Se você ama alguma coisa ou alguém, deixe que parta.
Se voltar é porque é seu, se não é porque jamais seria.
- William Shakespeare
Formava um no na minha garganta, fechando-a e não me deixando respirar. Minha mãe e Zayn juntos no mesmo espaço.
Isso não poderia acontecer, poderia? Nunca imaginei que os dois poderiam se falar. Em todo esse tempo que fiquei mantendo um relacionamento com Zayn em segredo eu tive medo desse dia. No dia que eles iriam se encontrar. Era inimaginável.
Tentei me sentar na cama, mas a cada minusculo movimento que eu fazia todo o meu corpo doía. Minha mãe levantou a mão, para que eu ficasse quieta.
Meu coração martelava forte no meu peito. Só conseguia pensar no que Zayn disse para Helena. Será que ele abriu o jogo com ela e contou seja lá o que nós tínhamos antes da minha volta para casa? Será que ele foi capaz?
Grande parte de mim gostaria que ele tivesse dito tudo, porque isso me pouparia de ter de falar com a minha mãe, mas outra parte não queria isso,
Eu nem sabia mais o que dizer sobre Zayn. Ele foi completamente duro com comigo antes do acidente, não sei como ele iria agir agora. Todas as atitudes dele mexeram muito comigo. E se ele estava aqui só para ver como eu fiquei? E se ele estivesse com pena de mim?
Zayn sempre foi um grande se, que eu tive que me arriscar para saber a verdade.
E sei que iria continuar me arriscando.
Grande parte porque eu estava morrendo em dor, outra porque minha vida tinha vidado de cabeça para baixo.
Meus olhos arderam, mas eu não poderia me acabar ali. Tudo o que eu queria era dormir até isso acabar.
Corri meus olhos até Zayn, tão lindo e miúdo naquele sofá. Eu queria toca-lo, ouvir sua voz e me derreter nos seus braços, mas isso agora parecia tão distante. Não tinha o que pensar, eu tinha medo do que aconteceria se ele acordasse.
Eu o amava demais e não suportaria de ele não me quisesse.
De repente, a porta se abriu. Minha mãe entrou com uma mulher de branco, segurando um prancheta.
No final de tudo, outra mulher entrou na sala, arrastando uma pequena mesa com rodinhas. Ela chegou perto de mim e sorriu.
Eu conseguia sentir. Claro que conseguia.
Nunca não iria reconhecer aquele toque, aquele calor que incendiava meu corpo e me deixava cada vez mais dependente. Meu corpo respondia a isso com as ondas de calafrios que me invadiam. Zayn sempre seria a minha fortaleza vestida de fraqueza.
Abri os olhos e o quarto estava um pouco mais escuro, mas ainda parecia branco demais para meus olhos. A dor nas minhas costelas não parecia tão forte assim, era apenas um incomodo chato.
Olhei para Zayn, com o corto curvado na minha cama. Ele estava sentando em uma cadeira, segurando firme minha mão contra sua testa. Sua respiração estava tranquila, olhos fechados e firmes. Eu não sabia o que ele estava querendo com ficar assim tão perto de mim, mas eu gostaria que ele tivesse boas intenções e que não me fizesse nada.
Eu não sabia se minha voz iria sair ou não, mas precisava tentar.
Ele abriu a boca para falar, mas fechou. Me olhou por mais um tempo e vi seu rosto estremecer. Zayn ainda segurava minha mão, firme e parecia não querer soltar. Me senti feliz por isso.
No meu lado, Zayn abaixou a cabeça e brincou com meus dedos outra vez, quieto e paciente. Eu não sabia o que fazer, tando com a comida e tanto com Zayn.
Fiquei um tempo olhando a comida. Uma sopa estranha, um pouco pão, suco e gelatina.
Minha cabeça começou a transbordar de perguntas que não encontrava repostas. Se você ainda gostar de mim... as palavras dele ecoaram na minha cabeça. Enquanto eu ainda o olhava, perfeito na minha frente, as coisas pareceram rodar.
Zayn. Zayn. Zayn. Zayn. Ele acabava mais comigo do que um atropelamento.
Ele desvirou os olhos de mim e se manteve calado.
Voltei meus olhos para a sopa e me contorci ao pegar a colher. Não tinha gosto, então não era bom nem ruim. Meu suco de laranja não tinha açúcar e me recusei a comer a gelatina.
Zayn ficou o tempo inteiro olhando para mim, o que foi bem desconfortável.
Eu queria perguntar porque ele se afastou daquele jeito de mim. Meu corpo começava a dar sinais de cansaço, mesmo que eu tenha acordado há poucas horas. Toda vez que respirava, aquele mesmo incomodo nojento e inquietante me fisgava na costela.
Afastei a pequena mesa giratória, sentindo um peso nos meus braços.
Ele foi imprudente e eu também. Onde eu estava com a cabeça? Será que fugir daquele jeito do carro era a minha melhor opção naquele momento?
Era.
Comecei a me relembrar daquela noite, que já tinha começado de uma forma horrível. As coisas que Zayn me dissera voltaram correndo a minha cabeça. Me senti enjoada ao lembrar da rejeição que sofri. Os olhos deles frios ao olhar para mim.
Então ele estava arrependido? Mas arrependido do que? De ter me ignorado?
Elas me colocaram em uma cadeira estranha que tinha rodinhas e assim entrei no banheiro repleto de barras para segurar. Me senti enjoada e com dor. Sem dificuldades graças a rodinha, logo eu já estava em baixo do chuveiro refrescante. Minhas costelas ardiam como fogo.
Eu tinha passado por uma cirurgia que fez um corte cinco centímetros na região na costela, para fazer algum tipo de ligação com minhas costelas quebradas. Depois delas terem trocado o meu curativo – com minha mãe ajudando pela prática por ser médica – elas me colocaram em mais uma roupa sem graça e larga do hospital. Escovei os dentes de me senti um pouco melhor por isso.
Enquanto minha mãe e a enfermeira me ajudavam a fica de pé, me segurando pelas ombros, estiquei meu pescoço e me olhei no espelho. Meus lábios estavam secos e brancos, assim como meu rosto. Meu cabelo estava molhado e caia de um jeito estranho sobre meu ombro. Eu estava sem expressão, apenas vazia e com olhos inchados.
Eu estava horrível.
Elas me carregaram para minha cama novamente, mas Zayn não estava lá. Eu queria saber onde ele foi, se iria voltar. E se ele se arrependeu do que disse? Será que quando viu que eu não iria morrer foi embora?
Confesso que me senti decepcionada. Eu queria que ele me olhasse com queles olhos de novo... olhos que sou completamente apaixonada. Olhos que me olhavam como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
Enquanto me deitava, olhei para o sofá. A jaqueta de Zayn continuava ali, amarrotada sobre o pequeno sofá. Me senti um pouco melhor. Ele iria volta, precisava. Eu precisava.
A enfermeira ajeitou meu soro, saindo tão rápido que nem percebi. Eu estava mergulhada nos meus pensamentos sobre Zayn, que nem notei minha mãe se sentando na beirada da cama.
Minha mãe falou que eu o larguei? Como assim?
A mais interessada na minha volta era ela. E grande parte para minha volta foi por ela. Para ser a filha que ela sempre quis.
As palavras dela ainda circulavam pela minha cabeça aflita. Que diabos era isso tudo?
Dormi com minha mãe falando, e depois, quando acordei de madrugada, Zayn estava encolhido novamente no sofazinho. Lindo e perfeito. Ele havia voltado. Sorri e depois voltei a dormir.
Respirei pesadamente, sentindo minhas costelas. Me remexi na cama, abrindo os olhos devagar em seguida.
Zayn foi para a beira da minha cama. Ele tinha trocado de roupa e, mesmo que estivesse amarrotada, estava lindo. Ele deu um sorrisinho para mim, que me incendiou. Nesse momento, eu esquecia de tudo. De todas as minhas dores e remorsos. Ficava curada.
Depois da enfermeira me dar banho e trocar meus curativos, Zayn me colocou em uma cadeira de rodas de verdade. Eu ainda não me sentia segura para andar, então teria que andar assim enquanto estivesse com os curativos.
Na verdade, nem foi um passeio. Zayn me levou ao jardim central do hospital, onde havia algumas árvores e bancos. Alguns pacientes também estavam lá, tão acabados quanto eu. Nem quis pensar sobre como estava meu cabelo e minha pele pálida.
Conversar com Zayn sobre ficamos um tempo longe do outro era estranho e doía, mesmo sabendo que ele voltaria para mim qualquer hora. Não gostaria de pensar ou estimar um tempo para que ficasse boa, mas queria que fosse boa.
Enquanto Zayn empurrava minha cadeira de rodas para dentro do quarto, pensei em como tudo seguiria daqui para frente. Eu ficaria com minha mãe na casa que ela alugou aqui, me recuperando. Não sei o que Helena iria fazer com o trabalho, mas tenho certeza que ela pediu um tempo de licença.
Eu tinha passado uns três dias apagada, então não sabia o que estava acontecendo. Me recordei das minhas ultimas lembranças antes do atropelamento, e então de Izy. O que aconteceu com ela depois do hospital?
Ele me colocou delicadamente na cama e seu rosto ficou bem perto do meu, fazendo sua respiração bater no meu rosto. Decidi manter minhas mãos em volta dele, deixando-o curvado. Aproximei meus lábios e o beijei.
Ele respondeu calmamente ao beijo. Os lábios dele eram quentes e irradiavam ondas de calafrios em mim, deixando-me ainda mais tonta. Ele colocou a mão no meu rosto, movimentando seus lábios nos meus.
Eu iria voltar para ele e ele para mim.
Mas agora a saudade me abraçou, tirando todo aquele calor e alegria que ele me mandava. Me senti triste, cansada e com dor novamente. Eu precisava de Zayn, não importando as consequências.
O que eu fiz o mandando ir?
CONTINUA...
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MINHA GENTE BONITA.
Como eu sempre avisava, a coisa tá muito mais feia pro meu lado.
O buraco é muito mais embaixo do que eu pensei.
EU NÃO TENHO MAIS TEMPO PRA NADA.
Minha vida é escola, casa e escola de novo. Não sei mais o que fazer. Eu tenho 6 seminários pra fazer, e sinceramente nem tenho tempo pra fazer isso tudo de trabalho. To com medo de repetir gente, me ajuda.
A FANFIC TÁ ACABANDO CARAIO.
Minha bebezinha.
Ahh, vou chorar.
Para quem conversa comigo no WhatsApp, eu perdi meu celular (sou uma anta, eu sei). Quando eu ganhar um novo – orem por mim para que seja logo – mando meu número novo.
AMO VOCÊS BARAI <3
Velha falar comigo no facebook!
COMENTEM PARA ME TIRAR DA FOSSA QUE É MINHA VIDA AGORA.
Já falei que amo vocês? Então, eu amo vocês <3
@ziampau & @ziamarcas
Foi como uma transição do preto para o branco. Quando fechei os olhos, ficou tudo preto. Quando abri, ficou tudo branco. Tão branco que quis imediatamente voltar para o preto, mas não podia. Não era mais o mesmo preto, aquilo não existia mais. Havia só o chato e enjoativo branco.
Era embaçado e dolorido. Na verdade, ardia.
Respirar nunca foi tão difícil como agora. Não conseguia puxar muito o ar, porque minhas costelas pareciam ranger. Quase cai no sono novamente, se não fosse por minha mão ser puxada incontáveis vezes. Isso era fora de hora e doloroso. Gostaria de gritar com que estava fazendo isso, porque estava agravando meu estado de sei-lá-o-que.
Desde quando fiquei lucida, ou pelo menos tentava, mergulhei em um mundo em que meus pensamentos se embolavam uns nos outros, então parei de pensar. Queria apenas dormir até que a dor nas costelas passasse.
Abri os olhos e finalmente enxerguei algo que não fosse branco.
Era um lugar claro e com certeza bem limpo. Corri os olhos até minha mão e um figura muito conhecida estava de cabeça baixa, sussurrando algo para mim.
– Mãe? – não reconheci minha voz. O que há de errado comigo?
O quarto girou assim que ela levantou a cabeça. Que diabos estava acontecendo?
– Ah, graças a Deus! – ela se inclinou até mim, beijando bem leve minha testa. Ela estava quente.
Seu misero toque em mim foi o suficiente para me causar dor. Meus olhos mal abertos ficavam, mas eu queria entender o que ela estava fazendo ali.
– Eles me disseram que você iria acordar em três horas mas você não acordava então eu entrei em desespero, mas agora você está aqui. – Helena disse e consegui ver seu rosto ficando vermelho pelo choro – Você me assustou tanto, garota.
Ela beijou minha testa de novo e me acertou com outra onda de dor pelo corpo. Minha garganta doía e me impedia de pronunciar alguma som, mas mesmo assim eu tentava.
– O que tá fazendo aqui? – resmunguei.
Helena respirou fundo e ficou me olhando, passando sua mão pela minha.
Helena levantou a cabeça em direção ao outro lado do quarto. Num sofá pequeno e branco, Zayn estava encolhido, dobrando as pernas para poder caber no sofá. Seu rosto estava tranquilo e perfeito.
Meu coração foi acelerando gravativamente enquanto meu celebro raciocinava e ligava os pontos. Ele me contou algumas coisas.
– Você não se lembra do que aconteceu com você? – ela me perguntou, juntando as sobrancelhas. A voz dela era um sussurro no silencio do quarto.
– N-não, quer dizer, é muito confuso – respondi e fechei os olhos, tentando decepar a onde de dor que me atingiu.Ela soltou um suspiro e chegou mais perto de mim.
– Você foi atingida por um carro... a historia é confusa demais, mas sei que você tem os seus motivos e que vai me explicar tudo – Helena passou a não novamente pela minha testa, dessa vez mais suave – Ele me contou algumas coisas, mas quero ouvir de você.Ele?
Helena levantou a cabeça em direção ao outro lado do quarto. Num sofá pequeno e branco, Zayn estava encolhido, dobrando as pernas para poder caber no sofá. Seu rosto estava tranquilo e perfeito.
Meu coração foi acelerando gravativamente enquanto meu celebro raciocinava e ligava os pontos. Ele me contou algumas coisas.
Formava um no na minha garganta, fechando-a e não me deixando respirar. Minha mãe e Zayn juntos no mesmo espaço.
Isso não poderia acontecer, poderia? Nunca imaginei que os dois poderiam se falar. Em todo esse tempo que fiquei mantendo um relacionamento com Zayn em segredo eu tive medo desse dia. No dia que eles iriam se encontrar. Era inimaginável.
Tentei me sentar na cama, mas a cada minusculo movimento que eu fazia todo o meu corpo doía. Minha mãe levantou a mão, para que eu ficasse quieta.
– Não, queria. Fique assim. Você fez uma cirurgia há dois dias, não pode se mexer. – a voz dela era baixa.Me acomodei na cama e repassei a fala dela na cabeça. Dois dias?
– Há quanto tempo eu estou aqui? – perguntei desesperada.
– Hoje completa três.Eu a olhei por um longo momento. Isso não era possível. Era como se eu tivesse olhando para Zayn e as estrelas e piscado, então minha mãe aparecia na minha frente em um quarto claro demais.
– O que aconteceu comigo para ficar apagada por dois dias? – sussurrei.Não sei porque estávamos falando tão baixo assim, mas a única coisa que eu não queria era acordar Zayn.
– Você teve uma fratura na costela. Eles implantaram algum pino de suporte em sua costela esquerda. Me disseram que você desmaiou de dor, então te sedaram pelos últimos dois dias para você não senti dor.Eu tive um pouco de vontade de rir. Desmaiar por dor? Que eu me lembre eu não senti nenhuma dor na hora do acidente.
– Quando você veio? – espantei outros pensamentos da cabeça entes que começasse a surtar.
– No mesmo dia do acidente – ela deu um longo suspiro – Quando cheguei você já tinha saído da cirurgia e estava sedada. Alguns dos seus amigos queriam vir aqui mas a diretora não deixou... Menos ele.Helena apontou com a cabeça novamente para Zayn. Me senti extremamente desconfortável.
– Ele passou dois dias inteiros aqui. Você só tem direito a um acompanhante, e não sei porque deixaram ele ficar. Já tentei manda-lo para o internato mas ele se nega. – minha mãe sussurrava tão rápido que precisava repedir na cabeça o que ela dizia.Formei imagens de Helena falando com Zayn. Era tão difícil de acreditar.
– Eu sei que vocês tiveram um relacionamento confuso, mas eu quero entender o que aconteceu naquela noite, tudo bem? – ela me perguntou.Relacionamento confuso? O que?
Meu coração martelava forte no meu peito. Só conseguia pensar no que Zayn disse para Helena. Será que ele abriu o jogo com ela e contou seja lá o que nós tínhamos antes da minha volta para casa? Será que ele foi capaz?
Grande parte de mim gostaria que ele tivesse dito tudo, porque isso me pouparia de ter de falar com a minha mãe, mas outra parte não queria isso,
Eu nem sabia mais o que dizer sobre Zayn. Ele foi completamente duro com comigo antes do acidente, não sei como ele iria agir agora. Todas as atitudes dele mexeram muito comigo. E se ele estava aqui só para ver como eu fiquei? E se ele estivesse com pena de mim?
Zayn sempre foi um grande se, que eu tive que me arriscar para saber a verdade.
E sei que iria continuar me arriscando.
– Tudo bem – disse por fim, já sentindo meu corpo doer outra vez.Helena sorriu para mim a passou as mãos pelas minhas. Ela estava tão preocupada. Nem conseguia imaginar como ela ficou. Havia só alguns dias desde que voltei. Como sempre, fui um peso.
– Ele não tem pais não? – minha mãe voltou a dizer baixo, dando mais uma olhada para Zayn.Não me atrevi a olha-lo, porque sabia a consequência que ele daquele estado poderia fazer em mim, então apenas encarei minha mãe.
– É uma longa história – sussurrei. Antes que ela pudesse abrir a boca novamente, falei: – Você poderia chamar alguém para me dar um remédio para dor? Não estou me sentindo muito bem.
– Mas você não quer falar com ele?
– Agora não. Pode fazer isso por mim? Só gostaria de dormir mais um pouco.
– Claro, claro – Helena beijou mais uma vez minha testa, porém muito mais suavemente, antes de sair do quarto.Quis chorar.
Grande parte porque eu estava morrendo em dor, outra porque minha vida tinha vidado de cabeça para baixo.
Meus olhos arderam, mas eu não poderia me acabar ali. Tudo o que eu queria era dormir até isso acabar.
Corri meus olhos até Zayn, tão lindo e miúdo naquele sofá. Eu queria toca-lo, ouvir sua voz e me derreter nos seus braços, mas isso agora parecia tão distante. Não tinha o que pensar, eu tinha medo do que aconteceria se ele acordasse.
Eu o amava demais e não suportaria de ele não me quisesse.
De repente, a porta se abriu. Minha mãe entrou com uma mulher de branco, segurando um prancheta.
– Olá, sou a sua doutora – a voz dela era tão baixa e suave que me perguntei se minha mãe tinha falado algo sobre não acordar Zayn – Como se sente?
– Me sinto mal; muita dor – sussurrei
– Certo – ela disse e voltou a atenção para meus aparelhos – Só tente não ficar nervosa, ok? Você vai se recuperar bem.Ela fez muitas perguntas e uns exames práticos em mim. Zayn continuava sem se mexer, imóvel no pequeno sofá. Havia quanto tempo que ele não dormia para estar daquele jeito?
No final de tudo, outra mulher entrou na sala, arrastando uma pequena mesa com rodinhas. Ela chegou perto de mim e sorriu.
– Pronta para descansar? – ela perguntou.A médica siau da sala, e então a mulher que deduzi ser a enfermeira enfiou algo no meu soro, e como um passe de magica a dor passou, me levando a um sono imediato.
Eu conseguia sentir. Claro que conseguia.
Nunca não iria reconhecer aquele toque, aquele calor que incendiava meu corpo e me deixava cada vez mais dependente. Meu corpo respondia a isso com as ondas de calafrios que me invadiam. Zayn sempre seria a minha fortaleza vestida de fraqueza.
Abri os olhos e o quarto estava um pouco mais escuro, mas ainda parecia branco demais para meus olhos. A dor nas minhas costelas não parecia tão forte assim, era apenas um incomodo chato.
Olhei para Zayn, com o corto curvado na minha cama. Ele estava sentando em uma cadeira, segurando firme minha mão contra sua testa. Sua respiração estava tranquila, olhos fechados e firmes. Eu não sabia o que ele estava querendo com ficar assim tão perto de mim, mas eu gostaria que ele tivesse boas intenções e que não me fizesse nada.
Eu não sabia se minha voz iria sair ou não, mas precisava tentar.
– Eu ainda não morri – tentei soar sarcástica, porém minha voz estava rouca demais, então pareceu um chiado.Zayn levantou a cabeça instantaneamente, soltando um suspiro longo, depois formando um enorme sorriso. Ele estava tão lindo com o cabelo amassado sobre a testa, deixando alguns fios sobre o olho. Não me lembro de ter o visto desse jeito.
Ele abriu a boca para falar, mas fechou. Me olhou por mais um tempo e vi seu rosto estremecer. Zayn ainda segurava minha mão, firme e parecia não querer soltar. Me senti feliz por isso.
– Eu estou bem – disse confiante. Não sabia o que esperar dele.Zayn continuava me olhando. Seu rosto perfeito analisando-me esquentava tudo dentro de mim.
– É, você está bem – ele confirmou, com a voz vacilante. Parecia dizer isso para si mesmo – Você está bem. Você está.
– Eu estou – confirmei.Conseguia ver a respiração dele ficando mais rápida. Seus dedos apertaram minha mão enquanto ele ainda me observava. Seus olhos estavam ficados em mim, nervosos e amáveis.
– Eu... – Zayn engoliu a seco, apertando mais minha mão. Aquilo era tão bom – Me desculpe, por favor. Eu não queria que aquilo acabasse assim, foi tudo minha culpa. Eu fui... eu fui horrível e você... – ele respirou fundo, enquanto eu ainda absorvia sua avalanche de palavras inesperadas – eu pensei que você iria ficar muito mal... eu pensei que você não iria sobreviver. Eu juro que nunca quis fazer aquilo, me desculpe.Ele desvirou os olhos de mim, balançando a cabeça, negando algo a si mesmo. Eu não sabia o que dizer para ele. Meu corpo começava a dar sinais de dor, mas eu não queria dormir de novo. Agora eu queria ficar ali, com ele.
– Eu vou entender se você... – ele fez uma pausa, olhando para minha mão entre seus dedos – se você não olhar mais na minha cara. Porque foi tudo a minha culpa... eu nem deveria estar aqui depois de ter te feito tanto mal. Me desculpe mesmo. – a voz dele vacilava. Parecia estar falando um discurso preparado, mas que na realidade não estava saindo como o previsto.Eu conseguia ouvir o pesar na voz dele. Meu corpo e tudo em mim o queria muito, mas algo me impedia.
– Você pode me ignorar, me bater, me mandar embora... – ele deu de ombros, brincando com minha mão. – qualquer coisa. Você tem o direito de fazer o que quiser comigo, porque eu fui péssimo com você. Escolha o que for o melhor para você. Se você ainda gostar de mim...
– Zayn – eu o interrompi, fazendo-o me encarar. Seus olhos estava pequenos, mareados e perfeitos. – Só... só cale a boca.Fechei meus olhos e dei um longo suspiro, me arrependendo em seguida. Toda vez que respirava, minhas costelas ardiam em brasa.
– Certo. – ouvi a voz dele estremecer e abri os olhos – Tudo bem. Eu vou ficar quie...
– Zayn – interrompi novamente – Não fique se desculpando. Só...As palavras fugiram da minha boca. Zayn me olhava ansioso, esperando pelo o que eu iria falar. Me senti quente de repente, como se ele estivesse me incendiando com o olhar. Recuperei minhas forças e disse:
– Você pode... – eu o encarei, com minha voz fugindo novamente.Mas dessa vez não precisei continuar. A porta se abriu e a mesma mulher que me sedou mais cedo estava carregando uma bandeja. Ela sorriu e seguiu até mim, colocando a bandeja em uma pequena mezinha giratória que havia perto da cama.
– Hora do jantar – a enfermeira disse e senti-me enjoada.
– Eu não... não tenho fome – disse. Zayn continuou na mesma posição onde estava, ainda segurando firme minha mão.
– Eu sei, mas você precisa começar a se alimentar com alimentos sólidos – ela sorriu, enquanto colocava a comida mais perto de mim – É uma comida simples, coma o quando você puder.E assim ela saiu da sala. Meu estomago se remexeu.
No meu lado, Zayn abaixou a cabeça e brincou com meus dedos outra vez, quieto e paciente. Eu não sabia o que fazer, tando com a comida e tanto com Zayn.
Fiquei um tempo olhando a comida. Uma sopa estranha, um pouco pão, suco e gelatina.
– Não vai comer? – Zayn me perguntou com a voz baixa.Olhei para ele, enquanto puxava seu cabelo que caia pela testa para trás.
– Eu sei lá – fiquei o observando por um tempo, e ele fez o mesmo comigo.Me perguntei o que ele estava fazendo ali. Afinal, o que ele queria?
Minha cabeça começou a transbordar de perguntas que não encontrava repostas. Se você ainda gostar de mim... as palavras dele ecoaram na minha cabeça. Enquanto eu ainda o olhava, perfeito na minha frente, as coisas pareceram rodar.
Zayn. Zayn. Zayn. Zayn. Ele acabava mais comigo do que um atropelamento.
Ele desvirou os olhos de mim e se manteve calado.
– Onde está minha mãe? – perguntei por fim.
– Ela foi em casa pegar algumas roupas – ele disse e deu de ombros.
– Que casa? – perguntei.Eu estava falando demais e sentia a dor voltando nas minhas costelas, mas eu precisava saber sobre muita coisa. Fiquei apagada por quase três dias e durante esse tempo Helena e Zayn ficaram juntos por mim. Eu nunca pensei que isso poderia acontecer.
– Ela alugou uma casa perto do centro – ele engoliu a seco – Eu ofereci a minha mas ela recusou.Helena alugando uma casa? Zayn oferecendo a dele? Eu iria abrir a boca novamente, mas ele me interrompeu:
– É melhor você comer a comida.Zayn soltou minha mão e se levantou da cadeira, tão rápido que não pude dizer nada para impedir. Ele foi até o pequeno sofá branco e se sentou, não olhando para mim.
Voltei meus olhos para a sopa e me contorci ao pegar a colher. Não tinha gosto, então não era bom nem ruim. Meu suco de laranja não tinha açúcar e me recusei a comer a gelatina.
Zayn ficou o tempo inteiro olhando para mim, o que foi bem desconfortável.
Eu queria perguntar porque ele se afastou daquele jeito de mim. Meu corpo começava a dar sinais de cansaço, mesmo que eu tenha acordado há poucas horas. Toda vez que respirava, aquele mesmo incomodo nojento e inquietante me fisgava na costela.
Afastei a pequena mesa giratória, sentindo um peso nos meus braços.
– Me deixe ajudar você – Zayn se levantou e pôs a mão na mesinha, colocando-a no canto novamente.Ele parou e ficou me olhando.
– Por que você continua aqui? – nem senti as palavras saltando da minha boca. Eu queria respostas. Queria saber o porque dele ter pena de mim. Eu sei que ele não queria nada novamente comigo, mas então porque estava aqui?Zayn me cravou com os olhos, mas depois desvirou, soltando um longo e pesado suspiro. Ele não parecia querer falar, então continuei.
– Se você não quer mais nada comigo, não tem que ficar aqui com pena de mim. Só não fica...
– Seunome, por favor... – ele me interrompeu, me dando as costas e caminhando para o sofá novamente. Zayn passou as mãos no cabelo despenteado e não se sentou no sofá. – Você precisa entender que eu... – a voz dele sumiu. Zayn se virou para mim novamente – Me desculpe por tudo, por favor. Eu não tenho pena de você, muito pelo contrário. Eu tenho pena de mim.Eu não sabia o que ele estava falando. Queria que ele me respondesse sem rodeios.
– O que? – franzi a testa. Ele me olhou e se sentou na cadeira na beirada da cama. Meu corpo tremia ainda mais com ele perto de novo.
– Eu... – ele limpou a garganta, olhando para qualquer lado que não fosse eu – Bem, eu fui um babaca o tempo todo. Fiz besteiras e atitudes ridículas. A maior delas foi ter feito isso com você.
Os olhos deles me encontraram e me senti incendiar. Seus olhos estavam pequenos, marejados e brilhantes. Eu não sabia realmente o que estava acontecendo.
– Você não fez nada comigo – respondi rápido.
– Olha onde você tá agora! – Zayn elevou um pouco a voz, mas depois baixou muito, bufando e passando as mãos pelo cabelo – Isso foi minha culpa. Se eu não fosse tão babaca... Eu... Eu pensei que ia... Que você fosse morrer.Zayn respirava fundo e alto. Eu queria tanto sentir o toque dele.
– Mas eu não morri – quase engasguei em dizer isso de novo.Eu poderia morrer, sim. Essa era um hipótese. Me senti enjoada e cansada demais de tudo isso aqui. Minha mãe, o hospital e o branco da parede. A unica coisa que eu conseguia ver e tentar endender nesse momento era Zayn,
– Mas poderia. – a voz dele baixa.Fiz silencio e ele também. Nós sabíamos que na realidade tudo isso era verdade.
Ele foi imprudente e eu também. Onde eu estava com a cabeça? Será que fugir daquele jeito do carro era a minha melhor opção naquele momento?
Era.
Comecei a me relembrar daquela noite, que já tinha começado de uma forma horrível. As coisas que Zayn me dissera voltaram correndo a minha cabeça. Me senti enjoada ao lembrar da rejeição que sofri. Os olhos deles frios ao olhar para mim.
– Por que você ainda está aqui? – perguntei de novo.Ele respirou fundo.
– Por que eu não estaria? – ele olhou pra mim.
– Porque desde que eu me lembro você não olhava na minha cara – soltei as palavras e ele tremeu – Me ignorava o tempo inteiro e nem quis conversar comigo. Você simplesmente me rejeitou naquele carro e...
– Já chega – ele disse e engoliu a seco. Zayn passou a mão na testa, bagunçando os cabelos em seguida – Não me lembre disso.Respirei fundo, fazendo minhas costelas doerem.
– Só me responda... – fui interrompida.
– Eu estou arrependido de tudo – a voz de Zayn ecoou alto no quarto – Quando você chegou eu deveria ter conversado com você, deveria ter feito as coisas diferentes. Mas eu fiquei com muito ódio. Você tinha me deixado de uma hora para a outra e fiquei sem saber o que fazer. Aquilo foi...A voz dele sumiu, assim como a minha.
Então ele estava arrependido? Mas arrependido do que? De ter me ignorado?
– Se você puder me perdoar... – ele tentou dizer.
– Por que eu não perdoaria? – ironizei.Zayn engoliu a seco. Ele estava tão perto de mim, mas eu não conseguia me mexer direito.
– Então nós podemos...Ele foi interrompido pela porta sendo aberta. Minha mãe entrou no quarto com a mesma enfermeira que me sedou e que me deu a comida sem graça. Helena olhou para mim e depois para Zayn sentado na cadeira perto da cama.
– Tudo bem com vocês? – ela perguntou, sorrindo insegura.
– Tudo – respondi.Zayn também concordou e se endireitou na cadeira, se afastando de um pouco de mim.
– Ótimo – minha mãe sorriu, e nos olha novamente, mas depois volta para a enfermeira – Tudo está pronto?
– Sim, peguei tudo.
– Ok, vamos filha – Helena pegou perto de mim, e inclinou meu travesseiro.
– O que vocês irão fazer? – perguntei.
– Vamos trocar seu curativo e dar banho em você – ela me respondeu.Minha mãe e a enfermeira ficaram em volta da minha cama, tirando as cobertas confortáveis de mim.
– Não... não sei se eu vou...
– Vamos bem devagar – a enfermeira me assegurou.Engoli a seco e olhei para Zayn, que prestava atenção no que elas faziam. Não deu tempo para ele terminar o que iria dizer e eu também queria conversar com ele. Tínhamos muito o que conversar.
Elas me colocaram em uma cadeira estranha que tinha rodinhas e assim entrei no banheiro repleto de barras para segurar. Me senti enjoada e com dor. Sem dificuldades graças a rodinha, logo eu já estava em baixo do chuveiro refrescante. Minhas costelas ardiam como fogo.
Eu tinha passado por uma cirurgia que fez um corte cinco centímetros na região na costela, para fazer algum tipo de ligação com minhas costelas quebradas. Depois delas terem trocado o meu curativo – com minha mãe ajudando pela prática por ser médica – elas me colocaram em mais uma roupa sem graça e larga do hospital. Escovei os dentes de me senti um pouco melhor por isso.
Enquanto minha mãe e a enfermeira me ajudavam a fica de pé, me segurando pelas ombros, estiquei meu pescoço e me olhei no espelho. Meus lábios estavam secos e brancos, assim como meu rosto. Meu cabelo estava molhado e caia de um jeito estranho sobre meu ombro. Eu estava sem expressão, apenas vazia e com olhos inchados.
Eu estava horrível.
Acho que era por isso que Zayn estava pensando que eu iria morrer. Não havia outro jeito de me parecer melhor, e então me conformei com minha aparência.
Elas me carregaram para minha cama novamente, mas Zayn não estava lá. Eu queria saber onde ele foi, se iria voltar. E se ele se arrependeu do que disse? Será que quando viu que eu não iria morrer foi embora?
Confesso que me senti decepcionada. Eu queria que ele me olhasse com queles olhos de novo... olhos que sou completamente apaixonada. Olhos que me olhavam como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
Enquanto me deitava, olhei para o sofá. A jaqueta de Zayn continuava ali, amarrotada sobre o pequeno sofá. Me senti um pouco melhor. Ele iria volta, precisava. Eu precisava.
A enfermeira ajeitou meu soro, saindo tão rápido que nem percebi. Eu estava mergulhada nos meus pensamentos sobre Zayn, que nem notei minha mãe se sentando na beirada da cama.
– Podemos conversar agora? – Helena me perguntou o mais docemente possível.
– A-agora? – gaguejei. Eu estava esperando a hora que Zayn iria entrar naquele quarto novamente.
– Sim – ela confirmou – Pedi Zayn que nos deixasse um pouco sozinhas para colocar o papo em dia.Meu peito se encheu um pouco novamente. Ele não foi porque quis, foi porque minha mãe mandou. E então iria voltar. Por mim.
– Hm, ok. – respondi.Eu estava me sentindo um pouco cansada, com dor, mas talvez pudesse aguentar uma conversa franca com a minha mãe.
– Por que não começamos com você me dando explicações sobre Zayn?Engoli a seco, tomando um pouco de coragem.
– O que você quer saber? – perguntei, mantendo minha voz tranquila. Estávamos apenas tendo uma conversa amigável.
– Tudo – Helena parecia um pouco seria.
– Hãn, bem... – minha voz sumiu. Por onde eu deveria começar? – Eu o conheci quando cheguei aqui pela primeira vez. Eramos da mesma turma... fizemos duplas... – lembrar de tudo aquilo, me fez lembrar da primeira vez que vi Zayn. Parecia há muito tempo.
– E o que mais? – Helena ainda estava com o rosto serio.Meu medo por tudo o que eu temia voltou a mim. Eu tinha medo que minha mãe descobrisse sobre Zayn... descobrisse que eu tinha arrumado um namorado. E agora estou aqui, contando tudo para ela. Qual seria a reação de Helena?
– E... – eu não sabia o que dizer, então recorri para o que mais me caiu bem na hora – Olhe, mãe, eu fiquei com medo de contar para alguém. Ninguém daqui sabia, porque pensei que iriam me julgar. Que você iria me julgar. Porque tipo, você me manda para cá para esfriar a cabeça e eu apareço com um garoto? Não iria ser o que você planejou, então... então eu não queria te contar com medo que acabasse.As palavras correram pela minha boca e eu nem percebi. Tudo aquilo era verdade.
– Ah meu Deus! – minha mãe exclamou, ajeitando-se na cama – Minha filha arruma o primeiro namorado e não me conta!Hã?
– Quê? – perguntei.
– Minha querida, porque não me contou que estava caidinha por ele?Meu coração martelou forte no peito, fazendo minhas costelas doerem cada vez mais.
– Espera ai, o que?
– Você deveria ter me contado – ela sorriu, enquanto eu tentava me recuperar – Eu nunca iria te julgar por isso, filha.
– Então... você não está brava?Helena revirou os olhos.
– Por que eu ficaria?
– Porque você me mandou para o internato para me endireitar e eu apareço com um namorado e então... – parei e recuperei o folego. O que eu estava falando mesmo?
– Você deveria ter me contado – ela repetiu.Fiquei me perguntando o que aconteceria se eu tivesse contado. Será que nada disso estaria acontecendo? Tudo seria diferente. Eu e Zayn poderíamos ter ficado juntos livremente. Eu fui idiota. Fiz uma grande burrada. E não poderia voltar no tempo para desfazer isso.
– Hum, certo – Helena puxou-me para a conversa novamente – Me conte o que te fez larga-lo e voltar para casa.Me conte o que te fez larga-lo e voltar para casa. Me conte o que te fez larga-lo e voltar para casa. Me conte o que te fez larga-lo e voltar para casa.
Minha mãe falou que eu o larguei? Como assim?
A mais interessada na minha volta era ela. E grande parte para minha volta foi por ela. Para ser a filha que ela sempre quis.
As palavras dela ainda circulavam pela minha cabeça aflita. Que diabos era isso tudo?
– Eu... eu não o larguei – soltei pasma, para minha defesa – Só não... não estava dando muito certo naquela época.Decidi contar finalmente tudo para minha mãe. Contei sobre como tudo começou, como me apaixonei por ele – embora seja completamente vergonhoso – e como tudo terminou. Deixei de lado a parte que o vi beijando outra, porque aquilo não me importava mais.
– E você quis voltar por ele? – Helena me perguntou, depois de um minutinho de silencio.
– Grande parte foi por ele – confirmei.Ela balançou a cabeça, assentindo.
– E o que aconteceu na noite do acidente? – minha mãe não parava de fazer perguntas, o que me deixava mais cansada. Porém ela tinha o direito de saber.
– Eu... eu tinha pego uma carona com ele e comecei a me irritar... Sai do carro, atravessei a estrada e não lembro mais de nada – contei a verdade.
– Ele me contou que foi tudo culpa dele, que ele tinha te tratado mal... – minha mãe começou a dizer, mas parou. Eu não faço ideia sobre o que Zayn disse a ela, mas com certeza disse que foi o culpado – Quando você voltou, o que aconteceu de verdade?Eu não queria responder, mas precisava.
– Digamos que ele não queria falar comigo – dei um sorrisinho, rindo das minhas lembranças sobre a dor que senti – E eu estava forçando a barra... Fui uma idiota com ele, mãe. E no final fui mais idiota ainda ao atravessar a estrada sem olhar.Helena ficou em silencio. Talvez ela estivesse digerindo isso tudo ainda, assim como eu.
– E como estão as coisas agora? – a voz dela voltou.
– Não tenho a menor ideia – soltei.
– Ele parecia tão... desesperado – minha mãe disse – Ficou o tempo inteiro dentro desse quarto esperando você acordar. Juro que não soube o que fazer quando cheguei aqui desesperada e achei esse garoto chorando por você.Sabia que não havia graça, mas soltei um sorriso quando ela disse isso. Enfim, ele se importava.
– E ainda não sei o que ele faz aqui. Ou os médicos se dão muito com ele, ou... sei lá. Eu sei que ele estava preocupado e passando por um momento difícil junto comigo, mas agora você está bem. Ele é menor de idade, não pode continuar vivendo aqui e não no internato. Eu sei o que ele que ficar com você, mas pode prejudicar ele...
– Ele é assim mesmo – a conformei – Mas posso falar com ele. Posso pedir pra ele voltar.Minha mãe assentiu com a cabeça. Me senti cansada e meus olhos pesavam. Helena me contou um pouco de como recebeu a noticia e de como foi a recepção que teve de Zayn. Eles haviam conversado muito sobre a minha vida. Não me senti chateada, mas gostaria de saber tudo sobre isso. Helena e Zayn conversando... isso era realmente verdade? Não se se acreditaria.
Dormi com minha mãe falando, e depois, quando acordei de madrugada, Zayn estava encolhido novamente no sofazinho. Lindo e perfeito. Ele havia voltado. Sorri e depois voltei a dormir.
– Ela era insegura com tudo... – ouvi a voz de Zayn assim que meus sentidos ficaram em alerta para acordar. Me senti feliz por ele está no quarto, precisava falar com ele sobre ainda estar aqui.Quando estava prestes a abrir os olhos, ouvi a voz da minha mãe.
– Depois da morte do pai, ela ficou assim – minha mãe fez uma pausa e ouvi um suspiro dela – Eu tentei fazer de tudo, mas não funcionou. Nem o tempo ajudou. Manda-la para cá parecia minha ultima opção, entende?
– Claro – Zayn disse. A voz dele estava meio rouca, e os dois falavam baixo. Eles não queriam me acordar. – E de certa forma, talvez, aja diferença nela agora. Você vê?
– Vejo – minha mãe disse, e depois continuou entusiasmada: – Quando ela chegou em casa, percebi que não estava totalmente feliz. Mas quando ela se concentrava em alguma coisa, parecia bem melhor. Melhor do que nunca.Fiquei tensa com o que ela disse. e ainda mais por está falando isso com Zayn. Justamente com Zayn.
– Mas depois, ela caia novamente num estado ruim – minha mãe se lamentou com a voz baixa – Acho que aqui fazer bem par ela.Zayn ficou em silencio assim como minha mãe. Eu queria escutar mais, porém eles pareciam não querer falar. Tentei pensar e deduzir alguma coisa sobre o que escutei, mas não conseguia nada. Zayn e minha mãe falando sobre mim, abertamente. Queria descobrir como tudo isso foi acontecer tão rápido.
Respirei pesadamente, sentindo minhas costelas. Me remexi na cama, abrindo os olhos devagar em seguida.
– Bom dia, querida – Helena veio até mim, sorrindo.
– Bom dia – eu disse, e fechei os olhos novamente. Só de pensar em ver Zayn eu já me sentia quente.
– Está tudo bem?
– Sim, mãe.Abri os olhos novamente, mas Zayn não estava no meu campo de visão.
– Bem, eu tenho umas coisas para resolver, então Zayn irá ficar com você, ok?Eu assenti e ela beijou minha testa. Helena falou com Zayn e depois saiu.
Zayn foi para a beira da minha cama. Ele tinha trocado de roupa e, mesmo que estivesse amarrotada, estava lindo. Ele deu um sorrisinho para mim, que me incendiou. Nesse momento, eu esquecia de tudo. De todas as minhas dores e remorsos. Ficava curada.
– Vamos dar um passeio? – ele me perguntou.
Depois da enfermeira me dar banho e trocar meus curativos, Zayn me colocou em uma cadeira de rodas de verdade. Eu ainda não me sentia segura para andar, então teria que andar assim enquanto estivesse com os curativos.
Na verdade, nem foi um passeio. Zayn me levou ao jardim central do hospital, onde havia algumas árvores e bancos. Alguns pacientes também estavam lá, tão acabados quanto eu. Nem quis pensar sobre como estava meu cabelo e minha pele pálida.
– Como você está hoje? – perguntei a Zayn, enquanto ele me levada para o meio do jardim.
– Quem deveria fazer essa pergunta sou eu – ele reclamou.Zayn ajeitou a cadeira de rodas no lado de um banco, parecendo que eu estava sentada junto com ele. Observei a grama verde e aproveitei o sol na minha pele por uns minutos.
– Agora estou bem – ele respondeu por fim.Inesperavelmente, ele passou as mãos pelas minhas costas, me incendiando. Seu toque era tão perfeito que me sentia zonza.
– Diga que você está bem também – pediu, sem olhar para mim.
– Eu estou bem – disse essa frase que perdi as contas de tanto que falei.
– Ótimo – ele respondeu – Sempre diga isso a mim.Ele ficou em silencio por mais um tempo. Eu não sabia o que falar.
– Foi tudo minha culpa, desde o começo – Zayn respirou fundo. Eu conseguia ver pelo cando do olho o peito dele subindo e descendo.
– O que?
– Você está aqui por minha culpa...
– Ah, não. – disse, cortando-o – Isso de novo não.
– Penso nisso o tempo inteiro – Zayn engoliu a seco – Aquilo tudo foi porque eu sou uma babaca...
– Pelo amor de Deus, se você falar mais alguma coisa eu vou te bater. – berrei – Por favor, não fale mais nesse assunto.Acho que ele percebeu que eu estava irritada com isso. Sei que ele se sente culpado, mas terá que esquecer. Porque eu quero esquecer, e boa parte de mim já pensa nisso como passado. Entendo que tive consequências e que terei que enfrenta-las, mas agora o que me importa é ficar bem.
– Tudo bem – Zayn respondeu – Mas você sabe o que eu penso sobre isso.Respirei fundo e me ajeitei na cadeira desconfortável. Olhei para as árvores e pensei um pouco sobre o que iria fazer agora. Eu tinha de falar com Zayn sobre ele ainda está aqui e ver como tudo iria funcionar. Eu não iria despacha-lo, só pediria que ele voltasse para a escola. Por que parecia tão difícil?
– Então – minha voz saiu calma –, você tem falado com as pessoas da escola?
– Só umas vezes com o Liam por telefone – Zayn olhava para frente, passando uma mão na outra.
– Ahram – murmurei – E você pretende voltar pra lá quando?
– Pra escola? – ele se virou para mim completamente, me fitando com os olhos arregalados – Você quer que eu volte para o internato?Engoli a seco e pisquei. Ele ficou tão nervoso.
– Não! – disse – Quer dizer... Bem, Zayn, sua vida continua. Não pode parar por mim.
– Pode sim – ele me cortou. Seus olhos ainda me analisavam, o que deixava a situação mais difícil.
– Zayn, só estou falando...
– Você quer que eu vá embora, tudo bem. Eu te prometi que iria entender tudo o que você quisesse.
– Será que você pode me deixar terminar? – pedi.Ele passou a língua pelos lábios e concordou com a cabeça.
– Preciso me recuperar, ficar cem por cento – minha voz saiu calma, o que não valia para meu coração, que pulsava rápido demais – Quando estiver boa novamente, recomeçaremos.Seus olhos me fitaram por intermináveis segundos.
– Recomeçaremos – para meu alivio, ele sorriu. – De novo.Sorri também, e senti o peso sair das minha costas. Pensei que seria muito pior. Enquanto eu voltava a observar as árvores, sua voz reapareceu:
– Pensei que você viu o que era melhor e iria me enxotar daqui.
– Isso nunca iria acontecer.Ele riu, e inesperadamente pegou na minha mão. A onda de calor foi imediata, me dando muito mais alegria do que eu esperava. Sempre me esquecia o quanto ele me fazia bem, e só assim para me lembrar.
– Se você voltar agora, consegue pegar as aulas da tarde – o lembrei.Zayn respirou fundo e demoradamente.
– É – concordou. Ele fez silencio e depois se virou completamente para mim, ainda segurando minha mão – O médico disse que logo você vai receber alta...
– Quando eu ficar cem por cento, irei encontrar você – afirmei novamente – Precisamos disso. E não irá ser como antes, porque eu vou estar aqui, perto de você.Ele sorriu de novo e isso me fez um pouco melhor.
Conversar com Zayn sobre ficamos um tempo longe do outro era estranho e doía, mesmo sabendo que ele voltaria para mim qualquer hora. Não gostaria de pensar ou estimar um tempo para que ficasse boa, mas queria que fosse boa.
– Ótimo então – ele sorriu e apertou minha mão, me mando mais uma onda de calor.
Enquanto Zayn empurrava minha cadeira de rodas para dentro do quarto, pensei em como tudo seguiria daqui para frente. Eu ficaria com minha mãe na casa que ela alugou aqui, me recuperando. Não sei o que Helena iria fazer com o trabalho, mas tenho certeza que ela pediu um tempo de licença.
Eu tinha passado uns três dias apagada, então não sabia o que estava acontecendo. Me recordei das minhas ultimas lembranças antes do atropelamento, e então de Izy. O que aconteceu com ela depois do hospital?
– Como está Izy? – perguntei a Zayn, assim que ele estacionou minha cadeira em frente a cama.
– Bem – ele disse. – Madalena levou dois golpes vendo você e ela internadas, falou muito, mas, eu nem prestei atenção. Izy saiu no dia seguinte e veio ver você. Ela também falou com sua mãe.
– Hmm – resmunguei. Me passou pela cabeça o que Izy falou com minha mãe.Enquanto eu ainda pensava, Zayn veio até mim e me pegou pela cintura, depois pelas pernas. Fui tirada cuidadosamente da cadeira de rodas, parecendo uma criança frágil. Passei os braços pelo pescoço dele, enquanto era erguida. Senti a pele dele sobre meus dedos, macia e quente.
Ele me colocou delicadamente na cama e seu rosto ficou bem perto do meu, fazendo sua respiração bater no meu rosto. Decidi manter minhas mãos em volta dele, deixando-o curvado. Aproximei meus lábios e o beijei.
Ele respondeu calmamente ao beijo. Os lábios dele eram quentes e irradiavam ondas de calafrios em mim, deixando-me ainda mais tonta. Ele colocou a mão no meu rosto, movimentando seus lábios nos meus.
– Você vai ficar bem sozinha? – Zayn perguntou bem baixinho, beijando meu queixo em seguida.
– Aham – suspirei, enquanto ele subia os lábios para me beijar outra vez.Eu sentia muita saudade de tudo o que vinha dele. Eu nem me lembrava mais sobre o que aconteceu no carro na noite em que fui internada, então essa era como se fosse a primeira vez que o beijava depois de muito tempo, e era maravilhoso.
– Estarei esperando por você – Zayn sussurrou demoradamente, e eu sorri.Ele me fazia tão bem. Me sentia completamente curada de qualquer coisa que me atingisse. Senti saudade de tudo, e não sei se aguentaria ficar longe dele por muito tempo.
– Zayn... – eu o chamei, enquanto ele beijava meu nariz. Eu sorri e completei – Eu te amo.Ele me beijou de novo, tão intensamente que tudo parecia ferver em brasas.
– Eu te amo – ele murmurou, no meio de um beijo. Suas palavras eram perfeitas para mim.Zayn disse mais algumas coisas e me beijou ainda mas, antes de partir pela porta. Encarei a parede branca, pensando sobre tudo o que aconteceu. Eu o amava – isso era fato – e tinha certeza que ele me amava.
Eu iria voltar para ele e ele para mim.
Mas agora a saudade me abraçou, tirando todo aquele calor e alegria que ele me mandava. Me senti triste, cansada e com dor novamente. Eu precisava de Zayn, não importando as consequências.
O que eu fiz o mandando ir?
CONTINUA...
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MINHA GENTE BONITA.
Como eu sempre avisava, a coisa tá muito mais feia pro meu lado.
O buraco é muito mais embaixo do que eu pensei.
EU NÃO TENHO MAIS TEMPO PRA NADA.
Minha vida é escola, casa e escola de novo. Não sei mais o que fazer. Eu tenho 6 seminários pra fazer, e sinceramente nem tenho tempo pra fazer isso tudo de trabalho. To com medo de repetir gente, me ajuda.
A FANFIC TÁ ACABANDO CARAIO.
Minha bebezinha.
Ahh, vou chorar.
Para quem conversa comigo no WhatsApp, eu perdi meu celular (sou uma anta, eu sei). Quando eu ganhar um novo – orem por mim para que seja logo – mando meu número novo.
AMO VOCÊS BARAI <3
Velha falar comigo no facebook!
COMENTEM PARA ME TIRAR DA FOSSA QUE É MINHA VIDA AGORA.
Já falei que amo vocês? Então, eu amo vocês <3
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAh, precisava de um capítulo menos turbulento os outros estavam com muita emoção e ação, mas continua perfeito ❤
ResponderExcluirA coisa não ta boa pra mim tbem na escola, vou fazer 6 provas de seleção e tenho que estudar :(
Boa sorte pra você ! Beijo
P.s: Continua rápido porfavor hehe
Aaaaaaaahhhhh que perfeitamentee perfeitaaa, fiqueii a fic todinha esperandoo MEUU beijuu com o Zaza, muito muito muito muito muito perfeitoo!!! A Fic num pode ser pra sempre, não??!!! Apoiariaa isso cem por cento!!! Continuaaa minha deusaaa!!! Beijinhos ❤
ResponderExcluirApaixonada é a palavra que resume oque eu senti enquanto lia essa fanfic. Valeu muito a pena ter esperado esse tempo pelo capítulo. Eu viajo muito nessa historia e me sinto muito bem lendo-a. Estou louca pra saber o final e nao imagino qual emoção sentirei quando eu ver que acabou. Por mil teriam mais 10 temporadas.
ResponderExcluirAmo demaisss ❤
Por mim*
Excluiraaahh finalmente eles voltaram so deus e vc sabem oque eu passei com esses dois... bjss
ResponderExcluirPerfeito demais!! Vale a pena esperar esse tempo todo, a cada lida que eu do, fico mais apaixonada... Você está de parabéns Mel, sem explicações, lindo demais ♥♡♥
ResponderExcluirPerfect...sem palavras best fanfiction ever ansiosa pro final e com a outra fic que vc disse com o Liam...Forças com os estudos gata tah puxado pra mim tbm
ResponderExcluirEsse capítulo acabou comigo mt perfeito !! continua por favor..
ResponderExcluirTa pft princesa eternamente sua fa bjs by josiane
ResponderExcluirO que eu posso dizer? Tá mt perfeita, se não faz a menor idéia de quem sou eu (pq tô no anônimo) sou aquela menina chata que vive lendo sua fanfic chamada Bianca. Tô sem Internet e por um milagre consegui entrar no celular de algm, então, mesmo que eu fique sem Internet por mais tempo (eu espero que não) e não consiga entrar mais aqui, só quero dizer que tá mt para mesmo e continua plmrdds
ResponderExcluirBj :)
pfta*
ExcluirEitaaaa, super ansiosa pro próximos cap! continue <3
ResponderExcluirArrasada com a saída de zayn, ainda nao caiu a ficha.
ResponderExcluirTenho esperanças de que ele Volte..
nao consigo imaginar o show deles, faltando um integrante
Nem acredito que o fim está chegando, sempre vou amar essa fanfic! CONTINUE! <3
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