quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Change My Mind - 2ª Tp - Cap 9 - He.

Amar você para sempre não pode ser errado
Mesmo você não estando aqui, não vou seguir em frente 
- Dark Paradise



– Você está fazendo o que? – gritei assim que saltei para fora do carro. 
A vi cambalear pelo acostamento, parecendo uma bêbada sem rumo. Ela me ignorou e voltou sua atenção aos pés para continuar andando. Que diabos ela estava fazendo?
– Ei! – gritei novamente, ainda sentindo os efeitos dela sobre mim – Volte aqui! 
Seunome continuou andando, não dando a minima para mim. Será que ela sabia o que tinha feito comigo? Na cilada que ela com certeza planejou e que eu cai como um idiota?
– Volte agora para aquele carro! – comecei a correr em sua direção, não ligando em deixar meu carro largado. Será que ela não escutava minha voz desesperada? Me sentia furioso com ela fazendo isso. Parecia uma criança praticando pirraça com os pais. Não poderia ficar assim. Puxei seu braço com raiva, não medindo a força que usei – Que merda você pensa que está fazendo? 
Ela me encarou, os olhos vermelhos e o rosto molhado. Eu estava agindo como um idiota, recusando aquilo que eu mais queria dizer sim. Eu poderia ter acabado com isso no carro, me libertando dos meus planos de faze-la sofrer o que eu sofri e viver ao lado dela novamente, mas eu era teimoso demais.
– Você não me ama mais – quase não ouvi a voz dela. O que? Será que ela era idiota o suficiente para acreditar que eu não a amava mais? Enquanto eu mantinha uma guerra na minha cabeça, ela continuou com a voz fraca – Eu sei que não. Então, por favor, não brinque comigo. Preciso seguir sozinha. 
Eu a fitei e realmente tive vontade de rir do que ela acabou de dizer. Parei de pensar e fiquei revendo tudo o que eu fiz nas ultimas semanas e constatei que tudo o que eu fiz foi pensar nela, então como eu não a amava mais?

Sem que eu percebesse, ela tirou meus braços dela delicadamente, dando passos pavorosos de lerdos para longe de mim.

Eu deveria dar meu braço a torcer e admitir que era um palhaço por agir dessa forma, mas toda vez que pensava em fazer isso, os dias que fiquei sozinho voltam para lembrar-me da dor que sentir sem ela. Me fazendo querer que ela sentisse a mesma dor.

Os carros passavam rápidos e provocando mais ventos frios. Engoli em seco e a olhei se distanciando de mim.
– Volte. Para. O. Carro. – rosnei. Não iria deixa-la, porque ela era minha. 
– Eu vou te deixar em paz, me deixe em paz também – sua voz era tão fraca e cortada que demorei para entender. Depois, pensei que ela iria se virar, mas ficou encarando a estrada.
Novamente, ela andou desengonçadamente até a beira do acostamento e começou a andar em direção a pista. Ela não estava tentando se matar, estava? Será que ela não via os carros?
– Para! Para com isso! – gritei, mas novamente ela me ignorou – Ficou retardada? – estava rezando para ela me escutar, porque isso era suicídio – Sai dai! Sai! 
 Meu coração ganhou força total quando percebi um carro muito próximo dela. Queria gritar mais, porém minha voz sumiu. O vento pareceu ganhar mais forças, minhas pernas tremeram por pensar no que estava prestes a acontecer.

Ela se virou para mim enquanto eu tentava sinalizar com os braços, mas já era inconsequente da minha parte.

Foi tudo em câmera lenta, bem diante dos meus olhos. Um clarão e uma freada fizeram meu mundo cair e se quebrar em um milhão de pedaços.

De repente ela estava no chão, com os braços jogados encima do corpo e olhando para cima. Meu peito ardeu junto com meu rosto, me deixando tremulo. Quando percebi, já estava inclinado sobre ela, sentindo um nó se formar na minha garganta.
– O que você fez sua maluca? – minha voz quase não saiu. Ela ainda estava com os olhos abertos, e isso era a única coisa que me dava certeza que ela ainda estava comigo, viva. Sei que esse não era o momento para brigar com ela, mas sua teimosia era demais para não falar nada – Meu Deus! Você é idiota? Só pode.
O corpo dela tremia, mas ainda podia vê-la respirando. Por uma fração de segundo, vi uma sombra se mexendo no lado no carro. Uma cara alto e magro apareceu, com as mãos na cabeça.
– V-vou ligar para a ambulância. Ela não morreu não né? Pelo amor de Deus! – ele gritou e pareceu tremer ao olhar para mim.
– Cala a porra da sua boca seu imbecil! – rosnei para ele, que se recusava a olhar o corpo de Seunome estirado no chão – Fica acordada, tudo bem? – disse para ela. Não iria aceitar vê-la fechando os olhos – Olhe para mim. Não durma, não faça isso. Olhe para mim! 
E ela obedeceu, movendo os olhos bem devagar até mim. Sua boca começava a ficar sem cor, e um vento nos atingiu. Imediatamente tirei meu casaco e joguei encima dela, na tentativa inútil de proteje-la.
– Fique quietinha, ok? Vai ficar tudo bem – quase ri da minha voz tremular e nauseada. Coloquei a mão na testa dela, mas me arrependi. Estava gelada e não aguentaria se senti-la sem aquele calor que me faz tão bem, então puxei-a de volta –  Meu Deus isso é culpa minha. Tudo culpa minha. Me perdoe por favor. 
Olhei seu corpo encolhido naquele asfalto frio. Era tudo culpa minha. Eu era o culapado. Se eu não tivesse sido tão babaca isso não estaria acontecendo. Pensar que ela poderia ficar gelada e morta era demais para mim. Isso era ridiculamente doloroso. Se ela fosse, eu também iria.

Seus olhos ameaçaram fechar e eu me desesperei. Ela não poderia fazer isso comigo. Não poderia me deixar. Nunca. Não de novo. Não para a morte.
– Não feche os olhos! – implorei – Não faça isso. Olhe para mim. Agora! – não conseguia impedir as palavras, elas apenas saiam e eu gritava ainda mais – Não! Fique aqui comigo, eu estou mandando! Olhe para mim.
Mas ela não estava mais olhando. Seus olhos ficaram vazios e pequenos, até se fecharem.
– Eu estou mandando você abrir os olhos, Seunome. Isso não é um pedido – só fui perceber que estava tremendo quando fui segurar seu rosto – Abra os olhos e fique comigo. Vamos. Eu estou aqui.  
 – Cara, não mexa nela. Pode ser pior – aquele cara voltou a dizer e tive vontade de espanca-lo.
– Me deixe em paz! Vá para o caralho! – gritei, e só assim percebi as lágrimas malditas no meu rosto.
Ele se afastou e falou com outra pessoa, me deixando sozinho novamente com o corpo dela no chão. Sua pele estava fria, mas ainda conseguia sentir a respiração calma e tranquilizadora de Seunome. Eu daria tudo para vê-la de pé, me olhando como se fosse a coisa mais importante para ela. Daria de tudo para vê-la feliz e me mandando fazer os exercícios de biologia. Abriria mão de qualquer coisa para tê-la de volta.

Senti alguém tocar meu ombro, estava prestes a revidar, mas vi o uniforme de paramédico.
– Você poderia deixar o trabalho com a gente agora? – ele perguntou calmamente, enquanto eu recobrava meus sentidos para o mundo. Tudo o que me importou até ali foi Seunome nos meus braços.
Mais paramédicos ficaram a volta dela, já tirando-a dos seus braços. Demorei a entender que estava sentado na estrada, com muitas pessoas em volta de nós. Uma pista foi interditada, provocando uma enorme fila de carros esperando para passar.

Meus olhos arderam e eu neguei com a cabeça.
– Não vou deixa-la sozinha – sibilei.
– Nem precisa deixa-la, temos que agir rápido...
– Não vou deixa-la! – gritei.
De repente ela não estava mais nos meus braços, estava sendo completamente imobilizada. Como fizeram isso tão rápido?
– Pode vir na ambulância como acompanhante – o cara me disse, mas a maca em que a colocaram já seguia para longe de mim.
Como eu não percebi toda essa multidão e luzes idiotas piscando?

Meus pés não davam passos firmes e quase cai várias vezes seguindo a maca. Tudo girava, mas eu não iria deixa-la sozinha. Não mais.
– O acompanhante é esse – o paramédico que estava falando comigo me anunciou, enquanto eu me jogava para dentro da ambulância.
Ninguém se importou, todos estavam em volta dela fazendo não sei oque. Eu queria ver, mas a melhor coisa que poderia ser feita agora era me concentrar em parar de tremer.
– Quer um calmante? – um cara me disse, enquanto eu tentava não surtar com o barulho da sirene. 
– Não – disse e enterrei o rosto nas mãos, recusando-me a olha-la naquele estado.
– Cara, vai ficar tudo bem. Ela não tem fratura exposta...
– Eu não quero saber – grunhi – Não quero.
– Será que você pode manter o volume baixo? – outro cara se virou para mim no cubico. Ele era o chefe?
 Virei o rosto e encarei o branco da porta. Depois de incontáveis solavancos, o inferno começou. Eu estava de volta aquela emergência nostálgica e barulhenta. Não sabia o que fazer, mas a única coisa que fiz foi seguir a maca pelos corredores. Meus pés corriam no chão escorregadio lado a lado a maca. Parecia que havia passado horas desde que estive aqui.
– Qual o quadro? – uma mulher apareceu, seguindo com a maca também – Contusão exposta? 
– Não. Atropelamento e desmaio. O melhor seria o raio-x. – outro respondeu.
Fiquei apenas observando aquilo, enquanto eles conversavam entre si.
– A paciente estava sozinha? – ela perguntou de novo. De onde eu a conhecia?
– Não, com um esse cara – o socorrista que estava falando comigo me anunciou para ela.
A enfermeira me olhou e arregalou os olhos.
– Meu Deus! – ela exclamou – Você de novo? – acho que ela penso que eu era maldiçoado. E talvez fosse mesmo.
Não disse nada, apenas a encarei.
– Já sabe como funciona, né? – ela colocou a mão no meu braço e me impediu de andar – Não pode passar daqui.
– Não – eu disse e continuei andando – Eu tenho que ficar com ela. Eu posso. 
Ela me parou mais uma vez, enquanto a maca seguia rápido e sem mim. Meu coração parecia ser esmagado enquanto Seunome ficava cada vez mais longe.
– Pode preencher isso? – ela me entregou a mesma ficha que Liam preencheu um tempo atrás. 
Eu a peguei e me senti um completo inútil. Tudo isso era minha culpa. Se algo de ruim acontecer, não iria me perdoar. Ela estava fugindo de mim, porque eu a neguei. Fui um idiota por tentar criar essa barreira, porém isso só a machucou mais.

Meus pés seguiram forçados até a sala de espera. Eu estava tremendo, completamente em êxtase. A ficha estava caindo bem devagar, porém estava caindo. Caindo sobre mim e esmagando meu coração.
– E ai, cara – ouvi uma voz familiar e tremi – Esqueceu alguma coisa aqui?
Liam apareceu na minha frente, segurando um copo grande de café e uns bolinhos. De repente, meus olhos ficaram embaçados. O que eu iria dizer? Hey, Liam, eu fiz Seunome ser atropelada, pode me dar um bolinho? 

Ele ficou me olhando e colocou a comida encima de algum lugar que não me importava. Todo o meu corpo doía, como se eu estivesse sido atropelado. E acredite, eu queria estar. Eu poderia ter sido atropelado no lugar dela, se fosse para te-la bem, eu faria isso. À vida dela vale mais do que a minha. E eu estava disposto a pagar qualquer coisa para te-la comigo.
– Onde está Seunome? – ele segurou meus ombros, me sacudindo – Zayn? Zayn? Cara? 
Não conseguia falar, apenas olhava para o vazio. Eu não tinha coragem. Era um fraco. Um completo idiota.
– Zayn? – Liam me sacudiu mais um vez – O que aconteceu? 
– Eu... ela... – senti arrepios no meu corpo. Como eu iria contar isso a ele? Fechei os olhos, trincando os dentes. Tremi de novo, enquanto sentia mais solavancos dele.
– Zayn, você está branco! – ele me guiou até o sofá, me obrigando a sentar – O que há de errado? Onde está Seunome? Eu vou chama-la, mesmo você não querendo. Onde ela...
– Não! – eu gritei, fazendo uma mulher na sala olhar feio para mim – Você não pode chamar ela! Ninguém pode! – não sabia como as palavras saiam da minha boca, apenas saiam – Eu fiz isso! Eu, Liam! Foi eu! Eu!
– O que você está dizendo? – ele me soltou.
Respirei fundo e serrei os punhos.
 – E-ela foi atropelada – soltei e me encostei no sofá, tampando o rosto com as mãos. Eu era um fracote por está chorando. 
Liam ficou em silencio por um tempo. A única coisa que eu escutava era o som do meu próprio choro de agonia e a correria do hospital.
– Jesus, Zayn... Como isso aconteceu? – conseguia ser o desespero na voz dele também. Será que ele estava pensando que eu a joguei na frente de um carro?
– Estavamos no carro e ai eu falei umas merdas e ela saiu – minha voz saia alta, completamente desconexa. A sala parecia girar. Quanto mais eu falava, mais a dor crescia. 
Ele ficou calado novamente. A mulher no outro lado da sala nos observava, mas isso não me importava. Tudo o que me importava não estava aqui comigo. Estava em alguma maldito canto desse hospital.
– Meu Deus – ele exclamou no meu lado – Como ela está agora?
Minhas mãos tremeram de novo. Eu tinha medo. Não sabia como ela estava, só sei que desmaiou nos meus braços.
– Eu... eu não sei.
– Você a trouxe de carro? Quem a atropelou? – as perguntas dele me deixavam furioso comigo mesmo.
– Puta merda, meu carro! – gritei e a mulher me olhou com cara feia de novo.
Puxei meu celular e tentei mandar uma mensagem para o seguro, mas minhas mãos tremiam demais.
– Deixe que eu faça isso – Liam arrancou o celular da minha mão.
 Meus nervos estavam entrando em colapso. Não sabia o que fazer.
– Liam, se ela não ficar bem? – minha voz saiu rouca, falhada.
– Ela vai ficar, cara.
– E se não?
– Ela vai ficar bem, Zayn.
– Mas foi minha culpa. Se ela morrer? 
– Ela não vai morrer...
– Meu Deus, meu matei ela – gritei e Liam me encostou no sofá novamente.  
– Seunome irá ficar bem. Você não fez nada – ele me encarou, rosnando para mim. 
– Eu fiz. Foi eu. – murmurei, passando as mãos uma na outra – Foi eu, Liam. O que eu vou fazer sem ela? Não posso aguentar isso de novo. Não posso. 
– Zayn! – ele gritou tão alto que estremeci – Encara a situação e não enlouquece!  
– Eu não consigo – sussurrei – Não posso. 
– Eu vou mandar te darem um calmante – Liam disse firme.
Me calei e olhei para a ficha que tinha de preencher. Eu não conseguia fazer isso.
– Me desculpe – falei um pouco mais calmo. 
Ele negou com a cabeça e passou as mãos no cabelo. Eu deveria estar um idiota nessa situação, mas não me importava.
– Ligou para Madalena? – perguntei.
– Ainda não. – Liam respirou fundo, como se pensasse em como iria dizer para Madalena que suas alunas estavam no hospital, e que agimos sem ninguém saber. Era agora que eu iria ser expulso de vez.
Puxei o ar que sumia dos meus pulmões. Meu corpo ainda ardia, minha cabeça latejava cada vez mais. Não sei o que iria fazer, meu futuro parecia um buraco negro onde eu não poderia supor nada. Sem ela minha vida não funcionava, era um vazio.

Minhas semanas sobrevivendo sem ela foram as piores. A dor no meu peito crescia só de pensar em passar por aquilo novamente.

Peguei a ficha e comecei a preenche-la, colocando todos os dados que sabia sobre Seunome.

Eu não sabia rezar e não tinha uma religião certa, mas eu estava implorando para que ela ficasse bem. A qualquer coisa, nada importava.

Liam se contorceu ao meu lado, enquanto eu terminava de preencher o papel. Eu conseguia ouvir a respiração dele, pesada e cansada.
– Liam, você acha que ela vai me perdoar? – perguntei com a voz baixa.
Ele afundou no sofá, passando a mão pela testa.
– Só relaxa, Zayn – ele respirou fundo – Só relaxa.  
Serrei os punhos. Relaxar estava fora de questão. Tudo o que passava na minha cabeça agora era o fato dela ficar bem. Por um breve momento, fugi para como seria o futuro, com ela, claro. Ela iria me perdoar por tudo que a fiz passar? Se ela não me perdoasse?

Essas possibilidades estavam me massacrando.

Queria pensar que ela ficaria comigo. Que ela enfrentaria tudo, mas essas hipóteses começavam a ficar nulas quando relembrava tudo o que fiz. Nunca fui bom o suficiente para ela. Sempre estraguei tudo.

Lembrei-me do seu aniversário, em Paris, quando eu estraguei tudo brigando com um cara qualquer. Sua voz gritando comigo voltou a minha cabeça, e eu queria escuta-la novamente. Poderia ser uma bronca, poderia ser uma risada. Qualquer coisa que me fizesse ter certeza que ela ficaria bem.
– Vou entregar isso – Liam se levantou, pegando a ficha preenchida da minha mão – E ligar para Madalena.
Me senti formando uma barreira contra tudo que poderia vir a mim. Eu sabia que seria julgado, que seria culpado por tudo. E eu era mesmo, mas isso não poderia me abalar. Não sairia daqui enquanto ela não estivesse cem por cento bem.

Estava me preparando para o começo do meu fim.

CONTINUA...

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Heeey.

Eu esperava mais de mim nesse capitulo totalmente minusculo, mas o Zayn é uma coisa incerta demais. As coisas ficarão mais claras no próximo capitulo. 

E eu continuo morrendo com os cometários de vocês, gente o que é isso? Demais, vocês são incríveis. Muito obrigada mesmo, nem sei o quando eu tenho que agradecer. Prometo fazer de CONDUTORES uma historia surpreendente. 

CARALHO VOCÊS SÃO DEEEEEEMMMAAAAIIIISS <3 

COMENTEM E ATÉ O PRÓXIMO <3 

@ziampau & @ziamaricas

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Change My Mind - 2ª Tp - Cap 8 - Ultraviolence


Você me deixa louca, você me deixa selvagem
Como um bebê, você me gira como uma criança
Sua pele tão dourada e marrom
Seja jovem, sejam narcotizante, seja orgulhoso - American





Izy me levou para fora da sala naquela tarde, ansiosa para começar a tal festa. Na verdade, era uma festa teste para a que irá acontecer amanha, sábado, no casarão em que à escola alugou. Pelo tempo que passei fora, não sei de muita coisa. E tudo que eu queria fazer agora era ocupar minha cabeça.

Não consegui dormir depois do que Zayn me falou. A fala dele ainda ecoa na minha cabeça, lembrando-me do que eu sou culpada.

Não toque em mim. Não toque em mim. Não toque em mim.

No café da manhã, eu não o vi, ele não tinha mais aulas comigo e fica em outra ala do internato. Minhas chances de vê-lo e tentar falar com ele estavam fora de cogitação. Só se eu o caçasse pelos corredores ou invadisse o novo dormitório dele, cujo nem sabia onde ficava.

Ok. Se eu conseguisse falar com ele? O que iriamos fazer? E ainda tinha a possibilidade dele fujir de mim, como fez.

Não aguentaria escutar outra coisa parecida com Não toque em mim.

Tínhamos sidos liberados cinquenta minutos antes da aula terminar. À escola estava totalmente eufórica, até porque não era todo dia que eramos liberados cedo das aulas. Havia uma tenda no jardim lateral, cercada por troncos de madeira e mesas com comida. Eu tinha certeza que não haveria nada de alcoólico ali, mas que os alunos dariam seu jeito.

A noite caía bem devagar ali e cada vez ficando mais frio. Eu queria me entreter com as conversas, beber alguma coisa ilísida e tentar me divertir, mas eu não conseguia. Meus olhos corriam pelo jardim lotado, procurando o meu – porque ele era meu – rosto perfeito.

Nada me fazia parar de pensar dele. Qualquer coisa me lembrava Zayn. E isso era torturante.

A noite chegou e nada dele, nenhuma sombra. Ninguém falava dele perto de mim, talvez tivessem combinado algo, e eu achei melhor assim. Tudo a minha volta parecia girar e ficar cada vez mais sem graça. Sem vida e sem ele.

Me levantei, dizendo que iria no banheiro. Na verdade, eu iria, porém queria andar pelos corredores, talvez eu esbarrasse com ele por ai.

Entrei no banheiro e me encarei no espelho. Eu estava tão mal. Será que iria ficar assim para sempre? Com esses sentimentos enrolados dentro de mim?

De repente, a porta de uma das cabines abriu. Vi o reflexo de Izy desnorteada se arrastando até a pia. Ela nem sequer tinha me notado.
– Izy? – grunhi e ela levantou os olhos. 
Seu rosto estava muito pálido, olhos vazios e vermelhos.
– Eu estou bem – ela mentiu, ligando a torneira e limpando a boca. 
– Você estava vomitando? – perguntei, enquanto ela colocava a cabeça embaixo d'água.
Izy assentiu e respirou fundo, olhando para o espelho.
 – Izy, o que está acontecendo? 
Ela me olhou, os olhos criando lágrimas de preocupação.
– Jesus, Isadora! O que está acontecendo? – berrei. Sabia que estava em um momento difícil, mas tinha que ser dura, senão era nunca iria me falar.
Ela me encarou e pegou minha mão. Estava gelada.
– Promete que não vai falar para ninguém? – sua voz falhava, completamente rouca – Promete? Por favor.
– Prometo – disse firme.
Izy parou de me encarar e tremeu. Talvez isso fosse mais sério do que eu pensei.
– Isso envolve eu e o Liam – ela soluçou – É muito complicado. 
Liam? O que ela vomitando tem haver com...
– Izy, você está querendo dizer que...
– Eu não sei – ela me cortou – Mas eu posso estar... gravida – ela sussurrou a ultima palavra e depois fechou os olhos. 
Minha cabeça começou a trabalhar nessas informações. Ela estava gravida?
 – Você fez um exame ou algo do tipo? Tem de ter certeza. 
– Liam e eu vamos em uma clinica no domingo, para fazer o exame, no dia seguinte à festa. Eu estou com todos os sintomas. Enjoou, tontura, sono... e as datas batem certo. E eles tem aumentado a cada dia. Eu não sei mais o que fazer. – ela murmurou, colocando a mão na testa.
– O que o Liam acha disso? – perguntei.
Ela respirou fundo e voltou a se encarar no espelho, ajeitando o cabelo.
– Ele... bom, ele ficou surpreso mas já está pensando em nomes! Eu só tenho 17! Não posso ter uma criança agora. Uma criança, um bebê!
Ela lavou o rosto, espantando novas lágrimas. Eu não sabia mais o que falar ou fazer. Nunca estive em uma situação como essa. Como deve está a cabeça dela?
– Minha mãe recomeçou a vida dela agora com outro marido, meu pai está em algum lugar do mundo fazendo mais dinheiro. Imagina o que eles irão pensar de mim? Como eu vou fazer uma faculdade de barriga? Se eu fazer uma faculdade!  
 – Você ainda não tem certeza – disse, tentando acalma-la – E seus pais irão te apoiar. 
Izy respirou fundo e olhou para mim, assentindo.
– Vou voltar para festa teste, você vem? – ela perguntou, quase normal outra vez.
– Eu... não sei. Acho que não. – respondi sinceramente – Me cansei um pouco.
Ela sorriu e me abraçou.
– Obrigada. Se eu não contasse a alguém iria explodir.
Eu sorri de volta e então ela saiu do banheiro, me deixando com meu reflexo novamente.

Era tanta informação na minha cabeça que me deixava tonta. O que eu tinha que fazer agora ir para o meu dormitório, pensar no que fazer amanhã. Eu não poderia ficar assim na festa amanha, desnorteada o procurando Zayn loucamente. Eu sei que iria procura-lo, mas não dar tantas mancadas como dei hoje.

E ainda havia esse problema com Izy. Era realmente um problema? Sempre escutei que crianças eram a alegria de uma família e coisa do tipo, então não era um problema. Mas essa idade é tão complicado. Minha cabeça rodava em pensar nisso. Eu precisava dormir.

A maioria das minhas roupas já estavam guardadas nas gavetas e penduradas no gurda-roupa. Minhas ultimas coisas para colocar em ordem eram minhas bugigangas que precisava encontrar um lugar, mas não iria mexer nisso agora.

Tratei de fazer minha mochila para amanhã, colocando mais casacos, porque o tempo parecia feio. Depois isso, era hora de dormir.



Primeiramente achei que fosse um sonho, mexendo com meus sentidos. Eu estava cansada e pensei que poderia estar confundindo as coisas, mas então abri os olhos.

Havia uma sombra, se movendo devagar. Pensei que fosse uma das meninas, mas não parecia ser elas. Era familiar.

De repente, a sombra começou a mexer na minha escrivaninha, sentando na cadeira rotativa de Alex, voltando a fuxicar minhas coisas. Fazia tanto barulho e me perguntei se essa pessoa não tinha algum senso ou não pensou que haveria alguém aqui.

De impulso, sentei-me da cama corri para o abajur. A luz não me fez bem no começo, mas depois me acostumei. Quem quer que fosse eu iria expulsar daqui, porque pelo o que eu me lembro, não se pode entrar no quarto de outro estudante sem uma permissão, e fora do horário.

Foquei na pessoa rodopiando na cadeira de Alex, enquanto ela tomava forma pelos meus sentidos. Isso não poderia ser verdade, poderia?

Zayn estava rodopiando e rindo na cadeira. Estava abraçando os joelhos e apoiando na escrivaninha para girar o corpo. Ele aprecia tão feliz e maluco.

Pensei seriamente em ficar observando aquele cena, mas minha cabeça foi invadidas por perguntas e suposições pelo o que ele estava fazendo aqui. Na quase penumbra no quarto, conseguia ver um pouco do seu rosto perfeito. Eu queria tando toca-lo e beija-lo que esquecia de tudo.

Ele não pareceu se incomodar comigo o olhando, e isso doeu. Mas se ele não se importasse, por que estava aqui? Então ele se importava, sim. Do jeito dele mais se importava.

Bem devagar, me movimentei na cama, com ele ainda indo para lá e para cá com a cadeira. Seja lá o que estava fazendo, parecia se divertir. Tirei as cobertas de mim e quando finalmente iria me levantar, ele parou.
– Fica ai – ele levantou a mão, dizendo que queria distancia de mim.
Sentei-me na cama novamente, arrasada por ele fazer isso novamente. O que Zayn queria? Me torturar?

A voz dele não era limpa, estava falhada, mas ainda sim escutei muito bem. Eu amava a voz dele, de qualquer forma que estivesse.
 – O que você...
– Cala a boca – ele disse. Parecia que uma faca tinha atravessado meu coração. 
Pedi a Deus que tivesse pena de mim, porque isso era demais.

Zayn ficou me olhando, não sei como ele conseguia enxergar meu rosto apenas com a luz rala do abajur. Me sentia queimando ao olhar dele. Mesmo com tudo o que ele estava fazendo, eu ainda o amava demais, me sentia feliz com ele tão próximo de mim.

Enquanto eu tentava me recuperar, ele começou a rir. Seu riso encheu o quarto, me levando a um lugar tão bom. Era como se nada que ele tivesse dito antes aconteceu. Fiquei curada da minha facada, boa novamente para qualquer coisa.
– O que você tem na cabeça? – sua voz ainda tinha rastros do riso. Era um som perfeito para mim.
Ele deu mais uma rodopiada na cadeira e caiu no riso novamente. Zayn estava bêbado? O quê? Novamente?

Minha cabeça girou. Se alguém pegasse ele novamente nesse estado, não haveria volta. Eu não poderia suportar viver aqui sem ele.

Me levantei e no mesmo momento ele empurrou a cadeira para trás. Fiquei parada no quarto, com vontade chorar, mas não poderia fazer isso.
– O que você tem na cabeça? – gritei e ele se esquivou mais, apoiando os pés no chão, ficando sentado da cadeira – Bebeu de novo? 
 – E o que você tem a ver com isso? – ele gritou, com sua voz chicoteando até mim. 
Zayn deu mais algumas voltas, olhando para o teto.
– Você não tem nada a ver com isso, – ele disse, mas não olhava para mim – porque você foi embora.
As palavras dele me matavam, mas mesmo assim era verdade.
– Cala a boca – eu disse no mesmo tom que ele disse para mim, ou tentei.
Ele riu mais uma vez, como se aquele joguinho fosse divertido.
– Por que você foi, hein? – ele riu, olhando para o teto – Não podia simplesmente ficar? 
Eu observei o que ele estava fazendo. Parecia falar sozinho.
– O que você bebeu? – perguntei. 
Ele colocou a mão na barriga e engoliu a seco. No momento seguinte, seu vulto corria para o banheiro. Corri até lá e ele estava com o rosto no sanitário, curvado. Eu não sabia o que fazer, mas ele parecia precisar de ajuda.

Coloquei sorrateiramente a mão nas suas costas, sentindo a textura da jaqueta. Eu queria muito mais do que sentir a jaqueta.
– Não toqu... – ele foi interrompido pelo fluxo, que o obrigou a se curvar mais sobre o sanitário. 
Afaguei suas costas e sentei-me no chão, lado a lado com ele. Zayn parecia ter ficado fraco, indefeso e sem aquela proteção idiota contra mim. Queria toca-lo muito mais, porém ainda estava receosa com o que ele poderia fazer.

Eu amava tanto esse bêbado que era quase insuportável.

Ele parou de vomitar, fechou à tampa do sanitário e foi até a pia, lavando a boca. Eu não sabia o que ele iria fazer e sinceramente gostaria que ele olhasse para mim e conversasse comigo, mas isso só parecia um sonho distante.

Zayn se jogou no chão novamente, se encostando com tudo na parede, ficando em uma distancia segura de mim. Ele fechou os olhos e começou a respirar fundo. Apenas fiquei o observando, torturando-me para não agarra-lo ali mesmo.

Me inclinei até a parede e fechei os olhos também, pensando que assim eu não o veria. Mas era quase impossível não sentir o calor que crescia dentro de mim por ele está tão perto.

Minha mente estava trabalhando em infinitas perguntas para fazer agora. Eu poderia perguntar de Está tudo bem? a Me beije agora?. Eu não sabia o que fazer e gostaria de pensar que ele soubesse. Mas as coisas estavam tão estranhas que nem isso eu tinha certeza.
– Foi legal lá? – a voz dele me fez abrir os olhos rapidamente. Ele ainda estava na mesma posição, nem parecia ter se mexido. 
– Lá onde? – perguntei. Queria ouvir mais a voz dele.
– Na sua casa – ele apenas mexia os lábios perfeitos, e isso já me deixava nervosa. 
Essa foi a minha vez de rir.
 – Não, não foi legal. 
Ele se calou e então me calei também. Era difícil dizer o que estava acontecendo. Num momento atrás ele estava quase desejando minha morte e agora estávamos aqui, meditando ou sei-lá-o-que no chão do meu banheiro.

Abri os olhos novamente quando ouvi um barulho vindo dele. Zayn estava se inclinando para o chão, até deitar. Ele ficou muito, muito perto de mim. Conseguia sentir o cabelo dele roçando na minha perna, mas não fiz nada.

Fiquei observando o rosto dele, perfeito e emoldurado. A ponta dos meus dedos coçavam para passar sobre a pele dele, mas eu não podia. O que ele iria fazer se eu o tocasse?

De repente, ele abriu os olhos. Me senti ficar vermelha por ele me pegar olhando-o, mas eu não tinha escolha. Zayn estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Seus olhos me fitavam também, e eu quase senti que ele estava de volta para mim, quase senti que ele era completamente meu novamente, se não fosse por ele se levantar e ir embora, dizendo antes de sumir pela porta:
– Fique longe de mim. 

Ajeitei minha mochila nas costas e subi no ônibus que à escola iria nos transportar até o tal casarão para a festa. Eu estava completamente irritada e odiando tudo isso. Meu humor estava péssimo, mas não poderia culpar essas pessoas, então eu pus um sorriso na cara.

Passei o olho pelos assentos e não vi Zayn, claro. Ele deveria está com a turma de delinquentes com quem convive agora. Tudo bem, se eu o encontrasse o que iria fazer? Minha vontade era de dar um tapa nele e depois beija-lo, mas não poderia fazer isso aqui.

Eu ainda estava brava com o que aconteceu ontem. Doeu muito o que ele fez comigo.

Fique longe de mim. Fique longe de mim. Fique longe de mim.

Quem foi ao meu dormitório ontem? Quem mexeu nas minhas coisas? Quem me acordou e foi ridiculamente rude comigo? E agora eu deveria ficar longe dele? Quem não estava ficando longe de mim era ele.

Sentei-me no lado de Emily, que como sempre lia alguma livro ou coisa relacionada a biologia. Senti falta de tudo isso.

O sábado estava frio, mas isso não deixava as pessoas desanimadas, porque já estavam acostumadas com isso.

Aproveitei e peguei meu celular, respondendo umas mensagens da minha mãe e Caleb, cujo eu nem tive tempo de me despedir direito. Estava ignorando um pouco Lindsay e Jack, caso a conversa por mensagens chegasse ao assunto Zayn e eu tivesse que admitir que ele não quer olhar para a minha cara.

Depois de respondidas, encolhi-me no assento e fechei os olhos.

Depois que Zayn zarpou do quarto, tive que arrumar a bagunça que ele fez nas minhas coisas e limpar o banheiro. Então dormi mais tarde do que planejei, e não coloquei meu sono em dia. Tudo culpa de Zayn.

Dormi por um tempo, o suficiente para chegar ao tal casarão. Fizeram uma contagem idiota de alunos de depois nos mandaram para dentro dos portões. E depois disso entendi porque chamavam de casarão. Porque era um casarão.

Havia um gramado enorme, com varias tentas montadas lado a lado. No fundo, havia o casarão, enorme e imponente. Era de dois andares e tinha tantas janelas que perdi a conta. Eu nem queria saber quantos quartos tinha.

Desembarcamos e fomos andando para dentro. Dividiríamos quartos com as mesmas pessoas e assim me senti mais confortável. Marchei até o número do quarto de me deram e joguei minha mochila sobre a cama. Era quase a mesma coisa que a George Clark, então eu não vi muita diferença em vir para cá em vez de ficar lá.

Pensei na merda que Zayn estava fazendo com a minha vida, porque era uma verdadeira merda. Aparece e some. Aparece e some. Repetidas vezes. Não sei o que iria fazer se eu o visse novamente.

£££

Não sei há quanto tempo estávamos ali, mas já fazia tempo o suficiente para que a noite caísse. Soube que todos queriam que à escola fizesse à festa aqui porque atrás do casarão havia um lago, cujo eu vi uma vez. Era grande e parte dos garotos estavam praticando saltos, e isso não me agradou. 

Voltei para as tendas ao ar livre e fiquei zanzando pelos jogos que estavam ali, no final não encontrando nada de bom. Tudo o que eu queria era encontrar Zayn, mesmo que ele acabasse comigo novamente, com suas palavras rudes. 

Talvez ele me odiasse e não quisesse nada mais comigo, e então eu seguiria em frente. 

Não. 

Se ele não quisesse nada comigo eu não sei o que seria capaz de fazer. 

Me desesperei com essa ideia e peguei um refrigerante batizado da mesa. Havia mais vodka do que refrigerante, e isso me agradou. Talvez eu fizesse como ele e afogasse minhas lagrimas em bebida alcoólica. Mas eu era tão destrambelhada que por acidente poderia esbarrar com Madalena. 

Olhei em volta e todos os meus amigos estavam se divertindo. Isso era bom, mas eu precisava ficar só eu mesma para colocar em ordem meus turbilhões de pensamentos. 

Fui para meu dormitório esperando que tivesse apenas uma noite tranquila, mas eu estava muito enganada. 

Assim que fechei à porta, Izy apareceu do banheiro, com a mão na testa. Ela estava suando e tremendo.
– Eu estou bem. – ela me disse, sentando na cama. 
 Corri até ela, porque parecia que iria virar para trás a qualquer minuto.
– Não, não está – disse a ela, que tentou me dar um sorriso.
– Eu só estou enjoada e com tontura, isso é normal para o meu estado.
Eu a olhei, pálida e sonolenta. Isso não era sinal de gravidez.
– Eu vou chamar o Liam – disse e ela assentiu.
 Andei desesperada pelo corredor, sabendo que teria de voltar o mais rápido possível. Havia tanta gente que seria difícil encontrar Liam nesse multidão. Olhei em volta e ele não estava.
– Viu o Liam? – perguntei ao Niall.
– Estava perto do lado.
Não deu tempo para dizer obrigada, porque meus pés já trabalhavam em correr pelo gramado.

Pensei que seria mais fácil encontra-lo no lago, mas ele parecia mais cheio. Estava rezando para que ele não estivesse dentro d'água, porque tudo isso seria difícil demais. Passei por tentas de mais jogos e comida, vendo que ali parecia não ter nenhum restrições com bebida.

Eu estava começando a ficar desesperada, mas então eu o vi. Estava em algum canto e parecia sozinho. Meus pés começaram a correr novamente, indo em direção a ele.
– Liam! – gritei e ele se virou imediatamente. 
Para piorar minha situação, Zayn estava com ele.

Que Deus me desse forças para aguentar isso.
– Liam, vamos. – eu gritei, ainda mais me desesperando – Izy está passando mal.
Ele me olhou e fez que sim com a cabeça, me seguindo.
– Eu não sei o que ela tem, mas parece que é mais um sintoma da gravidez. – ele olhou para mim surpreso – Ela me contou, desculpe mas eu fiquei muito preocupada. Liam, não parece ser um simples sintoma de gravidez.
– Sintoma de gravidez? – a voz de Zayn quase me parou. Eu queria mata-lo ali mesmo, mas não com isso acontecendo com Izy.
– Sim – Liam disse e começou a correr, enquanto eu gritava para ele o número do quarto.
Corri também, porém o que me deixou mais nervosa foi o fato de Zayn está correndo bem ao meu lado, mas era como se eu não estivesse ali para ele.

Quando cheguei ao quarto, Liam estava abaixado, falando com Izy. Eu estava cansada por correr tanto e por ter Zayn ao meu lado.
 – Preciso leva-la para o hospital – Liam disse, olhando para mim e para Zayn. 
– Te-temos que falar com a Madalena então? – gaguejei, com minha voz ridiculamente sustada.
– Não – Zayn se pronunciou atrás de mim, mandando-me arrepios – Ela só vai entrar em surto quando saber sobre o sintoma de gravidez.
Sua voz era rouca e calma, bem ao contrario de mim.
– Tenho que chamar um táxi então – Liam puxou o celular, mas Zayn o cortou novamente.
– Eu tenho o meu carro.
Todos olhamos para ele, que deu de ombros;
– Eu não iria vir aqui, mas decidi. Minha única alternativa era vir de carro.
Tentei não olha-lo. Ele não queria vir é? Pensei que os delinquentes não tinham escolhas.
– Ótimo – Liam levantou Izy, que parecia cada vez mais sem cor – Obrigada cara.
Liam apoiou Izy em um braço e Zayn no outro. Seja lá quais planos eles tinham, estava rezando para dar certo. Eu ainda estava furiosa com Zayn, mas Izy era a minha preferencia agora. Isso não era só um sintoma de gravidez. Nunca vi uma gravida ficar assim antes.

Enquanto eles passavam pela porta, meu nome foi chamado.
– Seunome, pode vir comigo? – a voz de Izy era fraca.
Concordei e fechei a porta do quarto antes de sair.

Foi fácil andar com Izy pelos corredores vazios, mesmo que Liam e Zayn estivesse a carregando como um boneco.

O estacionamento do casarão estava vazio, a não ser pelo carro grande de Zayn, a Land Rover que eu amava. Liam entrou com Izy pelo lado de trás do carro, e a deitou sobre ele, não tendo espaço para mim.
– Vá na frente – ele me disse e eu concordei.
Merda. Merda. Merda.

Assim que entrei, Zayn deu partida. Me senti estranha naquele carro novamente, lembrando tudo que passei aqui. Era difícil pensar nisso agora.

Não conseguia não ficar nervosa com ele bem ao meu lado, com a respiração irregular. Era difícil não olhar para ele dirigindo, concentrado e preocupado. Eu ficava nervosa toda vez que ele trocava de marcha, deixando seu braço perto de mim.

Não existia palavra para descrever essa situação. Minha amiga estava passando mal no banco de trás com o namorado, enquanto eu tentava não surtar com o cara que eu amo não querendo sequer me olhar nos olhos no banco da frente.

Eu não tinha que posição ficar, então decidi olhar para a frente e chegar o mais perto possível da janela. Não poderia ficar olhando para Izy e Liam, eles precisavam de privacidade. Então foquei na estrada, rezando para chegar o mais rápido no hospital.
– Emergência? – Zayn perguntou, então me sentei direito e percebi que estávamos chegando. 
– Sim – Liam respondeu.
Izy respirava tão devagar e pensei que estava dormindo. Zayn estacionou na lateral da entrada de carros da emergência e saltou do carro. Fiz a mesma coisa e assim tiramos Izy do banco de trás, colocando-a em uma maca na emergência.
– Ela tem alguma doença ou toma algum remédio controlado? – a enfermeira perguntou a Liam e ele apenas sacudiu a cabeça. – Algum acidente?
– Não, ela está apenas passando mal. Você pode, por favor, cuidar dela? – ele parecia desabar a qualquer comento.
A maca seguia para dentro do hospital, com Liam agarrado a ela e eu e Zayn atrás. Meus pés andavam tão rápido e eu nem percebia.
– Ela tem plano de saúde? Precisamos do nome completo. – a mulher voltou a dizer – Agora ela seguirá sozinha, pode preencher isso na sala de espera?
Liam pegou a fixa e me deu, seguindo com a maca.
– Você não pode passar daqui, garoto. – a mulher repreendeu – A sala de espera fica pra lá.
Ela apontou para um corredor longo, que no final havia uma maquina de café. Quando voltamos a atenção para ela, a mulher já tinha ido com Izy. Liam fechou os olhos se encostou na parede, xingando alguma coisa.
– Você vai querer preencher isso, então? – perguntei e ele assentiu, pegando a ficha da minha mão.
Liam seguiu corredor e fui atrás. Ele era a única coisa que me separava de Zayn agora e se eu ficasse sem ele por perto, não sei o que seria capaz de fazer.

Quando cheguei a sala de espera, Liam estava sentado em um sofá no canto, segurando o rosto nas mãos. Ele deveria estar muito preocupado, afinal, ele poderia ter um filho. Eu não acho que aquilo seja um sintoma de gravidez, porque é muito forte, mas tínhamos que esperar.

Me sentei no lado de Liam, enquanto Zayn sentava no outro lado, fazendo questão de me lembrar que queria ficar longe de mim. Apenas Liam nos separava e mesmo assim eu ainda me sentia nervosa.

Liam começou a preencher a ficha, tão rápido que nem vi quanto ele praticamente correu até a recepção e entregou o papel. Virei meu rosto e fitei o vaso de planta sintética, não queria olhar para o Zayn nem pelo canto do olho.

Me ajeitei desconfortavelmente no sofá, esperando que Liam sentasse no meu lado novamente e criasse uma barreira entre mim e Zayn.
– Vocês querem um café? – Liam perguntou e eu neguei com à cabeça.
– Não, valeu. – a voz de Zayn me fez respirar fundo para manter minha cabeça em ordem. 
E então Liam saiu de entre nós novamente, me fazendo fitar à planta de novo. Os pés de Zayn batiam freneticamente no carpete, fazendo um barulhinho que seria chato se não viesse dele. Meus dedos correram para o meu casaco, fechando-o mais no meu corpo. Eu não tinha celular, documentos ou dinheiro. Tinha vindo como estava, sem pensar em pegar bolsa ou qualquer coisa.

Eu não poderia olhar para o lado, porque Zayn estava ali, inquieto no meu lado, com apenas um assento de distancia. Estava com tanta coisa na cabeça que quase pensei em pedir para me internarem.

Liam voltou com um café grande e se sentou no seu lugar, enquanto eu agradecia a Deus.

E depois disso esperamos, esperamos e esperamos.



 – Vocês estão junto com Isadora Jones? – abri os olhos e vi a enfermeira diante de mim e Zayn. 
Nos colocamos em pé imediatamente.

Será que eu dormir? Com Zayn bem ao meu lado? Espero que não tenha ficado de boca aberta.
– Po-pode falar – Liam surgiu de trás, com uma cara péssima.
– Ah, ok. A paciente foi submetida a alguns exames e medicada. Ela contraiu uma virose e já estava bem avançada. Ela passa bem agora e pode receber visitas.
Liam respirou fundo junto comigo. Tirei um peso das costas e fechei os olhos, agradecendo a Deus por isso. Não sei o que fazia se Izy estivesse uma doença seria.
– E o bebê? – Liam perguntou, me fazendo abrir os olhos.
A mulher levantou uma sobrancelha e olhou para mim e para Zayn.
– Não há bebê. O exame de sangue não mostrou nada que não fosse as plaquetas baixas devido a virose. Os sintomas eram parecidos, porém muito mais forte. Sinto muito, acho.
Vi o rosto de Liam cair. Eu sabia que ele estava animado com a possibilidade de ser pai e que se responsabilizaria por tudo, mas fiquei feliz por ela não estar gravida agora. Uma criança mexeria muito com a vida deles.
– Ah – Liam exclamou, passando a mão pela testa – Então, eu posso vê-la agora?
– Claro, só preciso confirmar os números dos responsáveis.
– Responsáveis? – perguntei. O tremor da minha voz era ridículo.
– Sim – ela assentiu – Só poderemos dar alta com a assinatura dos responsáveis. 
Concordei e respirei fundo. Liam olhou para mim e Zayn:
– Madalena – ele respirou profundamente – Vou ligar para Madalena.
– Isso. – Zayn se pronunciou pela primeira vez, me fazendo tremer.
Eu sabia que ele estava bem ao meu lado, mas pensar que ele não estava me ajudava a continuar de pé.
– Posso vê-la agora? – Liam se voltou para a mulher e ela concordou. 
Quando Liam virou as costas, me vi refém novamente de Zayn.

Aqui estávamos nós, calados e idiotas. Respirei fundo e sentei no sofá novamente, olhando para frente, vendo na cadeira encostada na parede, o casaco de Liam. Ele deveria ter ficado nervoso de mais e não aguentado, então ficou zanzando por ai.

Zayn continuava parado e eu me recusava a olha-lo, mesmo que estivesse uma batalha dentro de mim decidindo se eu deveria mata-lo ou beija-lo.

De repente, ele foi andando bem devagar, saindo da sala de espera. Eu queria ir atrás dele e saber onde ele estava indo, mas isso seria ridículo. Então me contive e continuei sentada, tentando achar alguma forma de sair dessa fossa.

Dez minutos depois nem Liam nem Zayn voltaram aquela sala. Meus nervos estavam ficando doidos. Será que Zayn foi embora? E se ele tivesse encontrado Liam pelos corredores e se despedido de lá mesmo? Não que eu ache que ele iria se despedir de mim, mas sair do nada seria muita sacanagem.

Enquanto eu me segurava para roer as unhas naquela salinha vazia, uma sombra pairou em mim, e logo um copo com tampa e uma embalagem descartável de sei-lá-o-que ficaram bem perto do meu rosto.
– É chocolate quente com brownie – a voz de Zayn me paralisou, me fazendo fitar o copo – Se você estiver com fome.
Levantei minhas mãos tremulas e peguei, sem olhar para ele. Eu tinha medo, porque sabia que ele estava olhando para mim, mas não sei o que ele iria fazer se eu o olhasse nos olhos.
– Err... – pensei em dizer alguma coisa, mas Liam apareceu na salinha, sorrindo e mais leve.
Zayn sentou-se imediatamente no sofá, ficando longe de mim de novo.
 – Ela quer falar com você – Liam apontou para mim e sorriu novamente. 
Concordei e me mandei para fora da sala, ainda com a comida na mão. Eu nem sabia onde Izy estava, mas depois de dar uma fuxicada em cada quarto finalmente a encontrei.
– Você me matou de susto – disse assim que entrei e ela riu.
Coloquei minhas bugigangas de comida encima de uma cadeira e corri para a cama dela. O quarto era simples e branco, cheirando a álcool 70.
– Obrigada por vir comigo. – Izy sorriu para mim, enquanto se ajeitava na cama – Eu não sei o que iria fazer se confirmasse minha... gravidez. – ela sussurrou o gravidez.
– Bom, como se sente agora? – perguntei.
– Aliviada – ela deixou um suspiro escapar.
–  Estou falando fisicamente, não no sentimental – disse e ela riu. 
– Ah, um pouco melhor. Estaria muito melhor sem isso aqui – ela colocou a mão no tubo de soro, que recebia direto na veia. – Aquilo é comida? – Izy apontou para a cadeira.
– Sim, é. – respondi e ela olhou para mim – Não posso dar comida pra você.
Izy revirou os olhos. Ela estava mais corada e voz não parecia tão rouca assim.
– Qual é? Eu estou morrendo de fome. Vamos fazer uma coisa ilícita. 
Olhei para ela por um momento. Agora ela estava bem e eu estava muito feliz com isso. Peguei o copo e a embalagem da cadeira.
– Tudo bem, mas isso não aconteceu. Eu posso ser processada por trazer contrabando para dentro de um hospital. 
Ela riu e agarrou o copo da minha mão, dando um demorado gole.
– É bom poder comer novamente. 
 Enquanto eu abria a embalagem do brownie, Izy ficou olhando para o copo.
– Você e o Zayn votaram a se falar? – ela apontou para a tampa, onde tinha o nome dele pintado de caneta preta.
Respirei profundamente e comi um pouco do bolo.
– Não, ele só comprou isso caso eu estivesse com fome.  
– Hmm, cavalheirismo – ela falou e depois começou a comer o brownie.
 No final, ela comeu toda a minha comida, mas era bom vê-la com apetite novamente. Me perguntei se o quarto branco não a deixava com vertigens, mas decidi que isso não seria uma boa pergunta. Peguei as embalagens vazias e corri para joga-las em uma das lixeiras no corredor, quando Zayn e Liam entravam pela porta.
– Precisamos conversar – Liam me disse e entrei novamente no quarto. 
– O que foi? – perguntei.
– Preciso ligar para Madalena e temos que ter uma boa historia para contar – ele me explicou, e antes que eu pudesse responder, Zayn se pronunciou.
– Vamos contar a verdade – ele deu de ombros, mas parei que olhar para ele – Ela passou mal, a colocamos no meu carro e fomos para o hospital. Contamos que estávamos nervosos demais para falar com alguém. Pronto. 
O quarto ficou em silencio e pareceu pequeno com mais duas pessoas dentro dele.  A voz de Zayn ainda ecoava dentro de mim, como se ele não tivesse parado de falar.
– Ótimo, é isso. – Liam disse. 
 Concordei com a cabeça e olhei para a porta, vendo uma enfermeira nos observar. Ela entrou no quarto e começou a falar:
– A paciente não pode receber mais de uma visita por vez. – ela escancarou a porta, como se mandasse a gente sair – Além do mais, o horário para visitas já acabou, ela tem direito a um acompanhante. Por favor, poderiam sair? 
Engoli a seco e concordei, mandando um ultimo sorriso para minha amiga. A enfermeira nos enxotou do quarto e nos parou no corredor.
– Quem vai ser o acompanhante?
Olhei para Liam, como se fosse certo ele ficar. A mulher entendeu e estendeu outra ficha para ele.
– Preencha isso e depois leve na recepção, você vai precisar de um crachá. Quando a vocês dois, podem ir. Boa noite. 
Fiquei parada no corredor, pensando no que faria agora. Eu não tinha dinheiro e nem o número de ninguém para vir me buscar. Que merda eu fiz não pegando minha bolsa.

Acompanhei Liam até a sala de espera, rezando para que Zayn demorasse a chegar.
– Me empresta seu celular? – perguntei – Vou pedir um táxi e...
– O que? Não, Zayn te leva de volta – eu arregalei os olhos para ele, como se fosse obvio porque ele não poderia me levar – Ah! Mas vocês não são mais crianças, podem muito bem lidar com isso.
Eu queria espanca-lo ali mesmo por falar isso. Eu não estava lidando e nunca iria me lidar bem com essa historia.
– Liam, não...
– Bem – Liam disse, olhando para além dos meus olhos. Tinha certeza que Zayn havia chegado a salinha – vocês já podem ir. Eu cuido de tudo aqui.  
Revirei os olhos e coloquei meu cabelo atrás da orelha, lutando para não matar Liam. Ela sorriu para mim e eu retribui falsamente. De repente Zayn estava no meu lado, abraçando Liam. Eles davam tapinhas na costas um do outro, e isso por um momento foi engraçado.
– Tchau – Liam disse e me abraçou. Pensei em mata-lo agora, mas ele continuou a falar, baixinho – Vai dar tudo certo. 
O lancei um olhar estranho e logo ele me arrastava para fora da sala de espera. Ele também arrastava Zayn, o que me fez quase perguntar se ele queria que Zayn me abraçasse também. Ele também deu instruções para o que falar quando nós chegarmos e se levássemos alguma bronca era para colocar a culpa nele. É claro que negamos.

 Lá fora estava frio, quase congelante. Fechei mais meu casaco contra meu corpo quando vi o a Land Rover, enorme comparada aos outros carros. Me senti feliz por ele não trocar de carro, mesmo que eu não tenha mas nada a ver com o que ele fez ou deixa de fazer.

Tinha me decidido ir no banco de trás, o mais longe possível que eu iria conseguir ficar dele. Ainda queria muito tirar a historia de ontem a limpo. Queria perguntar que merda ele foi fazer no meu quarto, mas isso não era hora.

Ele apertou o passo e me passou, fazendo um ato que eu não esperada.

Seu braço se esticou e abriu a porta do carona para mim, fazendo um gesto para eu entrar. Balancei a cabeça e entrei, sem olhar para ele. Zayn bateu a porta e deu a volta bem devagar no carro, sentando no banco do motorista.

O carro não estava quente como eu imaginava, mas eu gostava dele. Amava esse carro.


Eu poderia ter morrido ali mesmo 
Porque ele estava bem ao meu lado 
- Ultraviolence


Enquanto Zayn saia da rua do hospital, me acomodei mais no banco, retomando o meu lugar perto da janela. Eu estava ficando com muito frio e sentia inveja do casaco pesado que ele estava vestindo. Engoli a seco e fechei mais o meu casaco, arrumando forças para dizer:
– Poderia ligar o aquecedor? – pedi e minha voz saiu firme. Aleluia.
Imediatamente ele esticou a mão e ligou o aquecedor, ajeitando para que viesse jatos quentes até mim. Zayn aproveitou e ligou o rádio, colocando em uma estação de musica.

Seria até legal escutar musica, para que o animo não caísse e o vazio fosse preenchido, porém todas elas eram tristes demais. Ele já dirigia na estrada escura. Zanzava diante dos carros e me deixava tonta pela rapidez dele e dos outros carros.
As musicas me deixavam confusa e os carros passando rápido perto da janela me deixavam nervosa.
– Poderia, han, desligar ou trocar a estação do rádio? – perguntei, olhando para frente.
Ele hesitou um pouco mais trocou de estação, colocando em outra pior. Uma cara discutia com outra mulher qual era a forma perfeita de ser comportar em um relacionamento.
– Poderia trocar de novo? – perguntei, dessa vez mais impaciente.
– Está confusa? – ele perguntou baixo, porém nítido.
– Estou – disse firme e sem cair na tentação de olhar para ele.
Pensei que ele iria se calar enquanto trocava de estação, mas sua voz retornou.
– Com o que?
Com o que? Só poderia ser sacanagem. Eu queria muito mata-lo agora.
– Com um bêbado entrando no meu quarto no meio da noite – soltei não tão desesperada como estava, ainda me segurando para não encara-lo. Ele ficou em silencio e então continuei – Sendo rude comigo e vomitando no meu banheiro. 
Zayn aumentou a velocidade claramente, confundindo mais minha cabeça.
– Você não acha que esse bêbado tinha seus motivos? – sua voz saiu mais alta, porque o barulho dos pneus era tudo que eu conseguia ouvir. 
– Será que você poderia ir mais devagar? – disse finalmente o olhando, prestando bastante atenção no seu rosto e no maxilar travado. 
Só para curtir comigo – porque não havia outra explicação – ele aumentou a velocidade, tendo que ultrapassar vários carros para manter a velocidade. Eu encarei enquanto ele mantinha um sorrisinho no rosto, como se estivesse se divertindo por me causar medo.
– Tem como diminuir a porcaria da velocidade? Quer ganhar uma multa ou um acidente? – gritei ele voltou a rir. Eu me sentia uma porcaria idiota com ele fazendo isso. Há cinco minutos ele parecia uma estatua ambulante e nem havia sombra desse garoto que estava dirigindo igual um delinquente. 
Meu coração acelerou. Os vultos dos outros carros passavam formando borrões na minha cabeça. Estava prestes a chorar.
– Que merda você quer, garoto?! – gritei e coloquei a mão na cabeça, tampando meus ouvidos dos zumbidos irritantes. 
– Que você não tivesse ido embora! – ele gritou. Poderia jurar que ele tinha dito isso perto demais do meu ouvido, porque comecei a tremer.
 Fui empurrada para o lado da porta quando ele jogou o carro no acostamento. Me encolhi no banco quando vi ele tirando o sinto de segurança, se inclinando até mim. Por um segundo achei que ele iria me abraçar, mando vida ao meu mundo novamente, mas ele pegou meu rosto nas mãos, tão forte que doeu.

Sentir ele perto de mim era algo que nunca poderia explicar, mas nessa situação era assustador.
– Pensou que ia ser fácil? – seu rosto estava tão perto de mim que conseguia sentir seu hálito quente – Voltar quando quiser e ter tudo de volta? Que ninguém ficou machucado por você ir?  Eu pedi para você ficar, eu fiz isso. – ele deu uma pausa e examinou meu rosto, por um momento achei que ele estava de volta, mas então continuou – Não vai ser tão fácil assim. 
Minha respiração estava ridiculamente alta e me perguntei se ele poderia ouvir meu coração martelando no meu peito. Eu queria chorar e sabia que a qualquer momento as lágrimas poderiam escapar dos meus olhos.

Ele ficou calado, fitando cada parte do meu rosto. Suas mãos ainda estavam sobre o meu rosto, mas eu nem sentia mais a dor.

Bem devagar, subi minha mãos e encostei nas dele. Consegui sentir maravilhosamente minhas mãos contra a dele, como em um ultimo ato antes da morte. O rosto dele era tão lindo e perfeito. Não havia nada igual.

Fechei meus olhos e comecei a chorar, acariciando a mão dele presa ao meu rosto. Eu o amava demais, mesmo com todas as coisa que ele me fez sentir me negando. Amava demais para desistir.

E então como se fosse a ultima coisa importante que eu poderia fazer na vida, dei impulso e juntei os lábios dele com os meus. Já tinha me esquecido de como eles eram perfeitos.

Não pensei mais em nada, nem mesmo nas palavras que ele tinha me digo a dez segundos atrás, porque aquilo não importava.

Senti Zayn recuando, mas depois investiu, invadindo meus lábios e explorando cada parte da minha boca com a dele. Ele era uma droga que eu nunca poderia me libertar, sempre seria a coisa que eu mais desejaria na vida e na morte.

Inesperadamente ele tirou meu sinto de segurança, me puxando para mais perto. Eu não sabia direito onde isso iria parar, mas foi a melhor coisa sentir seus lábios pressionando sobre a pele do meu pescoço, enquanto eu me contorcia.

Ele estava comandando toda a situação e não me importei quando ele me jogou para o lado de trás, me deitando sobre o banco, deixando se corpo colado ao meu. Eu estava flutuando e me sentindo bem, porque esse era o meu lugar. Ter ele junto a mim era a unica coisa que eu tinha certeza que iria querer pelo resto da vida.

Passei a mão pela nunca dele, pressionando meus dedos sobre sua pele. Porque eu precisava disso. Zayn era a minha ruína e o que me salvava, tudo ao mesmo tempo.

Ele passou as mãos pelas minhas coxas e depois subiu, até tentar retirar meu casaco. Fui difícil, mas me livrar dele foi a melhor coisa que fiz. Seus lábios me beijavam de uma forma louca e boa, porque aquilo estava tão desesperado. Tudo estava maravilhoso, minha vida estava ganhando vida e mais um motivo para continuar seguindo em frente.

Mas então ele parou de me beijar, deixando seu rosto próximo a mim. Algo em seu olhar ficou estranho e fazendo meu mundo desabar, ele rapidamente saiu de cima de mim, colando as costas na outra porta de trás.

Zayn pareceu tremer e ficar branco, tentando focalizar alguma coisa. Ele olhou para mim novamente e sacudiu a cabeça, murmurando um não.

Eu fiquei estática, sentindo o frio chegar em mim novamente e o calor de Zayn ir desaparecendo. O que diabos era isso?

Ele pareceu se desesperar e se jogou contra o banco do motorista, tentando absurdamente colocar o sindo te segurança, não conseguindo e se desesperando ainda mais. Ele desistiu e tirou o carro do ponto morto. Fomos com um baque para frente – parecido com aquele que aconteceu comigo quando estava aprendendo a dirigir – e depois ele xingou um palavrão.

Me sentei bem devagar enquanto ele conseguia colocar o carro novamente na estrada. Meus olhos se encheram de lagrimas e naquele momento não quis mais viver. Ele estava me rejeitando de um a forma absurda e eu não poderia aguentar. Sei que fiz mal a ele, mas isso era insuportável.

Minha respiração ficou descontrolada, meu peito subia e secia. Eu estava queimando e não poderia mais continuar com isso. Continuar aqui.
– Para o carro! – gritei com toda a força que consegui, sentindo minha garganta queimar. 
Não sei se Zayn se assustou, mas quanto percebi minhas mãos ja trabalhavam em sair no carro parado no acostamento. Uma lufada de vendo frio me atingiu, mas isso não me importava mais.
– Você está fazendo oque? – ouvi a voz dele com dificuldade, já que os carros estavam passando rápido pela estrada.
Não tinha forças para responder. As lágrimas quentes que caiam dos meus olhos me davam uma sensação estranha com o vento frio me chicoteando. Apenas dei o primeiro passo, o primeiro de muitos que eu estava disposta a dar.
– Ei! – ele gritou novamente – Volte aqui!
O ignorei, seguindo em frente e lutando contra o frio. Nem com o meu casaco estava mais.
– Volte agora para aquele carro! – sua voz ficou perto e então ele puxou meu braço, me forçando a encara-lo – Que merda você pensa que está fazendo?
Olhei seu rosto perfeito. Ele era a minha esperança e agora nem isso eu tinha. Será que minha mãe e meus amigos seriam capazes de sobreviver sem mim? Espero que sim.
– Você não me ama mais – murmurei, enquanto tentava me soltar – Eu sei que não. Então, por favor, não brinque comigo. Preciso seguir sozinha. 
Não quis olha-lo, sabia que seria mais uma facada a ser recebida se fizesse isso. Esse dia era um adeus, porque nunca mais eu iria vê-lo. Seguiria com a minha vida e o deixaria em paz.

Bem devagar, consegui soltar meu braço, ainda olhando para qualquer lado que não fosse ele. Mesmo que doesse, essa era minha única opção.

Meu primeiro passo foi dolorido, mas eu teria que me acostumar com a dor. Eu estava deixando tudo para trás. Pronto. Eu perdi e teria que conviver com isso. Conviver com o fato que eu fui uma idiota e deixei a pessoa que eu mais amava me odiar.
– Volte. Para. O. Carro. – ele gritou, mas eu queria rir. Voltar para que? Para ser ignorada?
– Eu vou te deixar em paz, me deixe em paz também – gritei e olhei para a estrada. Será que dava tempo de travessar se eu corresse?
Olhei para as duas faixas e pareciam perfeitas. Era a minha hora de atravessar e deixa-lo em paz.

Meus pés cambalearam rápido para fora do acostamento. Minha mente só queria chegar ao outro lado e ficar livre de ser odiada por ele. Ser rejeitada é um dos piores sentimentos que já sentir, e não estou disposta a senti-lo de novo.
– Para! Para com isso! Ficou retardada? – a voz de Zayn era baixa, cortada pelo vento. Eu queria parar e escuta-la pela ultima vez, mas meus pés não paravam de andar. – Sai dai! Saai!
 Me virei e ele estava gesticulando com os braços. Que merda era isso?

Mas já era tarde, a luz estava em cima de mim, ofuscando qualquer tentativa de olha-lo pela ultima vez. Não senti dor física, mas emocionalmente eu já havia morrido.

Não ouvi barulho, nem nada. Era apenas a dor no meu coração. O chão não parecia tão gelado como eu imaginei. Talvez porque eu estivesse em combustão pela minha dor.

A única coisa que eu conseguia ver eram as estrelas, brilhantes e chamativas no céu. Sempre gostei das estrelas. Únicas e solitárias, para sempre. Era a coisa mais linda que eu tinha visto, até o rosto de Zayn aparecer. Agora ele era a coisa mais linda que eu tinha visto. Seu rosto perfeito estava tão perto de mim.
– O que você fez sua maluca? – parecia que ele estava gritando, mas sua voz era tão baixa para mim – Meu Deus! Você é idiota? Só pode – seus olhos saíram de mim por um momento e ele começou a gritar novamente – Cala a porra da sua boca seu imbecil! – e depois voltaram para mim de novo – Fica acordada, tudo bem? Olhe para mim. Não durma, não faça isso. Olhe para mim! 
Eu queria rir. Olhar para ele era tudo o que eu queria fazer. Poderia ficar assim pelo resto da minha vida. Não sentia mais meu corpo, não pensava direito e tudo o que eu via era o rosto de Zayn impaciente e nervoso, e as estrelas.

Não lembro o que aconteceu, mas de repente ele estava colocando seu casaco encima de mim. Isso era tão bom.
– Fica quietinha, ok? Vai ficar tudo bem – ele passou a mão pela minha testa, mas logo tirou – Meu Deus isso é culpa minha. Tudo culpa minha. Me perdoe por favor. 
Eu queria falar mas minha voz não saia. Meu corpo não respondia a nenhum dos meus comandos, não conseguia pensar, ainda processava muita coisas. O clarão, a dor e Zayn. Eu só ia atravessar a estrada... E o carro me pegou.
– Não feche os olhos! – ele gritou, mas eu não conseguia ouvir. Apenas acompanhava o mexer de seus lábios – Não faça isso. Olhe para mim. Agora! Não! Fique aqui comigo, eu estou mandando! Olhe para...
E então não escutei mais. Não ouvia e nem sentia mais nada. Meus olhos estavam se fechando, mas eu queria isso. Então lutei para que eles continuassem abertos. Pelo menos ver o rosto de Zayn e as estrelas pela ultima vez. Aquilo estava perfeito.

Se essa era minha morte, estava sendo linda.

CONTINUA...

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Olha eu ai!

AVISO:
O próximo capitulo que eu irei postar será narrado pelo Zayn, mas será como ele reagirá com o acidente. Se eu só estivesse lendo a fanfic, iria achar o Zayn um mother fucker, mas ele tem seus motivos. Eu tenho essas ideias há tanto tempo que nem acredito que estou postando esse capitulo.

GENTE VOCÊS QUEREM ME MATAR USANDO #AnsiosapraCONDUTORES? Só pode. Eu tive um ataque quando vi isso vocês não tem noção azhuhzjapzoihzpkz

Espero que vocês tenham gostado desse capitulo e esperem pelo Zayn narrando.

Escutem American e Ultraviolence da Lana Del Rey porque essa mulher é perfeita diva minha rainha. 

COMENTEM O QUE VOCÊS ACHAREM PORQUE EU VOU RESPONDER OS COMENTARIOS <3 

ILYSM 

@ziampau @ziamaricas


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Change My Mind - 2ª Tp - Cap 7 - I'M BACK, BITCHES


Espero que vocês entendam o capitulo. Amo vocês demais.


– E você acha que é simples assim? – gritei, serrando meus punhos – Vai me enxotar da minha própria casa? Da casa que era do meu pai?
Helena estremeceu, mas continuou com a postura firme de mãe. 
– Isso será para o seu bem, quanto você voltar, vai estar muito melhor – ela não gritava como eu, mas falava um tom a cima do normal – Será um tempo, para mim e para você. Isso vai ser bom.
– Bom para quem? – gritei, querendo quebrar à casa inteira – Bom pra você? Só se for. Você está me tirando da minha casa... isso... isso não é coisa que uma mãe faça!
Derramei-me no chão. Sem coragem de olha-la nos olhos. Eu a odiava. 

Helena se abaixou até mim, colocando suas mãos nos meus ombros.
– Me desculpe, mas é a nossa única opção. 
Eu a encarei, com os olhos fervendo de raiva.
– Eu te odeio! Você matou meu pai! A culpada é você! – ela arregalou os olhos e deu um pulo para trás – Se você não tivesse brigado com ele, meu pai estaria aqui, comigo. Eu. Te. Odeio.
Levantei em um pulo surdo, agarrando os lençóis. Eu estava com medo, medo do meu sonho/pesadelo. Era um pesadelo, claro que sim.

Sentia-me deslocada e com vontade de gritar, até sentir braços calorosos em volta de mim.
– Tudo bem com você? – Helena sussurrou, passando as mãos em torno de mim.
Apenas assenti, abrasando-a de volta.
– Me desculpe por tudo. – minha voz saiu mais dolorosa do que planejei – Por acusar você e todas as dores de cabeça que te dei. Me perdoe, eu fui uma idiota imatura e...
– Shh, tudo bem. – Helena me cortou – Esqueça isso. 
Eu queria fazer o que ela estava me pedindo, mas parecia impossível. Sempre fui um peso para ela, ainda mais falando o que não devia. Minha mãe sempre foi paciente o suficiente para lidar comigo, e eu sei que ser paciente cansa.
– Me perdoe por não conseguir ficar, mãe. – solucei, ainda abraçando-a – Me perdoe, por favor. Por favor. 
Ela apenas me abraçou mais, talvez me mandando calar a boca. Eu sabia que deveria estar enchendo o saco com isso, mas para mim era preciso. Minha mãe lutou por mim até o ultimo minuto. E eu a amava demais, contudo não conseguiria ficar aqui.

Helena me soltou e segurou meus ombros, me fazendo encara-la, mesmo na escuridão do quarto.
– Não peça desculpas por ir atrás da sua felicidade. Nunca. – ela suspirou e pareceu sorrir – Agora vamos, deite. 
 Fiz o que ela pediu e tentei fechar os olhos, imaginando que as coisas não estavam mal como estavam. Lindsay e Jack chegaram a mesma conclusão que minha mãe, que eu deveria voltar se quisesse ter uma vida feliz. E eu não pude negar, era o que eu queria.

Helena me cobriu e beijou minha testa.
– Mãe, eu só queria que você entendesse que...
Eu queria dizer tanta coisa. Como é para uma mãe sentir que uma filha não está feliz em casa? Eu queria abraça-la e pedir milhões de desculpas, mas Helena não me deixou terminar.
– Há coisas que não devem ser entendidas, e sim aceitadas. E eu estou aceitando você ir. – ela passou a mão pela minha testa e depois me deu um beijo no mesmo lugar – Eu te amo.
Queria chorar novamente, mas me contive.
– Também te amo. 
E assim ela saiu do meu quarto. Talvez ela tenha ouvido meus múrmuros devido ao pesadelo e tenha vindo aqui. Ainda é difícil pensar que em poucas horas eu estarei novamente na George Clark, me sentindo viva.

Olhei para o quarto penumbroso. Nas minhas ultimas semanas tenho ficado tão sozinha, tão sem animo. Eu sei que em todo esse tempo eu não tinha ficado literalmente sozinha, mas digo no modo de se sentir. Me sentia sozinha mesmo em uma sala cheia de gente.

Será que com a minha volta para o internato isso irá mudar? Tem der ser meu caminho. Estou apostando todas as minhas fichas.

£££

Meu quarto acordou imundado de malas. 

Quando acordei para ir à escola naquela manhã, minha mãe negou e disse que eu não precisava mais ir. Antes de sair para o trabalho, ela tinha enfileirado minhas malas e deixado um bilhete.

Arrume tudo.

E então, preguiçosamente tirei tudo o que tinha no armário coloquei encima da cama, embolando as roupas e jogando dentro das malas. Minha mãe não me deu informações sobre quando eu iria voltar, mas pelo visto iria ser bem rápido. 

Pensei em como tudo isso começou, mas não em como tudo acabaria. E se não fosse a mesma coisa? Se as pessoas, e se ele, não quisessem mas nada comigo? Será que eu iria ser infeliz lá também?

Um panico tomou minha mente, me desesperando. E se tudo estivesse mudado? Ou se nada mudou?

Estava quase chorando quando ouvi batidinhas na porta.
 – Quer ajuda? – Lindsay disse e então sorriu. Talvez eu já tivesse me acostumado em ela ter a chave da minha casa.
Ela entrou no quarto e depois Jack apareceu atrás dela.
– Gostaria, muito. – dei-lhe o mesmo sorriso simpático.
– O que você está vestindo? Sabe que horas são? – Jack perguntou e começou a rir com Lindsay.
Eu estava vestindo roupas velhas e largas, contudo confortáveis. Já passava claramente das 13hs, mas eu nem estava ligando para isso. Eu só queria aproveitar meus amigos/irmãos por mais algum tempo, antes de realmente voltar ao que eu quero.
– Nem me liguei na hora – eu disse e puxei uma muda de roupa – Vocês poderiam pedir algo para comer enquanto eu coloco uma roupa descente, então?
Eles concordaram e sumi do quarto.

Agora eu estava realmente ficando mais animada, porém com uma angustia enorme no peito.Tudo me fazia querer ir mais rápido, arrumar minhas coisas e partir. Fazia mais sentido se eu pensasse que eles estavam felizes com essa decisão, mas sei que não estavam. Mas o melhor agora é ignorar isso.

Quando voltei ao quarto, os dois estavam sentados encima da cama, remexendo em algo que demorei para perceber o que era. Mas quando percebi, era tarde.
– Quem é Zayn Malik? – ouvir Lindsay pronunciando esse nome parecia algo surreal. Nunca conseguiria acreditar. 
Conseguia ouvir o som do meu coração bombiando sangue para minha cabeça, ficando mais rápido. Ouvir o nome de Zayn me deixou fraca e anestesiada. Era tanta coisa ao mesmo tempo que não conseguia pensar em alguma coisa para falar.
– Ninguém – falei rápido demais, parecendo uma defesa em vez de explicação.
– Então por que todos esses desenhos estão assinados com o nome dele? – Jack olhou para mim, esperando minha resposta.
Crispei os lábios. Onde eu iria chegar com essas mentias?
– É um amigo. – respondi e fiquei mais tensa. Por que eu não estava conseguindo mentir direito?
 – Então por que falou primeiro que era ninguém? – Lindsay me questionou – Se você quer saber, eu nem acreditei na primeira vez que você me disse isso quando vi os desenhos.
Eu queria bater nos dois por fuxicarem minhas coisas, porém eles precisavam saber. Essa vai ser a pior parte, com certeza.
– Bem... – respirei fundo e pus a mão na cintura. Eu estava de pé no quarto, enquanto os dois me observavam atentamente, prontos para absorver qualquer informação minha – é complicado demais...
– Você tinha um namorado e não me contou? – Lindsay berrou e estremeci.
– E você largou ele pra voltar pra casa? – Jack completou.
Eu estava nervosa demais para encontrar outra saída.
– Sim! – gritei – Querem saber? Sim, eu tinha. 
Eles observaram meu showzinho calados, mas bem devagar foram mostrando suas reações.
– Ai. Meu. Deus – Lind colocou a mão na testa.
Jack passou a mão na nunca e depois olhou para mim, assim como Lindsay.

Pensei que eles iriam me achar uma traidora por não contar todas as coisas que me aconteceram, afinal, amigos compartilham segredos. Eu iria entender qualquer reação que eles tivessem, porque a culpada de tudo sou eu, desde o começo.
– Você é maluca. – Lindsay ficou de joelhos na cama e amarrou o cabelo – Por que raios você largou ele? 
– E para vir para cá? – Jack usava o mesmo tom de Lindsay e me olhavam como se eu fosse uma aberração.
Eu pensei em rir da reação deles, porém não conseguia raciocinar.
– É, ela é maluca. – Jack concordou. 
Ficou tudo em silencio de paz por uns segundos, mas os dois não conseguiam calar as bocas.
– E você não terminou com ele para voltar, né? – Lindsay berrou de novo e fiz um sinal para que ela diminuísse a voz.
Respirei fundo e fui até minha cama, me sentando entre os dois.

Contei-lhes toda a historia, do começo ao fim – o fim que eu realmente não esperava ter. Deixei de fora a parte em que vi ele com outra garota em uma festa, porque eu realmente não levava mais aquilo a serio, e no lugar coloquei uma desentendimento qualquer.

Isso era tão intimo que nunca me imaginei falando de Zayn para eles. Deus, tudo estava mudado mesmo.
– Puff – Jack disse depois que eu me calei, lutando para não chorar.
– Você tem alguma foto dele? – Lindsay pareceu mais animada e tentando me animar, mas depois que me viu ficar mais desanimada, reconsiderou – Se você não quiser mostrar tudo bem, eu entendo...
– Sem problemas – a garanti e puxei meu computador, procurando aquela imagem que recebi em um anexo de Isabelly no e-mail.
 Dei zoom no rosto perfeito de Zayn. Ele estava tão feliz ali. Eu estava feliz. Não queria ver a reação deles, porque isso já é demais para mim. Mas sei a reação de toda pessoa que o vê pela primeira vez e sei que sempre será a melhore. Talvez pela beleza perfeita de seu rosto ou o jeito que ele sorri, mas eu sei muito mais do que isso.

Porque ele já foi meu, e não é mais.

Lindsay tirou o zoom da imagem, e observou tudo. Doeu ainda mais em mim quando percebi para onde ela estava olhando. Era a minha mão junto com a dele, tão juntas que pareciam se fundir.

Se fechasse os olhos, poderia me sentir naquele dia perfeito mais uma vez. Sentir a mão dele quente e macia sobre a minha, me mandando a confiança que eu precisava para seguir em frente. Era tudo tão perfeito.
– Eu sinto muito – Jack me disse e depois me abraçou, como se confortasse uma irmã mas nova – Mas você vai voltar e tudo vai se resolver, né?
De todas as perguntas que eles me fizeram, essa era a única que eu não sabia responder. Realmente não sabia.
£££

– Pegou tudo? – Helena me perguntou, no dia seguinte, assim que coloquei minha ultima mala no seu enorme pota-mala. Eu estava voltando com mais bugigangas do que fui.
– Acho que sim – respondi.
Eu estava ficando nervosa a cada minuto. Tudo isso era muita coisa ao mesmo tempo.

Observei minha mãe voltando para hall e entrando dentro de casa. Ela deveria ir buscar mais alguma coisa.

Minhas mãos suavam e minhas pernas tremiam.

Olhei à casa em que morei na infância. Relembrei os momentos felizes que passei ali, como uma família. Não posso negar que minha mãe foi uma mãe perfeita, com todas mas manias de mães, mas foi perfeita.
– E ai? – Lindsay praticamente me deu um susto, aparecendo no meu campo de visão.
Lembrei-me de quando a vi quando cheguei aqui. Ela estava sufocada e de alguma maneira me sufocou também. Ela queria uma amiga para fazer coisas de amigas, compartilhar segredos e tudo mais, porém eu não consegui ser essa amiga.
– Oi – respondi e ela ficou ao meu lado, visualizando à casa.
– Tudo bem? 
– Tudo. – balancei a cabeça – E com você? 
Eu sabia que estava perguntando ao todo, de como ela está com a minha ida. E ela também saiba.
– Tudo bem também.
Minha mãe saiu da casa novamente, trancando a porta. Agora era para valer.
– Você contou pra ela sobre o... bem, sobre o Zayn? – Lindsay murmurou para mim, olhando enquanto minha mãe vinha até nós.
Ontem, quando eu os contei sobre Zayn, pensei em falar para minha mãe, mas preferi não correr os riscos.
– Não tive coragem. – falei e engoli em seco – Acho que só depois terei coragem para contar, agora não.
 Minha mãe chegou até nós, sorrindo e com à bolsa no ombro.
– Então, é isso, né? – Helena disse, olhando para mim e Lindsay. 
Respirei fundo olhando para minha amiga e em seguida a abraçando. Eu não tinha ideia de quando iria vê-la novamente e isso não me fazia bem, então espantei esses pensamentos.

Jack havia largado a bicicleta no meio fio e corrido até mim. Ele me abraçou forte o suficiente para me dizer que queria meu bem e não iria ficar chateado por eu ir assim.
– Pensei que não viria – eu disse.
– Corri e cheguei a tempo – ele riu e ficou ao lado de Lindsay – Eu precisei fazer um trabalho extra. Ao contrario da sua amiga aqui, não posso mais faltar aulas. 
 Lindsay deu um tapinha nele e nós rimos, até minha mãe. Depois ficou um silencio estranho, confuso.
– Está na hora, queria. – minha mãe se pronunciou, cortando-me dos meus sentimentos.
Eu sorri para ela e para os meus amigos. Era hora de voltar.


£££

Ninguém nem ao menos sabe o quão difícil foi a vida
Eu nem mesmo penso sobre isso agora porque
Eu finalmente encontrei você - Radio

Me mexi desconfortavelmente naquele carro. Eu estava passando mal, com minhas pernas tremendo e mãos suando. Cada batida do meu coração estava dolorida, me mandando calafrios. Meu estomago revirava, enquanto eu tentava controlar minha respiração.

Não achei que iria ficar assim, 

Durante todo o meu voo, pensei nas possibilidades que eu tinha. Ou tudo voltava a ser como era, ou não. 

Minha mente, meu corpo e tudo que se ligava a mim só queria uma coisa: Zayn.

Eu estava inquieta, como se fosse entrar em uma especie de surto. 

Não sabia como tinha aguentado todo aquele tempo sentada e não fazendo nada dentro do avião. Eu me sentia solitária e sufocada com a minha própria companhia suicida. Eu precisava vê-los, tinha de ser o mais rápido possível, senão iria enlouquecer.
– Está se sentindo bem, sr. Collins? – a voz de Madalena me fez sorrir. Era muito, muito bom ouvir sua voz novamente.
– Melhor do que nunca – garanti.
 Eu não conseguia olhar a paisagem da janela ou relaxar, pensando que tudo acabaria bem. Era como se eu tivesse uma bomba dentro de mim, que explodia aos poucos.

Não percebi onde estava até o carro parar e Madalena ajeitar o blazer. Agarrei o estofado do carro chique quando o motorista abriu a porta, sorrindo para mim.

Merda, eu estava de volta.

Minha respiração ficava mais rápida, quase que dificultando meus pensamentos. Receosa, sai o carro e o frio me atingiu, mas não me causou danos, porque eu estava incendiando por dentro.

Os grandes portões continuavam intimidadores, porém isso não me afetava, porque eu sabia o tinha atrás deles.
– Sua mãe fez questão de te matricular novamente nas mesmas condições. – Madalena me puxou para dentro os portões, caminhando lado a lado comigo, enquanto eu tremia – Eu sempre confirmei que sua vaga iria continuar. Então você já sabe como tudo funcione. Bem-vinda novamente.
Pisquei algumas vezes tentando digerir tudo o que ela disse, mas depois sorri, de verdade.
– Obrigada.
Agora andávamos no meio do jardim principal. Tudo parecia calmo e o mesmo. Quando tempo eu passei fora?
– Bom, eu acho que você não poderá ir para a aula hoje, já está quase acabando. – Madalena disse assim que entramos no prédio. 
A construção antiga não me assustava mais. Eu estava em casa.
 – Ma-mas eu queria... eu. Eu preciso ir. 
Ela ia falar algo, mas meus pés já trabalhavam em correr. Eu me sentia livre novamente, pronta para qualquer coisa. Corri até o prédio das salas, absorvendo todas as memorias aqui, relembrando minha felicidade.

E então eu achei a minha sala, a sala de aula onde eu era feliz e não sabia. Sala onde eu podia aproveitar Zayn pelo dia inteiro, mesmo tendo que ficar longe dele. E eu queria vê-lo, precisava senti-lo perto de mim. Só assim estaria completa.

Coloquei-me dentro da sala em um único passo, tremendo ao ver todos ali, prestes para irem embora. Cansados de um dia de estudante. Mas eu estava feliz que iria ter um dia inteiro de aula, eu estava feliz em poder ser um deles novamente.

Reconheci o professor de matemática e toda aquela matéria na lousa. Reconheci minha sala. Reconheci rostos.

A maioria me olhava torto, como se fosse uma aberração, parada na porta.

Meus olhos passeavam pela sala, a procura dos deus amigos e dele.
– Bem-vinda? – o professor disse e acenou para mim, mas continuei parada. Ele voltou para a turma e sorriu – Estão liberados. 
Rostos conhecidos transformavam-se em borrões, doloridos de encarar.

A multidão correu, muitos deles olhavam para mim como se eu fosse uma mongol por ter voltado, mas eu não me importava. De repente, fui jogada para fora da sala, sendo mais uma a ocupar o corredor lotado.
– Meu Deus! – Alex apareceu na minha frente, com o cabelo louro tampando o rosto – Meu Deus! Izy vai surtar quando te ver!
E depois os braços dela estavam envolta de mim, confortantes. Não sei com quantas pessoas falei e abracei, mas tudo parecia rodar.
– Onde está Izy? – perguntei a Emily, enquanto andamos pelo corredor.
– Ela passou mal, de novo, e Liam foi atrás dela.
– Izy está doente? – perguntei.
– Eu não sei – Julia me respondeu – Ela não gosta de falar sobre isso, mas disse que ia no médico no final de semana.
– Onde ela vai arranjar tempo com a festa? – Alex questionou.
A conversar fluía e eu me perdia.
– Wou, calma. Que festa? – perguntei.
– Sábado terá uma festa para comemorar sei lá quantos anos do internato e tipo, todos nós temos que ir. À escola até alugou um casarão não sei onde. 
Andávamos todas juntas pelo corredor, apenas faltavam Izy. Eu me sentia carregada de informações, porém eu queria muito mais. Queria absolver qualquer notícia.
– Ah. – exclamei, enquanto seguíamos pelo corredor dos quartos.
– E você já sabe oque aconteceu com o Zayn? – Alex falou mais baixo, e eu era agradecida por isso.
 – Já soube – respirei fundo, enquanto todas nós entravamos no quarto. 
Minhas malas estavam entulhando o quarto e boa parte delas estavam sobre a minha cama. Era bom estar aqui novamente. Parecia tando tempo e ao mesmo tempo, tempo nenhum. Poderia jurar que estava aqui ontem.

Izy estava no meio do quarto, olhando atenta minhas malas.
– Voltei – sorri. 
 Ela arregalou os olhos e logo estava me abraçando. Era tão reconfortante ter minha amiga aqui. Tudo parecia ser a mesma coisa, o meu cantinho ainda estava o mesmo, e isso me deixava menos preocupada sobre como as coisas seguiriam daqui para frente.
– Jesus, você é louca? – ela exclamou, sorrindo – Você voltou para ficar? Por que não avisou que estava vindo para cá? 
– Eu, bom. Quis fazer uma surpresa – menti. Eu sabia que tinha de avisar, mas tinha medo do que elas poderiam dizer, então a minha melhor opção foi embarcar de uma vez – Você estava se sentindo bem? Me disseram que você passou mal.
 Ela desviou o olhar, mas depois sorriu para mim.
– Não é nada demais. 


– Ele não está aqui – Julia sussurrou no meu ouvido e depois sorriu.
Estávamos no refeitório, todos na mesa de sempre. Tudo era igual, menos o assunto, porque o assunto era eu. Além das minhas amigas, estavam Niall, Philip, Liam e Harry – mesmo que eu não gostasse dele.

Mesmo que eu me sentisse feliz por ter voltado, ainda havia um grande vazio no meu peito, que apenas uma pessoa poderia enche-lo. E como Julia me disse, ele não estava aqui.
– Então onde... – comecei a dizer, mas ela já tinha entendido.
– Depois das aulas, a turma de encrenqueiros fazem trabalhos pela escola, e depois vão jantar. Ele pode estar em qualquer lugar agora. 
Sorri e agradeci. Parecia que o destino ou qualquer outra coisa estava me mantendo longe de Zayn, me matando a cada segundo. Eu me sentia fraca, angustiada e massacrada. Não concentrava-me em nada. Apenas ele. Eu estava aqui por ele.

Continuei à mesa por um tempo, mexendo na minha comida. Eu estava com saudades, mas nem isso me fazia comer. Só conseguia pensar em quando eu o veria outra vez, e se isso iria acontecer logo. Meu coração acelerava só em pensar.
– Já volto – disse para as pessoas, enquanto sumia da vista deles. 
 Eu tinha vontade de chorar pelos corredores. Eu precisava de Zayn o mais rápido possível. Esse lugar só era esse lugar, especial para mim, por causa dele. Porque eu sentia a falta dele. E agora ele não estava aqui.

Tentei me recuperar e andei pelos corredores vazios. A primeira coisa que pensei foi Jardim de Inverno.

Continuava o mesmo. As paredes e teto de vidro, com os caminhos de samambaias e outras flores desconhecidas por mim estavam ali, me mandando ondas de recordações maravilhosas e perfeitas. Sentei-me em um banco de madeira escura, onde costumávamos ficar. Isso era doloroso e bom ao mesmo tempo.

Eu queria gritar, mas não conseguia sair nada da minha boca. A noite deixava tudo em penumbra, mas ainda era maravilhoso.

Estava preste a chorar, quando ouvi um barulho abafado, como som das pedrinhas sendo amassadas com o andar. Tinha alguém aqui.

Foi como um sonho virando realidade.

A melhor sensação que pude sentir na minha vida. Meus olhos agradeciam a Deus por ver aquilo, ver o amor da minha vida.

Automaticamente senti-me feliz. Perfeita e curada de qualquer dor já sentida. Meu corpo se incendiou. Eu o amava demais. Só dele poderia me causar isso.

Seu rosto estava perfeito – como sempre. Havia algo diferente, mas ainda era ele. Era o meu Zayn. O cara que eu mais amo no nundo. Bem a minha frente. Magnifico e meu.

Ele franziu os olhos, procurando um foco na visão. Eu tinha certeza de que ele conseguia me ver naquela distancia, mas parecia não acreditar. Ele deu um pequeno sorriso e depois balançou a cabeça. Quando voltou os olhos para mim novamente, tudo de desfez.

Ele formou uma carranca, como se olhasse uma aberração. Eu entendia, mas aquilo doeu.

Precisava agir.
– Podemos conversar? – não reconheci minha voz, estava desesperada demais. 
Zayn ficou um tempo parado, como se processasse o que eu disse. A cada segundo que se passava, meu corpo tremia cada vez mais. Eu precisava do corpo dele junto ao meu.

E então, como se eu não comandasse mais meus atos, comecei a me movimentar para perto. Cada vez mais. Ele não pareceu se importar, porque estava aéreo. Seus olhos não focavam, parecia buscar algo na memoria.

Eu estava chegando, estava perto de senti-lo quando recebi um choque.
– Não toque em mim – ele berrou, dando um passo para trás. 
Eu parei, absolutamente arrasada. Não toque em mim. Não toque em mim. Não toque em mim.

O que eu mais queria na minha vida ela toca-lo. Que diabos?

Abri a boca para falar mais alguma coisa. Talvez perguntar o que ele tinha, mas isso era ridículo. Eu o deixei, eu merecia a rejeição. Isso tudo é culpa minha, e sempre será. Idiota.

Eu pensei seriamente que quando eu voltasse tudo voltara ao normal? Voltaria a ser como era antes? Fui tão ingênua.

Ele deu outro passo para trás me puxando novamente a realidade. Seus olhos ainda estavam em mim, como se não acreditasse que eu estava ali. Mas eu estava. E queria que ele me perdoasse.

Seus olhos perfeitos iam ficando mais longe... longe. Até desaparecer.

Ele desapareceu do Jardim de Inverno, levando meus sentidos com ele.

CONTINUA...

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Bom, ficou tudo meio bosta. 

Primeiramente porque eu já tinha escrito esse capitulo, mas aí deu uma louca no Blogger e ele apagou metade do bagulho, e eu tive que reescrever. Eu queria um capitulo muito melhor do que esse, mas foi o que eu consegui fazer. Espero não ter decepcionado vocês :/

Gente, eu quero terminar a fanfic antes do dia 23 de fevereiro, porque é quando minhas aulas começam. 

Eu acho que se até lá a fanfic já estiver terminada, vou conseguir postar minha nova fanfic sem medo, porque eu só vou precisar me dedicar a ela. 

E em falar em nova fanfic, esse é a capa de Condutores, minha nova fic com o Liam


Eu irei posta-la no Wattpad, Anime Spirit e Stay Young 1D. 

É isso gente. Eu queria agradecer tudo mesmo, porque vocês são incríveis. Eu tô começando a responder os comentários e tô animada com isso. Beeeeeeeeeeeeijos e thanks. 

COMENTEEEEEEEEM O QUE ACHARAM DE CONDUTORES E CHANGE MY MIND!

@ziampau e @ziamaricas