica: calça e o casaco, largos. Ela ficou em pé no quarto enquanto era observada pelas meninas – há outra coisa que eu tenho que dizer. 
Ele exitou, enquanto tentava arrumar as palavras certas. 
  • Eu vou voltar para casa – Seunome mordeu o lábio esperando o que elas iriam pensar.
Izy deu um pulo da cama.
  • Como assim? Se for por causa do Zayn, pode esquecer. 
  • Não... não tem nada haver com ele – Seunome balançou a cabeça – Meu tempo aqui acabou. Eu tinha combinado com minha mãe sobre o tempo que eu tinha que cumprir aqui e, agora, esse tempo acabou. 
 Emily arfou e cruzou os braços.
  • Então simplesmente você vai embora? 
  • Sim – Seunome respondeu com a voz vaga. Ela andou pelo quarto e parou de costas para as garotas – Me desculpem, eu preciso tomar um banho. Foi muita coisa para um dia só. Desculpe. 
Seunome seguiu para o banheiro, trancando-se. Todas fizeram silencio. Não sabiam o que falar, na verdade, não tinham oque falar. O barulho abafado do chuveiro foi a unica coisa que invadiu o quarto.
  • E agora? – Julia perguntou baixo, enquanto as garotas ainda estavam do mesmo jeito desde que Seunome entrou no banheiro.
  • Eu não sei – Izy deu a volta e sentou-se em sua cama – Como nenhuma de nós percebeu o que estava acontecendo? Eu não acredito!
  • Eu acho que ninguém esperava o que estava acontecendo – Alex disse, com um tom de voz muito mais baixo – Mas ficar falando sobre as decisões dela não vai levar a lugar nenhum. 
  • Ela esta muito mal e grande parte disso é culpa de Zayn – Emily falou, enquanto prendia o cabelo solto – E... e se a gente falasse com ele? Pedir pra ele sei lá, conversar com ela. Qualquer coisa para ela melhorar. Seunome esta em um estado muito ruim. 
Elas pensaram por um momento e assim, concordaram.

£££

A quatro garotas andaram decididas pelo corredor principal, indo em direção ao refeitório – onde imaginaram que Zayn estaria. Tudo agora estava sendo muito diverso, nunca pensaram que isso tudo estava acontecendo e, muito mais que isso, de como não conseguiram descobrir.
  • Vocês tem alguma ideia de onde ele possa estar? – Alex disse enquanto as garotas olhavam o refeitório inteiro, à procura de Zayn – Porque eu não tenho à minima. 
  • Eu não, mas Liam deve saber – Izy correu até a mesa do namorado, enquanto ele e Niall conversavam – Liam, preciso da sua ajuda. 
Izy deslizou para o lado de namorado na cadeira.
  • O que? Aconteceu alguma coisa com Seunome? – Liam respondeu, sabendo que Izy iria falar com ela apos a aula e, se veio falar com ele nesse estado, alguma coisa tinha acontecido. 
  • Não, quer dizer, ela esta horrível. Nós precisamos falar com Zayn – ela disse olhando para Liam e depois para Niall, que assistia a conversa – Vocês sabem onde ele pode estar? Depois da aula ele simplesmente sumiu. 
Niall encolheu os ombros, negando com a cabeça.
  • Você pode esperar todos os lugares possíveis, isso é bem a cara dele – Niall fez uma careta – Mas se a gente poder ajudar a procurar...
  • Espera – Liam disse, enquanto fazia um pausa – Há um tempo atrás, Zayn vivia no Jardim de Inverno, fazendo sei lá o que. Talvez ele possa estar lá. 
Izy franziu a testa.
  • Jardim de Inverno ainda existe? – ela engoliu a seco – Pensei que só existisse pros alunos que arrumam problema poderem fazer limpeza comunitária. 
  • Também – Liam respondeu – Mas se ele não estiver lá, então eu não faço a minima ideia de onde esteja. 
Izy deu de ombros e beijou de leve os lábios de Liam.
  • Obrigada. 
£££
A quatro garotas novamente andavam pelos corredores, mas agora muito mais apreensivas do que antes. 
  • Eu estou com vontade de bater nele – Emily disse, enquanto o prédio todo de vidro do Jardim de Inverno começava a aparecer, já que ficava bem nos fundos – Ainda não entendi direito o que aconteceu e, gente, se eu estou assim imagine ela? Céus!
  • Emily, não podermos surtar agora. A ideia foi sua, lembra? – Izy falou.
  • Eu sei, mas isso continua sendo complicado – Emily piscou algumas vezes enquanto estavam cada vez mais perto do prédio – Se Zayn traiu ela, ele é um desgraçado, não é? 
  • É, mas isso é assunto deles – Julia falou, inclinando-se para frente do grupo – Nós estamos aqui para tentar entender o que esta acontecendo nos dois lados da historia.
  • Não existe dois lados – Alex respondeu obvia – Ele traiu ela e pronto. Ele é o errado. 
  • Eu sei, eu sei. – Julia limpou a garganta – Mas... Vamos falar com ele e tirar nossas próprias decisões. 
Todas concordaram e assim seguiram o mais rápido possível para o prédio. À noite caia fria como sempre, com um vento arrepiante de minuto em minuto. Não era do costume de alunos virem no jardim, embora o espaço fosse livre. A maioria preferia a sala de jogos ou simplesmente passar as horas vagas dormindo.

Como a maioria dos alunos pensavam, o Jardim era usado como um castigo para os inquilinos indisciplinados e, boa parte deles nunca tiveram interesse de vir aqui.

As quatros garotas deram um passo a frente.
  • Okay, cade ele? – Izy disse, enquanto passava seus olhos pelos canteiros de plantas e pelas fileiras de samambaias lá no outro lado. 
  • Liam não tinha certeza se ele estava aqui ou... – Alex ia começar a dizer, mas foi interrompida.
  • Gente – Julia disse, inclinando a cabeça para onde o garoto estava – Ali!
O corpo encolhido em um banco de madeira de Zayn fitava alguma coisa entre o enorme emaranhados de samambaias e orquideas dendrobium. Ele estava estático, sentado encima de seu pé, enquanto o corpo parecia acostumado em ficar ali.

As meninas se entreolharam e decidiram seguir em frente. Elas não fizeram muito barulho, mas como não havia outra coisa que emitisse som, o ruido dos seus passos foi o suficiente. Zayn, a principio, deu um pequeno pulo. Mas assim que percebeu quem estava ali, seu rosto se fechou, ficando um pouco mais serio.

O corpo magro e curvado de Zayn levantou. Ele as encarou, com os olhos vazios e a boca entre aberta. E, depois, recuou.
  •  O que vocês... – ele começou a dizer com a voz falha, mas foi interrompido. 
  • Nós vinhemos falar com você e pedir um favor – Emily falou, com a voz mais sutil que pode. 
  • Queremos conversar sobre oque esta acontecendo – Izy disse, fazendo o garoto recuar – É muito importante. 
Ele negou com a cabeça, olhando para o chão e depois encolhendo os ombros.
  • Me desculpe, mas é melhor não – a voz rala de Zayn saiu claramente difícil de seus lábios – Eu não posso fazer mais nada.
Alex deu um passo a frente.
  • Claro que pode – ela falou um pouco mais alto – Se vocês conseguiram ficar esse tempo todo juntos sem ninguém saber, é claro que conseguem fazer alguma coisa. Você precisa ver como ela esta. Isso não pode continuar assim.
Zayn fez uma careta. A principio, ele tinha achado que as garotas tivessem se juntado – como se fosse um grupinho de proteção para vingar uma amiga que estava na pior – para colocar as coisas em seu devido lugar e, com isso, quero dizer espanca-lo.

Mas depois percebeu que era muito mais que isso. Elas estavam ali para tentar uma reconciliação dos dois, mesmo sabendo que Zayn tinha feito alguma coisa – sendo que ele não era culpado, mas quem iria acreditar?
  • Ela não vai querer me escutar – Zayn deu de ombros. Seus olhos cansados vagaram para o teto do de vidro do Jardim, enquanto ele fazia força para não desabar, o que na verdade nunca aconteceu. Zayn nunca tinha desabado por nada.
  • Caramba, você é mais chato do que diziam nos corredores – Julia rolou os olhos – Isso não depende de vocês ficarem juntos ou não, também é outra coisa,..
A menina engoliu a seco. Um silencio ficou. Zayn queria ao máximo não falar, mas ele não conseguiu.
  • Que coisa? 
Julia olhou para Izy, que mordeu o lábio para concentrar-se em falar. 
  • Seunome vai voltar para casa.
O rosto sem vida de Zayn afundou-se ainda mais no pálido. Os ombros já caídos pareciam despencar. Os olhos ruíram-se em um nada, o rosto tão belo e perfeito de Zayn ficou sem expressão. Parecia que ele tinha levado um tiro. 
  • Como assim voltar pra casa? Tipo, sair do internato? Isso nunca aconteceu antes, e não vai acontecer com ela – de repente, um surto ocorreu no menino, que parecia muito desesperado – Ela decidiu isso assim, do nada? – ele levantou as mãos pesadas até a testa e depois as desceu pelo cabelo bem cortado, parando na nunca – Por favor, isso não é verdade, né? 
  • Eu também queria que não fosse verdade – Izy desviou o olhar do dele, antes que seus olhos ficassem vermelhos. 
Zayn deu as coisas as garotas, dando três longos passos a frente. Ele colocou as mãos na cintura, respirando fundo. Gostava demais dessa garota para deixa-la ir assim. Era ridículo pensar em ficar longe dela em qualquer parte do tempo. Era horrível para ele ter a conclusão que ele próprio tinha a feito sofrer. 
  • Isso não vai acontecer – Zayn voltou, com os ombros levantados com a mesma autoridade de antes – Madalena nunca deixou um aluno sair e não vai ser porque Seunome quer que ela vai deixar. Não. Não vai acontecer nada. 
Izy respitou fundo, enquanto o garoto ainda mantinha a rosto desesperado.
  • Zayn, esta decidido. Isso foi um acordo com a mãe dela e, por alguma obra do destino, a hora dela voltar para casa aconteceu quando... bom, quando vocês brigaram. 
Os olhos de Zayn correram para o chão. Sua respiração ficou pesada. Por que raios isso tudo foi acontecer agora? 
  • Não – ele balançou à cabeça – Não, não e não. Isso não pode e não vai acontecer. 
A marra em sua voz era visível. Era quase como se ele tivesse certeza do que iria fazer agora. Zayn sempre foi decidido e sempre conseguiu oque quis. Na cabeça dele, não seria agora que não iria conseguir. 
  • Vocês precisam me ajudar – a voz dele era suplicante – Não posso ficar sem ela.
As quatro garotas se entreolharam. Ninguém poderia ficar sem Seunome, tanto como uma grande amizade ou como o amor de sua vida. 


  • Você espera aqui – Alex deixou Zayn no corredor da ala feminina, bem ao lado da porta do quarto, que ela deixou entreaberta. 
Com os olhos vagos, ele assentiu. Era bom saber que as pessoas sabiam que eles estavam juntos – ou estiveram. Era como uma sensação de liberdade que, ao menos por pouco tempo, ele teve. Ninguém ao menos se preocupou de como ele estava, de como ele se sentia, porque, na realidade, ele era o culpado. 

Zayn estava tão perto dela agora, e sua vontade era de entrar naquele quarto, sem ao menos saber se ela queria falar com ele ou não. Ele queria ela, e só isso passava pela sua cabeça. 

  • Nós só queremos que você nos escute – Izy disse, estalando os dedos.
Seunome estava com o cabelo molhado caindo sobre os ombros, uma roupa larga e o rosto pálido. A menina encarou às garotas por um tempo, enquanto se mantinha forte. 
  • Hum, okay – ela resmungou, jogando as mechas molhadas para um único lado – Estou escutando. 
  • Err... na verdade, outra pessoa vai falar com você – Julia sorriu com o canto da boca, tentando passar coragem. 
  • E é muito importante que você escute o que ela tem para dizer. E nós só queremos que você fique bem, pelo... – Emily falou, mas Seunome foi mais rápida.
  • O que? – a menina praticamente gritou – Vocês não fizeram isso comigo? Deus! Eu não quero falar com ninguém, muito menos ele! – Seunome passou as mãos pelo cabelo e depois escondeu o rosto com as mãos – Isso não esta acontecendo, não esta – dizia mais para si mesmo – Por favor não. 
Alex deu um passo a frente, enquanto parecia ficar mais nervosa que a amiga.

  • Olha, nós não queríamos que você ficasse assim – ela engoliu a seco – Só... só escute. É importante para vocês dois. 
Seunome levantou os olhos pesados e encarou a garota. Ela trincou os dentes e sentiu os olhos queimarem ao sentir as lágrimas retornando. 
  • Não. Eu não quero. Não posso. – ela levantou o tom de voz, enquanto a voz saia falha graças as lágrimas – Já me decidi. Eu vou voltar, sinto muito. Não aguento mais isso... pelo amor de Deus vocês precisam me entender! Vai ser melhor assim, sinto muito. Mesmo. 
Ela deu as costas as amigas e trancou-se no banheiro. Em seu banho, ha alguns minutos atrás,  ela tinha pensado na possibilidade de ir e, concluiu que seria melhor. Ela viveu aqui, teve inúmeras experiencias e uma grande decepção. Zayn foi a melhor e a pior coisa que tinha acontecido na sua vida. Ela o amava e o odiava demais. 

Lembrou dos risos, das noites e de todo o tempo que passou com ele. Era extremamente doloroso pensar que isso tinha acabado. Era tão sem sentido. Ela o amava demais, tando que doía a alma. Porem, mesmo assim, ela iria voltar. 

Dentro do quarto, as garotas não ousaram levantar os rostos. Já era ruim pensar que Seunome estivesse sofrendo por Zayn e pior ainda ela ter que voltar para casa. Izy abriu a porta do quarto, colocando-se para fora do corredor, mas Zayn não estava mais ali. 

Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar - Rubem Alves.

CONTINUA...
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CARALHO CARALHO CARALHO. 

SINCERAMENTE EU NÃO SEI O QUE DIZER MAIS SOBRE VOCÊS.

Gente, eu quase tive um ataque porque simplesmente apareceu várias pessoas falando comigo e, cara, eu quase morri. Isso não é coisa que se faça comigo, eu quase tive um infarto. 

Foi tipo, um bando de elogio que eu fiquei louca. É serio gente, eu pirei demais. Todo mundo que falava comigo eu começava a historia desde o começo falando o que as pessoas achavam do que eu escrevia. E meu Deus, to muito feliz.

UM BEIJO PARA AS PESSOAS MAIS LEGAIS E QUE ME INCENTIVARAM PRA CARALHO. E EU SÓ TENHO A AGRADECER PORQUE EU ESCREVI ESSE CAPITULO IGUAL UMA DOIDA. 

Milena, você comenta desde quando? Acho que sempre né? Muito obrigada pelos incentivos e pelo boa sorte nas provas. Você é muito, muito importante. 

Mari Patriota, eu reli seu comentário muuuitas vezes. Eu fiquei tipo, AH MEU DEUS OLHA O QUE ELA ESCREVEU e muio obrigada, você me ajudou muito. Eu ainda quero te conhecer. 

Isa Farias, meu Deus! Eu ainda não acredito no que você me disse, todas as coisas ótimas que me fizeram sonhar com essa fanfic. Eu te agradeço demais da conta. Muito obrigada pelas conversas e os elogios. 

Larissa Fernandes, eu também não acredito. Muito obrigada pelas coisas lindas que você me disse, serio, eu fiquei igual uma boba. Às vezes eu fiquei tipo, SEM OR OLHA O QUE ELA TA FALANDO DE MIM. 

Enfim, só quero agradecer demais. Muito mesmo. 

Para as pessoas que ainda não falaram comigo – se ainda existe alguém, porque tipo, eu não tenho tempo mesmo de divulgar – me add no facebook.:

 https://www.facebook.com/melyssa.mello.9

Esse é o penúltimo capitulo da Primeira Temporada, aguardem o próximo. 

COMENTEM, FALEM OQUE VOCÊS QUEREM, SEI LÁ. EU QUERO MUITO CONHECER VOCÊS!

@ziampau & @ziamaricas

8 comentários:

  1. OMG!!acho q ate o final desta fanfic eu nn sobrevivo!sao muitas emoçoes meu coraçao é fragil,escreve outro capitulo logo pelo amor de deus!! Ta pft como sempre!!!!!

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  2. Milena (@Minhafanfic1D)16 de setembro de 2014 às 22:16

    Oh lord!! O que foi isso ? Toda vez que eu entro no twitter e tem alguma notificação meu coração dispara pensando que você dizendo que postou. Cara eu ainda vou morrer lendo sua fic de tanta emoção pqp que isso? Cara se um dia agente se conhecer vai ser mágico acho que vou quase te sufucar kkkkkk cara sério calma Milena respira kkkkkk ai mds minina eu te amo continua essa fanfic é simplesmente perfeita! Eu não seibse eu te agradeço por escrever ou se eu te bato por fazer eles terminarem ta deu o comentário jà ta gigante. Beijo

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  3. aaah eu estou morrendo aqui voce tem que continuaaaaaar

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  4. Ooooooooohh myyyy joshhhhhhh!!!!! Que perfeitamenteee PER-FEC-T (ler-se com a voz de Leeroy, ta) e odiantee (acabei de inventar, 2bjs), porque você faz isso com ela ou comigo ou com nós?! Em pleno penúltimo caaaaap, você simplismente termina com o nosso lindo amoor, your bitchhh!! Mentiraaa, eu te amoo sua gata, perfa, liamda do meu viver! Mas como você pôde?! :"(!! Mentiraa, sua perfa da balada do meu ❤.... enfiim, mulheeeerr, me sinto horanda, sério, tu é muito fodaaa (no sentido positivo, claro), veei, eu tava quase dormindo quando eu lembrei da sua fic, ai eu disse: foda-se meu surpreendente sono, eu preciso,, necessito, urgentemente ler essa fic (sinta-se importante, 2bjs), e toda vez eu chego aqui eu choro, eu me morro de rir (se existir isso), eu me iludo e consequentemente, me apaixonoo completamente por suas perfeitas e simples palavras e você não tem o direito de fazer isso com nós! Mentiiraaa, podeeee acabaaar completamenteee com o nosso emocional e nossos hormônios, podeee siim, bom é assim, né não?! Enfim², continuuuuuuuua minha liammmmdaaa dos nossos corassoems (o mais rápido possivel, de preferência u.u)....beijooooo ❤❤
    Ps: entra no faceee e aceitee euu "Maria Clara Patriota", vlw flw ❤

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  5. to adorando continua por favor

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  6. PQP %%%%%%%%%%% EU TO AMANDOO SUA FIC '000000' É A FIC MAIS PERFEITA QUE JÁ LI KRA.... ACHO QUE VOU LER ELA PRO RESTO DA MINHA VIDA U.U DEVERIA VIRAR FILME MAN, SÉRIO :3

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  7. Mesmo nao ter comentado desdo primeiro capitulo que eu li, to comentando agora, e eu to achando perfect, comecei a ler já faz algumas semanas e a cada capitulo que eu lia eu adorava então decidi continuar a ler e valeu a pena, voce é uma ótima escritora :3 to amando, continue o mais rápido que voce puder, please u.u :3

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  8. MEU SENHOR CONTINUA PELO O AMOR DE DEUS... Caraa to chorando aqui, você é maravilhosa, sua fic é maravilhosa tudo é maravilhoso.... mds mds mds mds

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