Eu sei que vocês não querem saber da minha vida e sim da fanfic, eu entendo, mas gostaria que pudessem ler as notas finais. Agradeço desde já.
– Por que vocês duas demoraram tanto? – ouvi a voz de Helena bem no fundo da pouca sanidade que me restava – Quase fui lá encima chamar vocês.Lindsay soltou um risinho e me ajudou a colocar o sinto. Eu apenas fitava o banco do passageiro a minha frente, pensando sobre minha fracassada vida.
– Problemas em encontrar a transferência – ela respondeu.
– Óculos? – minha mãe me perguntou, enquanto me olhava pelo retrovisor.Já estávamos a caminho da escola, com Helena dirigindo o mais rápido possível para eu não chegar atrasada logo no meu primeiro dia.
– Hum... – respirei fundo e engoli a seco – Eu... eu...
– Eu pedi, sabe? Acho que fica melhor, da um ar de mais centrada.A voz de Lindsay preencheu o vazio que tinha ficado quando me calei. Não aguentaria falar. Minha garganta parecia fechada.
– Urhum.Lindsay me lançou um olhar compreensivo e ao mesmo tempo preocupado. Eu a entendia. Talvez se outra pessoa visse o que ela viu, sairia fazendo um escândalo. Mas ela apenas me ajudou a continuar, ficando no meu lado sem se queixar.
Eu sabia que teria uma hora que ela iria querer saber o porquê da minha crise, o porquê de parecer uma problemática. E eu tinha medo do contar, porque nem eu sabia o que era isso. Ainda sentia meus olhos arderem pelo choro, mas os óculos que Lindsay me emprestou faziam o papel de esconde-los.
– Boa sorte, queria – mamãe beijou minha bochecha antes de Lindsay me puxar do carro.À velha escola continuava a mesma. Talvez tivessem cuidando mais do jardim e trocado o caminho de pedras até o portão de ferro. Tentei parecer o mais normal possível, porem boa parte de mim estivesse entrando em colapso.
– Você tem que apresentar isso para o professor – Lindsay disse assim que entramos no corredor principal da escola, – sua transferência.Ele me entregou o papel, que eu nem lembrava mais. Só percebi que minhas mãos estavam tremulas quando peguei o papel, que não parava quieto.
– Obrigada – murmurei – Na verdade, obrigada por tudo.Ela me olhou por um momento, depois sorriu. Esticou as mãos e tirou o óculos escuros do meu rosto, guando-o na bolsa em seguida.
– De nada – ela fez uma careta – Só espero que... aquilo não aconteça de novo.Respirei fundo enquanto andávamos pelo corredor, vendo tantos rostos que me senti tonta.
– Eu acho que devo explicações a você.Era claro que eu devia.
Lindsay chegou no quarto, me viu tendo uma crise, um surto de choro e a única coisa que fez foi ficar abraçada comigo enquanto eu encharcava sua roupa da Gucci por cinto minutos. Depois me deu um óculos para esconder os olhos inchados e descemos como se nada tivesse acontecido.
– Bem, por esse lado, sim. Mas você tem coisas mais importantes agora.Ela me puxou para à sala, parecia feliz o bastante para me deixar feliz pelo resto do dia, embora eu ache que nada iria me fazer sorrir.
– Então é isso – ouvi a voz de Jack – Bem vinda a esse inferno que chamamos de escola.
– Bom dia – minha voz quase não saiu – e obrigada.Ele sorriu e nos seguiu até alguma mesa. Não iria sentar na frente, no meio e nem atrás – queria ficar o mais invisível possível. Sentamos na janela. Eu estava sozinha. Aqui eram mesas individuais, espalhadas pela sala.
Felizmente nada de anormal me aconteceu. Nenhum professor veio falar comigo, nenhum outro aluno pareceu me notar ou qualquer coisa do tipo. Só era aquela sala de antes, na qual eu passava meus dias empoeirada na cadeira. Parecia ter ficado ainda mais deprimente.
Vi as unhas cor de rosa de Lindsay batucarem à mesa de plastico. Estávamos na mesa que me lembrava, no lado de fora o refeitório micro, enquanto compartilhávamos o que tinha acontecido de mais empolgante na aula.
O sol estava forte, mas estávamos protegidos. Olhei meu suco e me perguntei por que peguei aquilo. Jack ainda não tinha aparecido, então eu estava ouvindo toda a historia que Lindsay tinha de contar.
Embora boa parte de mim quisesse prestar atenção no que minha amiga estava me falando, eu só relembrava as palavras de Izy. Passei a conversa inteira na minha cabeça, incontáveis vezes. Lembrei-me de ela ter falado sobre os e-mails que tinha me mandado.
O que será que ela falava neles? Eu tinha esperança sobre o que ela poderia me escrever. E-mails de uma semana. Uma semana que fiquei longe. Talvez eles me dessem pistas de como as coisas estão... de como ele está. Eu tinha que saber. Mesmo tendo uma vontade imensa de que nunca mais volte pronunciar o nome dele, uma parte maior ainda queria sugar todas as informações sobre ele.
Meu coração parecia bombear sangue mais rápido. Eu estava decidida no quer iria fazer.
Mas algo me desconectou. Lindsay parou de falar.
– Ai. Meu. Deus. – olhei para cima, vendo quem tinha calado Lindsay.Rebeca Amorin.
Diferente de Lindsay, Beckie se vestia com um número muito maior de roupas de marca. Da cabeça aos pés, literalmente.
– A reabilitada voltou! – ela gritou, enquanto eu revirava os olhos.
– Não foi uma reabilitação – Jack surgiu atrás dela.
– Reabilitação foi o que o seu irmão fez – Lindsay esticou o pescoço até ela.Me senti entediada com aquilo. Beckie não era uma pessoa de todo mal, porém seu jeito fazia com que ninguém – tirando suas fieis seguidoras – a suportasse. E a historia repete.
– Oi, Beckie – minha voz saiu, ao menos, simpática.Algumas pessoas encaravam minha mesa e talvez assim me notassem.
– Minhas festas ainda acontecem em alguns finais se semana, talvez você queira fazer alguma brincadeirinha para os meus convidados. Eles sempre me falaram que você era uma boa atração. – Beckie piscou para mim.Tive vontade de vomitar.
– Suas festas não me agradam mais – eu disse e pisquei de volta – Obrigada.Ela soltou um sorrisinho amarelo e saiu. As pessoas ainda olhavam para mim. Meu caso de parecer invisível veio água a baixo.
– Liga não – Lind me disse, raspando os dedos inquietos pela mesa – Ela tem piorado com o tempo.
– Percebi – resmunguei e colei o rosto na mesa, fechando os olhos.Eu queria estar em casa. Queria ler aqueles e-mails.
– Ei – ouvi a voz de Jack – Vai no clube hoje?Abri os olhos e levantei minha cabeça. Nem me lembrava mais do clube.
– Eu não sei – sussurrei – Talvez amanha. Não, amanha está ótimo. É que eu quero chegar em casa o mais rápido possível.Eles me fitaram com as testas franzidas. Me senti como se tivesse negando um pedido de casamento ou coisa do tipo. Os rostos pareciam doidos. Tudo bem, eu tinha prometido. Na realidade, eu dei a ideia, mas naquela hora pareceu certo. Pareceu ser aquilo o que eles queriam.
Agora era diferente. Era o que eu queria.
Minhas circunstâncias tinham mudado. Agora e mais do que nunca eu queria saber o que aconteceu nessa semana que fiquei fora de lá. Eu me sentia inteiramente ligada com aquele lugar, não conseguia aguentar. Então o que eu tinha de fazer era ler aqueles e-mails.
Talvez eles me não me mostrassem nada demais. Porém eu tinha de ler.
– Claro – Lindsay engoliu a seco – Talvez a volta à escola tenha mexido, sei lá, com o seu bem estar.
– Talvez – eu disse – Mas eu não sei. Acho que o que eu queria fazer agora era ir para casa.Era estranho ter Lindsay aceitando o que eu tinha pedido. Ontem parecia que à coisa mais importante da vida dela era me levar a aquele clube. Talvez porque ela se sentisse muito sozinha.
Jack se manteve calado e assentiu com à cabeça. Eu sabia que ele, ao contrario de Lindsay, asseitava a opinião dos outros. Mas ele também via o que ela não via.
Jack sempre viu que eu não estava me adaptando. E isso talvez fosse um problema para mim.
O sinal tocou me liberando de quaisquer outras perguntas. Eu queria me safar dessa.
£££
– Se você quiser uma companhia, sei lá, no meio da tarde, pode me chamar – Lindsay disse na calçada da minha casa, enquanto eu tentava despacha-la.Ela estava preocupada demais, talvez não quisesse me deixar sozinha. Eu sei que ela tinha as melhores intenções mas agora eu realmente queria ficar sozinha. Não sei ao certo se ela ainda queria minhas explicações sobre aquilo que aconteceu de manhã, mas eu tinha de estar pronta.
– Claro – eu disse – Obrigada.Ela me deu um abraço rápido e sorriu.
– Até amanha, então, se a gente não se ver.
– Até – eu sorri de volta.Ela hesitou e deu meia volta. Quase corri até meu quarto, esperançosa demais. Abri o notebook e sentei na cama. Eu estava querendo fazer aquilo logo. Fiz o login e logo veio uma enxurrada de e-mails, porem os de Izy estavam bem na frente. Fui para o primeiro que ela mandou, a uma semana atrás.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com.
Assunto: Oi.
Tudo bem, eu sei que você foi embora a um dia, mas realmente eu já estou com saudades. Sinceramente eu acho que tudo foi muito rápido e eu não tive o tempo que eu queria para me despedir. Eu não sei se já posso te ligar, então quando você ler esse e-mail, me responda o mais rápido possível. Obrigada.
Ninguém sabe que eu te mandei isso, mas tenho certeza que eles estão te mandando um abraço.
Beijos amiga.
Respirei fundo e fui para o seguinte, que tinha sido mandando um dia depois do outro.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: Por favor.
Então, me segurei para não te mandar um e-mail ontem, porque me disseram que você precisa de um tempo para se costumar. Mas eu sei que você iria me responder. Eu peço por favor que você mande notícias, tudo está muito estranho. Não quero te assustar, mas é complicado. Me ligue quando puder. Beijo.
Eu sabia que ela estava louca por notícias minhas, mas eu nem me lembrei sobre ler meus e-mails. Apenas queria que meu mal estar por essa mudança toda passasse. Ela estava preocupada, e eu sabia disso desde o começo. Fui para o próximo.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: (assunto vazio)
Seunome, por favor, nos mande notícias. É serio. Mesmo um sms com '' Estou bem, pare de me encher o saco''. Agora estamos todos preocupados. O assunto é serio. Beijo.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: (assunto vazio)
Seunome, por favor, nos mande notícias. É serio. Mesmo um sms com '' Estou bem, pare de me encher o saco''. Agora estamos todos preocupados. O assunto é serio. Beijo.
Avia três e-mails com a mesma data, mas um não era de Izy.
De: alex17@gmail.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: Oie.
Eu sei que não deveria estar de incomodando, mas precisamos falar com você. É importante. Todos estamos morrendo de saudade, muita mesmo. Responda rápido. Obrigada.
Alex avia me mandado um e-mail naquele mesmo dia. Elas não me esclareciam muitas coisas nas mensagens, mas pareciam preocupadas.
Abri o ultimo daquele dia.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: SEUNOME!
Oi, amiga. Estou me acostumando em falar com o nada. Mas eu queria que você respondesse. Hoje aconteceu uma parada muito estranha. Liam e eu ficamos conversando por horas por isso. Me ligue ou responda. Entramos em um acordo que é você que tem de dar sinal de vida, porque senão estaremos invadindo seu espaço. É isso. Até mais.
Nesse ultimo Izy tinha dito que algo aconteceu. Meu coração disparou e então voltei a procurar outros. Havia mais um. Enviado no domingo.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: (assunto vazio)
Se até amanha você não der sinal de vida, eu vou te ligar. Não importa o que os outros me falem. Isso tá estranho demais, você tem que saber. Me desculpe por qualquer coisa. Beijo.
Esse era o ultimo e-mail.
O que de tão estranho era isso? Nem na ligação ela me esclareceu algo. E eu temia que tinha acontecido alguma coisa com ele. Isso tudo só me ligava a uma pessoa. E isso me deixava fraca.
Fiquei fitando o notebook por um tempo, tentando intender o que era isso tudo. Uma especie de quebra cabeça?
Abaixei a listas de e-mails, passando por vários lixos eletrônicos. Mas um nome pareceu reluzir muito mais que os outros.
Isabelly Willans.
Imediatamente cliquei e fui ler o e-mail.
De: isa.willans@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: Olá, Seunome.
Te achei, bobinha. Aproveite seu anexo de imagem.
Esperamos a volta do casal. Beijinhos.
O e-mail veio com um anexo. Era uma imagem.
Meu coração deu um grande aperto no peito, doendo a cada bombiada.
Me arrependi completamente de ter aberto aquele anexo. Ali estava uma foto tirada há um bom tempo, bem longe daqui. Demorei um pouco para raciocinar o que era aquilo, mas logo vi meu rosto. E em seguida, o dele. Eu estava feliz, ou talvez estivesse porque ele estava ali, no meu lado. Observei a foto mais atentamente, passando meus olhos por cada detalhe.
Minha mão estava junto a sua. Eu segurava suas mãos com tanta força que parecia estar com medo de alguma coisa.
Eu deveria ter aproveitado mais aquilo.
Depois de ter vasculhado todos os cantos daquela foto, fechei o notebook.
Deitei na cama e fitei o teto, tentando me controlar e pensar. Tentei, primeiro, pensar nos e-mails que recebi de Izy e Alex, mas minha cabeça só rodava em uma imagem. Meus olhos receberam lágrimas que queimavam meu rosto, como um acido.
Eu sentia muita, muita saudade daquele tempo. Como se eu nunca quisesse sair de lá. Eu queria viver aquele dia eternamente, como se ele nunca acabasse. Meu dia de passeio na Mystical Arts. O melhor de tudo foi ter conhecido um lugar em que Zayn gostava. Tudo que se tratava dele ela absurdamente interessante para mim.
Respirei fundo e tentei controlar meu choro. Eu estava em mais uma daquelas crises insuportáveis em que nada importa, apenas a dor no meu peito crescendo ainda mais.
Respirar estava difícil, então me sentei. Fitei meu armário e me lembrei. Levantei e fui em direção a minha mala, que tinha jogado lá encima. A peguei e coloquei sobre à cama, abrindo desesperadamente. Ali deveria ter alguma coisa que me fizesse sentir bem.
Vasculhei tudo, não encontrando nada. Eu queira me sentir bem, queria ter algo para que pudesse trazer lembranças boas.
Meu peito começou a doer e o choro aumentar.
Eu estava com raiva. Raiva de Izy, de Zayn e até de Isabelly. Eu estava com raiva da minha vida. Isso não poderia estar acontecendo. Eu estava infeliz.
Joguei a mala longe, bagunçando à cama em seguida. Minha vida estava uma miséria total.
Depois de um tempo, observei a mala e vi algo estranho. Parecia que o forro estava descosturando.
Limpei meu rosto com à palma da mão e investiguei mais a mala. Era difícil mexer porque era muito pouco espaço, mas felizmente consegui puxar uma pasta. Eu nunca tinha visto aquilo na minha vida, e não sabia como aquilo tinha ido para ali.
Hesitei em abrir, mas minha curiosidade foi maior.
Eram desenhos. Desenhos perfeitos.
Minhas mãos tremeram, junto com o meu corpo. Inúmeras folhas grossas e pintadas sobre a minha mão. Jardim de Inverno da George Clark, a biblioteca, jardim lateral, o banco de madeira onde ficávamos no jardim... Inúmeros desenhos, todos com um alto significado. Para mim e para ele.
Espalhei os desenhos pelo chão do quarto, observando tudo aquilo. Não tinha a menor ideia de como tudo isso tinha parado ali. Ninguém poderia ter acesso a minha mala, a não ser...
Meus olhos queimaram e comecei à chorar, compulsivamente. Não conseguia ver nada a minha frente, meus olhos estavam embaçados e minhas mãos tremiam. A única coisa que eu conseguia escutar era meus soluços, um atrás do outro.
Eu não poderia viver assim. Essa era a terceira vez que eu chorava assim hoje, a primeira foi quando Izy me ligou. Foi realmente hoje que ela me ligou? Parecia que tinha se passado dias.
Tentei me levantar, mas não consegui. Meu corpo não respondia meus comandos. A única coisa que eu conseguia fazer era chorar.
Mas... por que eu estava chorando? Isso me fazia tão mau assim?
Lembrar e Zayn, George Clark ou qualquer outra pessoa que conviveu comigo durante os seis meses que passei fora me faz chorar. Mas isso só se torna um grande por quê na minha cabeça.
Agarrei minha mochila e me sentei no chão novamente, fitando todos aqueles desenhos espalhados. Puxei meu celular, e procurei o nome de Lindsay nos meus contados. Eu não sabia o que estava fazendo, mas tinha de falar com alguém. Ela me ajudou hoje de amanha, e talvez pudesse me ajudar de novo.
Já passava das duas da tarde e tudo o que eu tinha feito desde que cheguei em casa foi chorar. Me senti mais ruim ainda e chorei muito mais.
Senti suas mãos nos meus ombros, enquanto ela tentava me levantar do chão.
Minhas mãos começaram a tremer e talvez ela estivesse ficando irritada.
Antes mesmo de eu perceber, ela se inclinou até o chão e pegou uma folha.
De: alex17@gmail.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: Oie.
Eu sei que não deveria estar de incomodando, mas precisamos falar com você. É importante. Todos estamos morrendo de saudade, muita mesmo. Responda rápido. Obrigada.
Alex avia me mandado um e-mail naquele mesmo dia. Elas não me esclareciam muitas coisas nas mensagens, mas pareciam preocupadas.
Abri o ultimo daquele dia.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: SEUNOME!
Oi, amiga. Estou me acostumando em falar com o nada. Mas eu queria que você respondesse. Hoje aconteceu uma parada muito estranha. Liam e eu ficamos conversando por horas por isso. Me ligue ou responda. Entramos em um acordo que é você que tem de dar sinal de vida, porque senão estaremos invadindo seu espaço. É isso. Até mais.
Nesse ultimo Izy tinha dito que algo aconteceu. Meu coração disparou e então voltei a procurar outros. Havia mais um. Enviado no domingo.
De: Isadora@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: (assunto vazio)
Se até amanha você não der sinal de vida, eu vou te ligar. Não importa o que os outros me falem. Isso tá estranho demais, você tem que saber. Me desculpe por qualquer coisa. Beijo.
Esse era o ultimo e-mail.
O que de tão estranho era isso? Nem na ligação ela me esclareceu algo. E eu temia que tinha acontecido alguma coisa com ele. Isso tudo só me ligava a uma pessoa. E isso me deixava fraca.
Fiquei fitando o notebook por um tempo, tentando intender o que era isso tudo. Uma especie de quebra cabeça?
Abaixei a listas de e-mails, passando por vários lixos eletrônicos. Mas um nome pareceu reluzir muito mais que os outros.
Isabelly Willans.
Imediatamente cliquei e fui ler o e-mail.
De: isa.willans@uol.com
Para: collins@gmail.com
Assunto: Olá, Seunome.
Te achei, bobinha. Aproveite seu anexo de imagem.
Esperamos a volta do casal. Beijinhos.
Isabelly Willans.
O e-mail veio com um anexo. Era uma imagem.
Meu coração deu um grande aperto no peito, doendo a cada bombiada.
Me arrependi completamente de ter aberto aquele anexo. Ali estava uma foto tirada há um bom tempo, bem longe daqui. Demorei um pouco para raciocinar o que era aquilo, mas logo vi meu rosto. E em seguida, o dele. Eu estava feliz, ou talvez estivesse porque ele estava ali, no meu lado. Observei a foto mais atentamente, passando meus olhos por cada detalhe.
Minha mão estava junto a sua. Eu segurava suas mãos com tanta força que parecia estar com medo de alguma coisa.
Eu deveria ter aproveitado mais aquilo.
Depois de ter vasculhado todos os cantos daquela foto, fechei o notebook.
Deitei na cama e fitei o teto, tentando me controlar e pensar. Tentei, primeiro, pensar nos e-mails que recebi de Izy e Alex, mas minha cabeça só rodava em uma imagem. Meus olhos receberam lágrimas que queimavam meu rosto, como um acido.
Eu sentia muita, muita saudade daquele tempo. Como se eu nunca quisesse sair de lá. Eu queria viver aquele dia eternamente, como se ele nunca acabasse. Meu dia de passeio na Mystical Arts. O melhor de tudo foi ter conhecido um lugar em que Zayn gostava. Tudo que se tratava dele ela absurdamente interessante para mim.
Respirei fundo e tentei controlar meu choro. Eu estava em mais uma daquelas crises insuportáveis em que nada importa, apenas a dor no meu peito crescendo ainda mais.
Respirar estava difícil, então me sentei. Fitei meu armário e me lembrei. Levantei e fui em direção a minha mala, que tinha jogado lá encima. A peguei e coloquei sobre à cama, abrindo desesperadamente. Ali deveria ter alguma coisa que me fizesse sentir bem.
Vasculhei tudo, não encontrando nada. Eu queira me sentir bem, queria ter algo para que pudesse trazer lembranças boas.
Meu peito começou a doer e o choro aumentar.
Eu estava com raiva. Raiva de Izy, de Zayn e até de Isabelly. Eu estava com raiva da minha vida. Isso não poderia estar acontecendo. Eu estava infeliz.
Joguei a mala longe, bagunçando à cama em seguida. Minha vida estava uma miséria total.
– Droga, droga, droga! – gritei e sentei no chão, encostando minhas costas na cama.A mala estava perto dos meus pés, então eu a chutei. Abracei meus joelhos e chorei mais ainda, sem o controle.
Depois de um tempo, observei a mala e vi algo estranho. Parecia que o forro estava descosturando.
– Merda, ferrei com à mala – disse para mim mesma, puxando-a para perto.Ela não estava rasgada, era o fundo falso. Tentei entender como mexia naquilo. Havia um ziper na lateral, o qual eu nunca tinha visto. Eu o puxei o abri o fundo falso. Talvez aquilo tivesse serventia para colocar documentos ao algo do tipo, mas para mim não havia utilização.
Limpei meu rosto com à palma da mão e investiguei mais a mala. Era difícil mexer porque era muito pouco espaço, mas felizmente consegui puxar uma pasta. Eu nunca tinha visto aquilo na minha vida, e não sabia como aquilo tinha ido para ali.
Hesitei em abrir, mas minha curiosidade foi maior.
Eram desenhos. Desenhos perfeitos.
Minhas mãos tremeram, junto com o meu corpo. Inúmeras folhas grossas e pintadas sobre a minha mão. Jardim de Inverno da George Clark, a biblioteca, jardim lateral, o banco de madeira onde ficávamos no jardim... Inúmeros desenhos, todos com um alto significado. Para mim e para ele.
Espalhei os desenhos pelo chão do quarto, observando tudo aquilo. Não tinha a menor ideia de como tudo isso tinha parado ali. Ninguém poderia ter acesso a minha mala, a não ser...
– Impossível – sussurrei, enquanto meu peito ardia.Zayn tinha mesmo colocado aqueles desenhos na minha mala? Os desenhos eram dele, eu tinha certeza.
Meus olhos queimaram e comecei à chorar, compulsivamente. Não conseguia ver nada a minha frente, meus olhos estavam embaçados e minhas mãos tremiam. A única coisa que eu conseguia escutar era meus soluços, um atrás do outro.
Eu não poderia viver assim. Essa era a terceira vez que eu chorava assim hoje, a primeira foi quando Izy me ligou. Foi realmente hoje que ela me ligou? Parecia que tinha se passado dias.
Tentei me levantar, mas não consegui. Meu corpo não respondia meus comandos. A única coisa que eu conseguia fazer era chorar.
Mas... por que eu estava chorando? Isso me fazia tão mau assim?
Lembrar e Zayn, George Clark ou qualquer outra pessoa que conviveu comigo durante os seis meses que passei fora me faz chorar. Mas isso só se torna um grande por quê na minha cabeça.
Agarrei minha mochila e me sentei no chão novamente, fitando todos aqueles desenhos espalhados. Puxei meu celular, e procurei o nome de Lindsay nos meus contados. Eu não sabia o que estava fazendo, mas tinha de falar com alguém. Ela me ajudou hoje de amanha, e talvez pudesse me ajudar de novo.
– Oi, Seunome – ela disse simpática.
– Você... – limpei à garganta – Você poderia vir aqui?Conseguia até visualizar à ruga em sua testa agora.
– Você está chorando? – ela falou e me senti ruim por deixa-la preocupada.
– Não, é só... Você pode vir aqui? – funguei, era claro que eu estava chorando.
– Claro que sim – ela disse, enquanto eu me aliviava – Já acabei no clube mesmo. Daqui a pouco eu estou ai.Murmurei um obrigada e finalizei a ligação. Ela já tinha ido ao clube? Afinal, que horas são?
Já passava das duas da tarde e tudo o que eu tinha feito desde que cheguei em casa foi chorar. Me senti mais ruim ainda e chorei muito mais.
***
– Seunome, pelo amor de Deus – Lindsay me sentou na cama – O que há? Isso tem a ver com suas explicações com o que aconteceu de manhã?Limpei as lagrimas idiotas do meu rosto e sorri para ela.
– Obrigada por ter vindo – falei.Lindsay estava com o cabelo molhado e cheirando a cloro.
– Por que você estava chorando? – ela foi ao ponto, enquanto eu encarava minhas mãos – Você nem tirou a roupa da escola e fez uma bagunça no quarto... o que aconteceu?Eu não sabia o que dizer. Nem consegui encara-la.
Minhas mãos começaram a tremer e talvez ela estivesse ficando irritada.
– Legal – ela disse, fazendo uma careta – Temos uma ótima amizade muda.
– Me desculpe – falei rápido, respirando para não gaguejar – Eu estou sendo uma idiota agora.Lindsay deu um breve sorrisinho e estalou a linguá.
– Desculpada...Tive a impressão que ela iria dizer mais alguma coisa, porem se calou.
Antes mesmo de eu perceber, ela se inclinou até o chão e pegou uma folha.
– O que é isso?Lind ficou olhando por um bom tempo aquele desenho e depois catou os outros pelo quarto.
– São só desenhos – eu disse. Meu coração martelou no meu peito, sabia que não eram só desenhos.
– Foi isso que te fez chorar?Ela continuou observando eles e confesso que senti ciumes. Ninguém alem de mim tinha visto aquilo.
– Bem, de certa forma, sim.Ela se sentou no meu lado novamente, deixando os desenhos em algum canto.
– Agora eu quero respostas – ela disse firme.O que eu iria falar? Não tinha nada. Eu só a chamei porque não queria ficar sozinha. Eu sabia que se ficasse só, iria chorar o tempo todo. A minha própria companhia é intimidadoramente triste.
– De que você quer respostas? – perguntei. Nada melhor do que responder uma pergunta com outra pergunta.
– Eu quero o porque das suas crises de choro.Eu ainda sentia meu rosto quente pelas lágrimas, mas a maior parte da dor tinha passado.
– Eu não sei direito – disse e isso era verdade – As vezes eu vejo coisas e sinto vontade de chorar, mas o choro não passa.Até agora eu estava indo bem, e dizendo a verdade.
– Que coisas? – Lindsay questionou.Bufei e acreditei que dizer a verdade era a melhor solução.
– Qualquer coisa que me lembre minha antiga escola – admiti.Ela engoliu a seco.
– O internato? – ela estalou e assenti. – Tipo, você sente saudade de lá?Respirei fundo. Serio mesmo que eu estava falando com Lindsay sobre minha saudade da George Clark?
– Eu fiz amigos – disse pausadamente – e eles são especias para mim. Assim como você e o Jack. E as vezes eu fico me perguntando como eles estão... e me sinto mal.Ela concordou com a cabeça.
– E alguém de lá te fez esses desenhos? – isso era uma afirmação ou uma pergunta?
– Sim, fez.Foi tudo o que eu consegui dizer. Eu não queria e nem podia falar de Zayn para ela. Não seria o certo.
– Sabe, eu acho, se você concordar, claro, que você deveria encontrar alguma coisa para passar o tempo. Não quero te dar ideias, mas se você passar as tardes inteiras sozinhas, isso vai virar repetitivo.A voz dela enchia o quarto. Era isso que eu precisava. Precisava que alguém me distraísse.
***
Abri os olhos e estava muito, muito confortável. A luz da lua entrava o suficiente para trazer a penumbra para o quarto. Me espreguicei e apertei a coberta, suspirando tranquilamente. Levantei meu rosto a procura do dele. Eu sabia que ele estava, ali, perto de mim.
Sua respiração bateu quente no meu rosto e sorri.
– Me beije – pedi e esperei que ele me obedecesse.
– Não – ele disse com a voz suave – Você me deixou.
– O que? – tentei ser o mais suave que pude – Claro que não. Nunca faria isso.Ele soltou um risinho.
– Você fez o que voltando para casa? – ele riu mais ainda e eu quis manda-lo parar de fazer isso.
– Não, Zayn, – disse mais alto – Eu não quis te deixar, fui obrigada. Por favor, me beije – implorei e ele riu.
– Não – ele disse no mesmo tom de antes – Você não merece.Meu rosto ardeu e fiquei nervosa. Essa possibilidade me assustava.
– Não, por favor. Zayn, me escute. Não faça isso. Não, não...Ouvi um barulho e acordei. O rosto da minha mãe estava próximo ao meu e tinha um ar curioso.
– Quem é Zayn? – ela disse suavemente e franziu à testa.CONTINUA...
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OLHA QUEM VOLTOU?
Demorei? Acho que não... Estou orgulhosa de mim, por dois motivos.
O primeiro é por ter atualizado a fic em dose DOSE dias. Isso é quase um recorde.
E segundo porque eu passei em outra escola! EU PASSEI EM DUAS ESCOLAS! DUAS!
Pensei que não ia passar em nenhuma.... Mas ok.
Lembra do meu técnico em administração? Então, cancelado. Agora vocês estão falando com uma futura AGROECOLÓGICA <3 Vou estudar no colégio da Universidade Federal Rual do Rio de Janeiro! Não acredito. Vou sair de casa 5 e 40 da manhã e chegar 7 e 30 da noite, vou morrer! Aulas integras! Mas o melhor é que eu vou ter armários e isso é incrível.
Eu gostaria de pedir muito, mais muito obrigada para todo mundo que tem falado comigo e que me apoiou quando as provas começaram. Eu amo vocês por isso. Demais da conta.
No capitulo anterior eu até respondi uns comentários. Não gosto de fazer isso porque eu quero os números de comentários solidos, porque toda vez que eu respondo alguém, meu comentario também conta, então eu não gosto. Mas isso depende de vocês. Se quiserem eu posso responder :)
COMENTÁRIOS? EU MEREÇO NÉ?
Amo vocês demais. Muito.
@ziampau & @ziamaricas
Continua Tá Muito Diva Sua Fic !
ResponderExcluirMds continua por favor.
ResponderExcluirE oxxx duas escolas ???? Ai que nervoso esse ano e é que vou passar por isso socorro hahaha
cade o zayn? que nao vem me busca
ResponderExcluirContinuaaaaaa :3
ResponderExcluirMel tem q continuaaar!!! Vdd cadê o zayn?? Eu preciso dlee hahaha bjs e parabens!!!
ResponderExcluirContinua cada vez só melhora e eu morro um pouco kkkk by josiane
ResponderExcluirQue lindo CARAMBA ELA PRECIZA VOLTAR </3
ResponderExcluirparabens por ter passado em duas escola ..... e sua fic ta perfeita vc teem que continuar
ResponderExcluirXxjessie
Parabéns futura agroecológica, continue a fic to contando os dias pro próximo capitulo, to muito curiosa e boa sorte na escola :)
ResponderExcluirPAARAABENS!! PELA FIC E POR TER CONSEGUIDO PASSAR PRA OUTRA ESCOLA SCRR!!!!
ResponderExcluirELA TEM QUE VOLTAR LOGOO NAO SOFRER TANTO KKKKK BJS
Ta perfeeitaamentee perfeitooo, to indo correndoo ir ler o outroo, mas eu prometiir comentaar!! Enfiim, parabénnnnnnns pelo o seu cursoo!! Fuuuii, com certeza vou amar o próximo!! ❤
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