sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Change My Mind - 2ª Tp - Cap 2 - What The Hell!

Leiam as notas finais, por favor <3



Ela chegou a pensar que estava realmente lá, na sua aula de educação física, lutando para conseguir acertar a raquete na peteca. O jogo de badminton não estava sendo um fracasso para seu time de duas pessoas, porque ele estava comandando aquilo tudo e, sinceramente, ele era bom em tudo. Ninguém teria chance.

Mas então, deu um pulo para frente, saindo de baixo das absurdas cobertas grossas e quentes. Sua nuca estava empapada de suor, a respiração um pouco descontrolada e os lábios secos. Lindsay estava esparramada na cama, porque talvez estivesse acostumada demais com sua cama King monstruosa e seu sono precisasse de espaço.

Seunome tropeçou nos próprios pés ao sair da cama, tateando o escuro. Sentia-se febril e a cabeça doía. Ficou parada no meio do quarto, tentando colocar seus pensamentos em ordem e entender o porque de ter sonhado com uma das suas piores aulas.

Andou descalça pelo corredor, sentindo o chão frio nos pés  o que estava sendo maravilhoso – e foi em direção à cozinha. Abriu à geladeira, colocando para fora uma enorme jarra de água gelada. Ela se sentia estranha e com calor. Antigamente, adorava o tempo quente, gostava da sensação de estar em um dia ensolarado, mas agora, isso era um incomodo.

Vagou pela casa silenciosa e escura e, antes que começasse a lembrar dos filmes de terror que tinha visto a pouco tempo, voltou para o quarto, escancarando às janelas para o ar fresco da noite poder entrar.

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  • Vaaaamos! – ouviu a voz de Lindsay aguda e sentiu o coxão balançar – Temos cakes para decorar! – sentiu outro balanço e a voz da garota longe – Andaaa! Temos que ir antes que sua tia Elizabeth coma tudo e os coitados não sejam coloridos.
Seunome abriu um olho, observando o quarto claro demais Havia mais sol ali do que no campus inteiro da George Clark. Se pôs de pé reclamando mentalmente por ter sido acordada e relembrando de como se fazia progressão aritimetica, seja lá porque. 

Enquanto sentia o jato que água fria bater contra seu corpo, lembrou a voz de Lindsay temos que ir antes que sua tia Elizabeth coma tudo e os coitados não sejam coloridos.

Tia Elizabeth? 

Ela se enrolou na toalha o mais rápido possível, cambaleando para fora do banheiro. O que sua tia Elizabeth estava fazendo aqui? Em uma plena segunda-feira? 

Vestiu à primeira coisa que achou no ninho que as malas formavam num canto do quarto – revelando que ela e Lindsay apenas reviraram as malas, não colocando nada no lugar – e depois disparou para o corredor. 

Seu coração estava disparado? Há quanto tempo não via nenhum de deus parentes? Será que a tia Elizabeth era a única? Claro que não.
  • Eu sei que os cabarés da França são divinos, trabalhei lá por 10 anos. – Seunome estremeceu ao ouvir aquela voz – Pensa que me engana? 
  • Tia Carmem? – ela sussurrou.
Carmem estava bem atrás dela, com os braços finos e enrugados cruzados sobre o peito. O cabelo tingido de preto estava em um coque estranho, prendido com uma pregadeira de velho. Nos seus sessenta e poucos anos de idade, tinha desenvolvido uma doença degenerativa no celebro, como um alzheimer. Em outras palavras; não batia bem da cuca. 
  • Sei que você estava em um daqueles cabarés.Você pode enganar sua mãe, mas a mim não – Carmen estudou o rosto pálido da garota, formando uma filha com os lábios – Esteve onde, hem? Sua mãe nos contou sobre Paris. Aposto que ganhou muito dinheiro na noite. Aqueles eram bons tempos. 
Seunome franziu o cenho e encolheu os ombros.
  • Não titia, eu estava em Londres. – ela aumentou o tom de voz – Estudando!
Carmem balançou à cabeça renegando e deu as costas à garota. 

A menina desceu as escadas como um jato, indo para à cozinha. Tia Elizabeth estava apoiada no balção, falando com sua irma, Margareth. 

Desde que Seunome se lembrava as duas estavam juntas. Elas eram gêmeas, casaram ao mesmo tempo, tiveram os filhos juntas e moravam uma no lado da outra. Eram totalmente iguais. 

  • Ai está você! – Elizabeth disse, fazendo Margareth se virar.
Ela sentiu os braços robustos das tias e só conseguiu soltar um murmuro parecido como ah, como vai? e depois foi enchida de perguntas. As tias a observavam de cima a baixo, e questionavam qualquer coisa que não gostavam. 

Elizabeth e Margareth Collins eram irmas do pai de Seunome, que não mantinham muito contato. A última vez que ela as viu foi no enterro, mas estava desesperada demais para falar com qualquer uma delas. Nunca foram as melhores tias – na verdade, seguiam o padrão das tias que perguntam ´´e os namoradinhos?`` – mas se esforçavam.

A menina passou os olhos pela cozinha e viu Lindsay tirar os cakes do forno.
  • Sua tia Margareth faz cakes divinos! – ela colocou a bandeja perto de várias embalagens de Fini – E o mais legal é que ela deixa a gente colorir... vai ser como nos velhos tempos!
A menina sentiu o cheiro quente daqueles bolinhos de chocolate e pareciam gostosos demais. Lindsay arrumava as forminhas uma a uma, como se tivessem que ficar nos milímetros certos de separação uma das outras.
  • Hum, claro – ela respirou fundo e perguntou, talvez um pouco baixo demais – Minha mãe está em casa? 
  • Sim – Linsday respondeu depressa – Está na sala, com Caleb.
Seunome ouviu risinhos de suas tias que estavam aos murmúrios na bancada. Seja lá o que elas estavam conversando, grande parte seria sobre o porte de Caleb.

Já havia acontecido muitas coisas em poucos dias de estadia em casa. Tudo isso parecia planejado demais. Cada passo que sua mãe dava dentro de casa parecia simetricamente feito. Até agora não tinha recebido nenhum olhar de repreensão ou impedida de fazer alguma coisa.

~~VOCÊ ON~~
  • Por que Elizabeth, Margaret e Carmem estão aqui? – minha voz saiu um pouco mais alta do que planejei.
Mamãe estava sentada na poltrona à esquerda da mesa de centro, segurando uma xícara bege. Eu pensei que, como em todas as vezes que eu já tinha levantado a voz, ela iria me olhar com aquele olhar de reprovação, mas nada aconteceu. Na verdade ela sorriu para mim, dando um ultimo gole no que estava bebendo. 
  • Hum, bom. – ela colocou a xícara na mesinha – Elas são suas tias. Há muito tempo estavam ligando para saber de você... Eu achei que seria mais conveniente chamar antes que elas descobrissem que você estava aqui. 
Mordi o lábio e estudei seu rosto. Mamãe parecia realmente disposta a aturar minhas tias para eu ao menos ter um contato, digamos, família. Eu ainda estava parada no meio da sala, pensando em como tudo isso funcionaria com minhas tias aqui.
  • E sua tia faz cukes divinos – Caleb grunhiu no sofá, cortando o gelo entre mim e mamãe.
Eu ri e balancei os ombros, fazendo minha mãe rir também. 
  • É, bom, acho que um dia com as titias não vai fazer mal – disse o máximo empolgante que consegui.
Mamãe sorriu para mim. Consegui ver o peso que ela tirou das costas quando eu disse que asseitaria ficar com minhas tias por um dia. Talvez nem fosse tão ruim assim com Margareth e Elizabeth, mas eu tinha certeza de que com Carmem seria diferente. Primeira coisa era a sua doença. Alzheimer é uma doença complicada e, praticamente todas as coisas que ela fala, não tem sentido. 

Ali, no meio da sala, prometi a mim mesma que iria ter um pouco mais de paciência com todo mundo. Não só com minhas tias, mas com todos que eu iria ter de conviver novamente. Eu mal me lembrava de como era viver com eles, eu tinha perdido à pratica. Talvez na cabeça da minha mãe o internato servil para isso. Iriamos começar todos do zero, embora eu ache que a única pessoa que tinha culpa em tudo fosse eu.

Dei meia volta e voltei para o covil onde minhas tias e Lindsay estavam.

Lindsay continuava mexendo nos cukes, enquanto minhas tias continuavam na bancada. Eu me sentia obrigada a sorrir, não por falsidade, mas para transmitir alguma confiança, até para mim mesma.
  • Posso colori-los com você? – perguntei a Lindsay, que pegou uma embalagem de Fini. 
  • Pode – ela me deu permissão e hesitou um pouco. 
Margareth batia outro bolo, ainda falando com a irma. Eu não sabia muito da vida delas. Falava com meus parentes na Pascoa e no Natal, no que se resumia em um telefonema. Depois que meu pai morreu, bom, nem me lembrava que elas existiam. Às vezes me mandavam algum presente e o máximo que eu fazia era responder com um e-mail ou uma ligação.

E, agora, elas estavam aqui querendo saber de mim. Saber se eu estava bem e se tinha me recuperado, digamos, dos meus ataques com minha mãe. Então, eu deveria trata-las bem.

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Eu não aguentava mais olhar para aquela imensidão de bolos ou biscoitos. Minhas tias tinham ficado a manhã inteira fazendo todo o tipo de coisa gordurosa e doce que se possa imaginar. Lindsay e eu ficamos na parte de enfeites, embora eu só jogasse um bando de docinhos encima dos bolos.

Mamãe ficou feliz em me ver empenhada em conviver algumas horas inteiras com minhas tias. E, para falar a verdade, não foi tão ruim. Em nenhum momento elas me perguntaram alguma coisa sobre o internato ou me fizeram lembrar de alguma coisa. Eu realmente não queria me ligar a esse assunto.

Depois de um tempo, ficamos todos na cozinha. Eu só tinha visto tia Carmem uma vez nessa manha, e fora quando ela disse sobre seus velhos tempos nos cabarés de Paris. Não sabia direito o que fazer quando ela parecesse e nem o que falar. Desde pequena eu nunca a vi normal, talvez em algumas lembranças escondidas eu até poderia vê-la como uma senhora comum.

Olhei novamente toda aquela comida na mesa. Meu estomago embrulhou porque eu realmente não conseguia mais comer nada. Lindsay estava sentada ao meu lado terminando de comer um cake, mas nem assim ela se dava o luxo de permanecer calada.

  • Então – ela engoliu todo o cake de uma vez – Preciso te contar o que de diferente tem na escola. Você não pode chegar lá e dar de cara com aquela zona.
Tirei meus olhos dos bolos antes que vomitasse e encarei Lindsay.
  • O que eles fazem não me faz diferença – dei de ombros, vando-a limpar os lábios – E também eu nem sei se quero voltar a falar com eles.
Lindsay me encarou por alguns segundos. Talvez ela pensasse que comigo de volta teria mais liberdade entre as garotas da escola. Tudo bem, eu nunca tive muitas amigas, na verdade tudo se resumia em Lindsay, mas ela parecia querer mais do que ter só a mim. Uma coisa que a rondava era a incerteza se seria aceita no mundo de parabéns, você é uma garota normal do segundo ano.

Confesso que eu já desejei fazer parte desse mundo de garotas. Mas as vezes elas parecem querer o que eu nunca quis. Posso parecer ignorante, mas a mesmice me incomoda demais.
  • Só estava pensando que mais amigos iriam te fazer bem – conseguia sentir na voz dela que estava um pouco chateada – Mas se você acha que fez amigos suficiente lá... – Lindsay suspirou e encarou o prato onde as migalhas do bolo tinham caído.
Me senti mal na mesmo hora. Primeiro, ela estava tentando me ajudar a superar seja lá o que eu tivesse com a minha falta de amigos e, segundo, ela falou sobre meus amigos de... lá. 

Me senti zonza. Tudo bem, meu dia não tinha sido o mais feliz que passei aqui, contudo ajudar minhas tias a fazer tortas foi como uma terapia, como um desses cursos de culinária para baixar a tensão. E então toda a minha alegria foi embora. Desceu pelo ralo. 
  • Hum, olhe – eu quase murmurei, procurando minha voz – Eu não acho que ter mais amizades de lá ou aqui vai fazer muita diferença, mas se você acha que vai ser bom... estou a ouvidos. 
Fiz uma careta assim que terminei de falar. Eu com certeza tinha feito uma burrada em asseitar.

Lindsay sorriu estranhamente. Ela começou a falar e eu não entendia nada. Eu conhecia os nomes, mas as coisas que ela falava para mim não fazia sentido. Passei tempo demais da minha vida apenas assistindo essas pessoas fazerem as coisas. Digamos que eu era a que não sabia falar.

Pensar em estar no mesmo ambiente que elas de novo fez eu estomago embrulhar. Eu estaria de volta e não sabia como eu iria reagir, muito menos elas. Talvez eu estivesse com medo, bom, eu estava com medo.

Escutando Lindsay falar sem parar, comecei a pensar na George Clark. Eu já sentia saudades e talvez ela só aumentasse.

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Finalmente me sentei no sofá depois desse dia longo. Minhas tias foram embora depois do jantar, no qual eu fiquei estranhamente intrigada com o rumo que eu tomaria daqui para frente. Eu iria para à escola na segunda que vem, então eu tinha uma semana para me preparar.

Eu me sentia cansada e com sono. Lindsay também tinha ido, ela havia me dito que eu teria que me acostumar em dormir sozinha no meu quarto. Acho que ela achou que eu iria convida-la para me fazer companhia, mas estava bem longe disso. Eu precisava ficar um pouco sozinha, colocar minha cabeça em ordem – ou pelo menos tentar.

Estava tudo em silencio e eu ainda aprofundava ainda mais meus pensamentos em como tudo ficaria daqui para frente. De repente, a TV ligou.

Minha mãe pulou no sofá, apoiando os pés na mesinha de centro. Seria uma sena bem convencional se eu não estivesse há um tempão sem ter um momento família com ela, até bem antes de ir para George Clark.
  • Então – ela disse, fazendo sua voz mais casual. 
  • Então... – eu repeti, fazendo-a prosseguir.
Ela me olhou por um estante e pegou uma almofada, colocando-a sobre o colo.
  • Como se sente?
Ela me olhava com tanta expectativa que tive vontade de chorar. Eu não tinha nada de bom para contar.
  • Bem – menti. 
  • Hum, ótimo – ela pegou o controle novamente e ficou trocando de canal. Talvez ela só quisesse passar um tempo comigo sem brigas ou sei lá que – Eu só volto a trabalhar na quarta, talvez possamos ir comprar algumas roupas novas para você. 
  • Parece uma boa – eu disse e mordi o lábio. 
Sair poderia ser bom para me desenfurnar.

Ficamos um tempão no sofá, vendo TV e conversando. Para falar a verdade eu não estava prestando muita atenção em nada, eu só queria ficar mais perto da minha mãe. Era estranho pensar em agir como se nada tivesse acontecido, mas por um lado parecia a melhor coisa a ser feita.

Depois, decidir ir dormir.



Eu não precisava abrir os olhos para saber que a luz do sol tomava o quarto. Eu já sentia calor até antes de pensar em me levantar. Mas na verdade eu não queria, não queria sair da cama nessa manha. Alguma coisa estava me mandando ficar ali, sem abrir os olhos e não fazer nada.

Bom, foi o que eu fiz por um tempo.

Até me sentir incomodada.

Estava com uma sessação estranha. Eu até pensei que poderia ser alguma lembrança de um pesadelo que eu tive e nem me lembrava mais, ou só estava estranhando o colchão. Mas isso não me era o bastante.

Ainda grogue, rolei na cama de olhos fechados. Eu até poderia pensar em cair da cama, mas não cai. Fui barrada por um paredão. Um paredão macio e quente. Um paredão macio, quente e que respirava.

Talvez eu estivesse cansada demais para abrir meus olhos de primeira, ou eu não quisesse. Levantei minha mão relutantemente e, então, apertei o paredão. Parecia vivo o bastante para ser uma pessoa e não um zumbi ou qualquer coisa que pudesse me matar.

Meu celebro não conseguia pensar em nada, muito menos quem era aquela pessoa. Mas então, eu cheguei mais perto. Meu coração parou. Ainda estava de olhos fechados, mas eu sentia aquele cheiro. Meu Deus, eu conhecia aquele cheiro maravilhoso. Cada parte de mim reconheceria aquilo em qualquer lugar, em qualquer momento. Aquilo estava grudado em mim e nunca iria sair.

Rapidamente abri meus olhos. No começo estava tudo embaçado e eu não conseguia ver muita coisa por causa da luz do sol, mas depois... depois eu desejei não ter acordado naquela manha. Não desejei mais acordar em manha nenhuma.

Era ele ali. Era ele deitado sobre a minha cama. Não conseguia ver direito a posição em que ele estava pelo fato de eu estar embaixo das cobertas e sem um avesseiro, então eu estava em um nível menor do qual ele estava. Só conseguir ver seu rosto pensativo, contudo relaxado.

Depois de um momento, em que ninguém se mexeu, minha ficha caiu. Que diabos estava acontecendo?

Dei um pulo para ficar de joelhos sobre a cama, mas eu estava enroscada demais nas cobertas e voltei contra, batendo com tudo. Pareceu uma eternidade para librar-me das cobertas, porém foram segundos.

Eu sentia meu coração martelando no peito. O som do mundo parecia ter sido deixado no ultimo volume, me fazendo escutar minha respiração e meu sangue fluindo pela cabeça. Meus músculos ficaram tensos e minha garganta seca. Dei impulso novamente e dessa vez conseguir ficar de joelhos, embora parecessem trémulos.

Agora eu conseguia ver como ele estava. Os braços estavam cruzados sobre a barriga, usava uma roupa escura e estava descalço. Eu tinha medo de olhar em seu rosto. Parte de mim queria mais do que tudo, mas outra parte – que era completamente minima, porem existia – ecoava no meu sentido e me bloqueava, porque sabia as consequências.

E, enquanto eu pensava do que diabos era aquilo tudo, meu fim chegou – será que chegou mesmo? – me levando a uma sensação nojenta de que eu não conseguiria viver sem aquele ser.
  • Oi – suave e impecável, a voz de Zayn ecoou pelo meu quarto imundado pela luz do sol. 
Minha cabeça rodopiou por um estante e depois focou no seu rosto. Tive vontade de gritar para mandar ele sair e nunca mais sair ao mesmo tempo. Minha cabeça estava uma confusão. Não tinha ideia do que estava acontecendo e como ele chegou ali. 

Eu tentava puxar o ar para os pulmões, mas eu estava sendo impedida. Não havia ar suficiente no mundo ou eu me esqueci de como se respirava. Eu precisava achar um meio de sair dali o mais rápido possível. Teria que achar um modo de me desconectar de seus olhos e me mexer. Acho que não pisquei por um bom tempo porque meus olhos começaram a arder.

Finalmente conseguir puxar uma lufada de ar e me concentrar na situação em que estava. 

Zayn me olhava tranquilo e lindamente deitado na minha cama, como se aquilo não fosse estranho. Seus olhos piscavam como se ele estivesse olhando para algo natural. Não que eu não fosse natural, mas como se o fato de eu estar ali fosse normal

Ainda sentia meu coração batendo muito forte, quase descontroladamente. Será que deveria falar alguma coisa ou sair correndo? Não conseguia pensar em nada, apenas olhar para seu rosto perfeito. Estava exatamente como na minha memoria recente. Impecavelmente perfeito. Perfeito e perfeito.
  • Oi – foi o que eu conseguir dizer, ou pele menos grunhir. 
Minha voz saiu vacilante e baixa. Não sei nem se ele tinha conseguido escutar, mas acho que sim. Um sorrisinho sacana escapou de seus lábios perfeitos. Me controlei mentalmente para não ataca-los.
  • O que acontecendo? – fechei os olhos para me concentrar. 
  • Nada, oras – sua voz soou como um anestesio para meu descontrolamento, como se numa hora fosse minha morte e em outra como um relaxante. 
Senti ele se mexer na cama. Abri meus olhos um pouquinho e o vi minimamente mais ereto, com as costas batendo um pouco na cabeceira. Meu estomago se embrulhou e senti parte de mim ceder. Ele estava ali e eu aqui. Como isso poderia acontecer? 

Ele olhou para mim com uma coisa que pensei ser ternura, com seus olhos perfeitos brilhando na luz que saia da janela. Tudo bem, eu não gostava muito da luz do sol em mim, mas nele ficava surreal. Ele era lindo de qualquer jeito, então isso só era mais um complemento. Seus olhos pareciam ficar mais claros e cintilando a todo momento. 

Tive de tirar esses pensamentos da minha cabeça também, antes que fizesse um loucura.
  • C-como você chegou aqui? – palmas para mim, consegui terminar uma frase! 
  • Com as pernas? – ele disse zombando de mim. Sua voz parecia tão melosa e calma. 
Engoli a seco. 

Eu estava muito perto dele. Minha cama não era tão grande assim, mas também eu tinha me encolhido no canto. Talvez eu estivesse com medo dele ou sei lá. 
  • Eu não entendo – disse mais para mim do que para dele – Não... não. Como é que... – apontei para minha cama desarrumada – você apareceu aqui? Deus, minha mãe sabe disso?
Ele deu de ombros e suspirou. Seu peito subindo e descendo gradativamente, como uma miragem. Acho que se eu estivesse no deserto, louca de sede, em vez de aparecer uma miragem de um lago cheiro de água, iria aparecer Zayn.

Eu já sentia meu rosto ficando pálido, enquanto minha cabeça trabalhava para achar um explicação lógica. Ele suspirou e me olhou, talvez ficando impaciente. 

Sua mão esticou até mim, sinalizando para chegar mais perto. Eu hesitei. Não tinha certeza no que fazer, mas ele sabia. Busquei em minha memoria como tinha ficado nosso estado de relacionamento quando eu meti o pé da George Clark, e não achei coias boas. Meu coração doeu mais do que estava doendo depois disso.

Mas bem, ele estava aqui. Algum motivo ele tinha e, se eu encostasse nele nada iria acontecer, iria?

Levantei minha mão devagar, eu temia o que poderia acontecer. Puxei o ar o máximo que eu conseguir e depois soltei. Minha mão encostou na dele e me arrepiei. Era quente e macia, me dava uma melhor sensação.

Zayn me puxou e eu fui como uma pena para o encontro dele. Eu até poderia sentir seu halito, seu cheiro e ouvir seu risinho baixinho. Tudo isso formando uma formula para me liquidar.

Meu coração foi a mil. Ele passou as mãos por mim e bem, bem devagar foi me deitando na cama. Se, se eu quisesse poderia impedi-lo, mas isso era uma grande e horrível se. Eu não iria impedi-lo, nunca.

E, depois do que pareceu um século perfeito olhando para seus olhos, senti o colchão embaixo de mim. Os braços dele esticados e as palmas das mãos sustentando seu corpo. Eu estava nervosa, suando pelas mãos e minha respiração parecendo um cachorro ofegante. Eu tinha certeza que estava horrível, ainda mais por ter acabado de acordar. Meu cabelo com certeza estava desgrenhado e meu rosto inchado.
  • Como é que você pôde? – meu murmurei, perdendo minhas estribeiras. 
Eu fiquei cansada de repente, como se o peso do mundo estivesse sobre mim. Meus olhos ficaram cansados de olhar qualquer coisas que não fosse o rosto dele. Só ele parecia me prender ao mundo. 
  • Esqueceu que eu posso tudo? – sua voz bateu contra meu rosto, questionando-me pela primeira vez se aquilo fosse real. 
Zayn deu um sorrisinho lindo, mordendo o interior da bochecha. Isso o deixou inteiramente sexy, embora eu tivesse certeza que não foi a intenção. 

Ele desceu mais o rosto, até ficar a centímetros do meu. Eu iria desmaiar a qualquer hora. 
  • Você nunca vai esquecer de mim.
E assim eu senti sua boca tocar meus lábios pálidos. Bem devagar ele puxou a ponta do meu lábio inferior. Me sentia como se tivesse um vácuo na minha barriga. Minhas pernas estavam bambas e tremulas. 

Deus, isso parecia o Céu e o Inferno!

Abri meus olhos bem devagar e o olhei. Fiquei admirando seu rosto e de repente, tremeluziu. Foquei ainda mais meus olhos nele e pareceu ficar transparente. Foi diminuindo gradativamente enquanto eu me contorcia. 
  • Mas o que... – minha voz falhou.
Dei um pulo para frente, esticando minha mão para o vazio do meu quarto. Estava tudo escuro, não havia luz. Meu rosto estava suado e meu coração pulsando. Eu não sabia se estava respirando. Não ouvia nada e meus olhos ainda não estavam acostumados com o escuro. 

Engoli a seco e tirei as cobertas de cima de mim. Me sentia quente e eufórica com alguma coisa. Quando percebi, minhas mãos ainda tateavam o escuro, procurando algo, ou alguém.

Eu estava ficando maluca, era isso. Eu iria entrar em colapso. 

Me joguei sobre à cama, fitando o escuro. Algo dentro de mim queria sumir e outra parte ir para a George Clark, mesmo que eu fosse nadando. Eu estava confusa, até me sentindo doída. Tinha sonhado com ele, eu tinha sentido dele realmente. Poderia dizer que aquilo era real. Eu o senti. Tenho certeza.

Fechei os olhos e fiquei tentando decidir-me se aquilo foi um sonho ou um pesadelo.

CONTINUA...
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MEO DEOS EU VOLTEI!
Gente, que correria foi essa? 

Durante o mês de novembro, eu não tive tempo para absolutamente nada. Foram minhas provas finas na escola e meus exames para entrar em escolas técnicas. E bom, tenho uma única noticia boa ate agora: não repeti de ano :D

Porem, sobre meus exames eu tenho uma notícia ridícula e humilhante. Eu acho que não consegui passar para nenhuma escola. Sim, meu curso não valeu de nada e eu realmente me sinto uma fracassada. Eu queria muito, muito passar, mas não deu. Meu melhor não foi o bastante, me desculpem. 

Orem por mim no dia 13 de janeiro, irá sair o resultado da escola que eu quero passar e eu ainda tenho esperanças. Gente, me ajudem!

Mas eu voltei com Change My Mind e vou ter mais tempo, embora minha mãe esteja me escravizando. 

Peço muito obrigada a vocês. Sobre os comentários do capitulo passado, o que foi aquilo? WHAT THE HELL? Gente, toda vez que aparecia um novo meu coração disparava. Eu amo demais vocês, muito. Me desculpem por qualquer coisa, eu sinto muito. 

E sobre a novidade:

Alguém ai já ouviu falar de Yaoi? Lemom? Para quem já, sigam-me bons! 

Eu comecei uma fic Lilo lá, quem gosta, pode vir falar comigo, no facebook, twitter e até no próprio Anime Spirit, onde eu posto e é meu sonho arrumar tempo para postar CMM lá. 

Meu minhas fics : http://socialspirit.com.br/melziam/fanfics (só para quem gosta de Lemom)

MUITO OBRIGADA, CARALHO NEM ACREDITO! EU AMO VOCÊS <3 

Por favor, todas que leem, me adicionem no facebook, assim posso avisa-las quando tiver capítulos novos. Muito obrigada.

Meu facebook : https://www.facebook.com/melyssa.mello.9
@ziampau & @ziamaricas

domingo, 2 de novembro de 2014

Change My Mind - 2º Tp - Cap 1 - Welcome Home, Son


É pessoas ela voltou pra casa, mas eu quero que vocês imaginem o lugar. Não linguem para a localização que eu coloquei no começo da fic, eu era noiada naquela época. Então, se vocês quiserem que ela esteja no Acre, ela estará no Acre. Fiquem a vontade quanto a isso. Amo muito vocês xX

Cure as cicatrizes das minhas costas
Eu não preciso mais delas
Você pode jogá-las fora ou mantê-las em seus potes de vidro
Eu vim para casa

Todos os meus pesadelos escaparam da minha cabeça
Barre a porta, por favor não os deixe entrar
Você nunca deveria ter saído
Agora minha cabeça está rachando nas emendas
E eu não sei se eu posso - Welcome Home, Son.



Bem vindo, filho.

Era estranho saber que não seria tudo igual amanha. Era tão estranho que poderíamos chamar de desconhecido. Aquele calor sufocante no peito, as mãos suando, olhos cansados e boca seca. Era a pior maneira de voltar. Pois bem. Estava voltando.

Nem sentia os pés no chão, apenas flutuava pelo saguão de desembarque. Estava nervosa, era fato.

Tantas coisas aconteceram que pareciam não ter acontecido. Foi apenas uma alusão, nada aconteceu, esqueça, por favor.

Os olhos continuam pesados, não tinha conseguido descansar o quanto queria. Estava com o sono acumulado por dois dias. Isso não ajudava em nada sua volta.

Era quase... não, era completamente desesperador.

Tudo isso era.

Seu coração bateu mais forte. Sabia que eram eles.
  • Ah meu Deus! – conhecia aquela voz. Céus! Estava escutando-a novamente. 
Lindsay começou a gritar e levantar as mãos, chamando mais que o necessário sua atenção. 
  • Seunome, aqui! Aqui! – gritou novamente, enquanto algumas pessoas passavam apreçadas em sua frente. 
Os mesmo cabelos ondulados caiam sobre os ombros e o jeito espevitado continuava. Forçou um sorriso, enquanto deixava seu rosto mais calmo, o que por dentro não seria isso.
  • Olha só para você – ouviu a voz suave e calma de Jack, que era o contrario de Lind – Eu não acredito. 
Seunome ajeitou a bolça sobre os ombros e sorriu, olhando freneticamente para os dois avulsos no meio do saguão. 
  • Eu simplesmente não acredito que você esta aqui – Lindsay deu palminhas no ar antes de envolver a garota num abraço apertado – Eu senti tando sua falta – suspirou pesadamente – Jack não entende nada sobre meninos, eu sofri. 
  • Imagino – soltou um murmuro baixo enquanto ainda sentia a garota a abraçar. 
Jack a abraçou logo em seguida, enquanto ainda ouvia os risinhos de alegria de Lindsay. 
  • É bom ver você – ele riu, enquanto ela retribuía o abraço. 
Eles eram as únicas pessoas que ela conhecia desde pequena – tirando seus pais e aqueles parentes chatos que só os reencontra quando algum outro parente morre. E eram umas as coisas mais importantes que ela deixou. Eram seus irmãos. Deus! Estava vendo-os novamente!
  • Onde... onde está minha mãe? – sua voz saiu rouca, enquanto passava os olhos pelo saguão. 
A garota ainda sentia a boca seca e o peito arder. Ela queria voltar correndo para seu magnifico quarto na George Clark, deitar em sua cama e pensar em Zayn. Mas agora tudo parecia difícil. O internato parecia aquele lugar perfeito, onde tudo se encaixa. Tinha virado seu lar e, agora, estava em um ambiente estranho. 
  • Ela foi no carro com o... bom, ela já está voltando – Lind sorriu e abraçou-a mais uma vez. 
Seunome respirou fundo e aproveitou o abraço da amiga que não parava de dar risinhos. 
  • Ela foi com quem, afinal? – perguntou, mas logo sua voz foi abaixando. 
E lá estava ela. Os cabelos lisos caindo sobre os ombros – com um corte novo e moderno. Os braços aconchegantes estavam abertos, esperando o abraço de tando tempo. 
  • Mãe... – sussurrou enquanto sentia os braços quentes e amorosos. 
Helena soltou uns risinhos enquanto abraçava sua cria. Quanto tempo tinha se passado? Será que em todo esse tempo nunca paramos para pensar em o quanto ela também tinha sofrido? Ela não era só a mãe mala que mandou a filha para os cafundós para ter um pouco de espaço na vida. Tudo isso foi preciso. Se ela não tivesse tido essa decisão, muitas coisas não teriam acontecido. Isso tudo nem existiria. 
  • Olha para minha menininha – ela segurou seus ombros, apertando-os – Você está... está diferente. 
Helena encarou Seunome por vários minutos. Os os vidrados na sua criatura. Todos ali mudaram, e muito.


  • Você que... – engoliu a seco – esta diferente. O que fez no cabelo? 
  • Ah, todos precisamos de coisas novas. E nada melhor para começar pelo cabelo – Helena tagarelou, enquanto ainda a apertava – Meu Deus, nem acredito que essa dia finalmente chegou. Nossa, tenho tantas coisas pra te perguntar, acho que vou encher seu saco. 
Seunome sorriu pela segunda vez naquele dia. Era sua mãe tagarela e moderna que estava ali. Mesmo com todas as coisas que as impediam de terem um relacionamento cem por cento mãe e filha, uma filha sempre vai amar a mãe. Porque não existe ex-mãe e ex-filha. 

Olhou confiante para a mãe. Não queria se lembrar da ultima vez que brigaram, não queria nem lembrar que brigavam frequentemente. Seria um novo recomeço, afinal, não era por isso que ela tinha sido mandada para aquele lugar? 

Em sua cabeça esqueceria tudo. Aquilo não aconteceu. 

O saguão continuava movimentado. Parecia que teria um infarto ali mesmo. Olhou de novo para seus amigos, que estavam com as melhores caras que ela já tinha visto. Será que ninguém pensou o quanto essa gente sofreu também? 

Seus olhos correram para cima dos ombros de sua mãe. Um homem alto, loiro e sorridente assistia tudo com as mãos presas no bolço. Seunome olhou para a mãe que quando percebeu o que a garota queria, engoliu a seco.
  • Quem é? – ela perguntou para a mãe e depois alternou para Jack e Lind, que forçaram um sorriso.
  • Ah querida, esse é o Caleb – Helena sorriu, levando Seunome para perto – Ele trabalha comigo no hospital.
Caleb deveria estar no auge de seus quarenta e cinco anos. Os cabelos loiros caiam sobre a testa, tinha a pele quase russa e as mangas da camisa social dobradas até os cotovelos, deixando-o com um ar juvenil.


  • Oi – ele sorriu estendendo uma das mãos – Ouvi muito sobre você, sabia? 
Seunome apertou a mão de Caleb, sorrindo o máximo que conseguia. Não era farsa, estava tentando recomeçar. 
  • Oi – ela respirou fundo e depois olhou para Helena – Vocês tralham juntos? 
  • Sim. Sua mãe e eu somos da mesma ala do hospital – Caleb sorriu ao se referir a Helena.
Pediatra, ela concluiu. Sua mãe também era. 
  • Hmm, legal – Seunome respirou e arregalou os olhos – Vocês são apenas amigos ou estão de rolo? 
  • Filha! – Helena apertou o braço da garota, enquanto seu rosto ruborizava.
  • Ah, não posso perguntar? – Seunome disse e ouviu risinhos de Lindsay atras. 
  • Tudo bem – Caleb sorriu e diminuiu o tom de voz – Sua mãe ainda está empacada, mas eu sei o que eu quero. 
Seunome riu e olhou para a mãe. Helena estava com o rosto vermelho, olhando para todos os cantos do saguão. Tinha tando tempo que ela não via a mãe desse jeito que pareceu uma coisa inédita.

  • Muito bem – Helena soltou o ar dos pulmões – Vamos, temos muitas coisas para fazer hoje. Esperei isso por tanto tempo. 
E então eles seguiram para fora.
£££



Ela não achava que sentiria tanta diferença assim. 

O vento quente e úmido fez com que seu cabelo voasse. O sol estava ao pino, deixando tudo iluminado demais. Há quanto tempo não via o sol assim? Tirou o casaco pesado enquanto sentia mais calor. 
  • Não me lembrava de ser tão quente aqui – Seunome puxou mais uma mala do carro, enquanto todos faziam o mesmo.
  •  Logo logo você acostuma – Helena começava a puxar a mala pela calçada, – Você gostava tanto do tempo assim. Vem, quero te mostrar algumas coisas. 
  • Acho que não mais – sussurrou para si e sentiu o braço ser tomado pela mãe. 
Caleb, Jack e Lindasay tiravam as malas e caixas do carro. Helena tinha um espaçoso Spin, que deu para transportar todas as tralhas que a filha trouxe. 

Enquanto Seunome andava de braços dados com sua mãe, sentiu um arrepio. Ela estava de volta aquela casa, a casa que viveu com o pai. O imóvel estava pintado de branco, as janelas e portas de verniz, a varanda no hall de entrava continuava do mesmo jeito, com os acabamentos verde musgo. O jardim lateral ainda era o mesmo, embora outras plantas foram plantadas. 
  • Com toda essa reviravolta que nós tivemos, achei melhor fazer umas reformas na casa, mas se você não gostar podemos trocar, tudo bem? 
  • Tudo – ela respondeu, sentindo os lábios secos. 
Devagar, entrou na casa. 

Toda a mobília tinha sido trocada. Algumas paredes tinham a cor creme e outras, coloridas. Ela se lembrava de como era, do que tinha em cada lugar, mas agora parecia diferente. Sabia onde estava, apenas não conseguia entender.
  • Você decorou sozinha? – a menina entrou na sala de jantar, olhando a enorme mesa de tampa de vidro.
  • Hum, podemos dizer que sim – Helena concordou com uma careta e soltando uns risinhos – Mas e você? Me aprova como decoradora?
Seunome concordou. 
  • E o meu quarto? – ela ouviu Caleb chegar no hall de entrada – Você também trocou? 
  • Decorei a casa inteira – Helena disse e por um segundo pensou que o teto iria desabar sobre sua cabeça.
Antigamente as coisas aconteciam assim. Estava tudo muito bem, todos contentes e de repente, algo que poderia ser ruim para alguma delas acabava com tudo – ou apenas com alguns enfeites da sala. Helena tinha mexido no quarto da filha, isso poderia ser ruim. Ela não sabia se a garota gostaria de ter um novo quarto, de ter suas coisas trocadas de lugar.

A pediatra tinha feito todo esse esforço de redecorar a casa para dar um novo lar a filha. Trocar de casa iria ser muito desgastante e, financeiramente falando, não tinha chances. Então seria como se elas vivessem em um lar em que aquilo não aconteceu. Esquecer todas as brigas que tiveram e viver algo novo. 

Porém, nada aconteceu.

  • Onde eu ponho as malas? – Celeb gritou de lá, fazendo Seunome rir.
  • No meu quarto – ela gritou de volta – Estou louca para ver como ficou. 
E então subiu em disparada pelos degraus que tando conhecia. Se ela fechasse o olho ainda seria a mesma casa que cresceu. 

A primeira e única porta a esquerda. 

Diferente. A cama não estava mais embaixo da janela, as paredes eram pintadas de perola, com uma pintada de azul bebê. A mobília branca e com ar de antigo, um abaju branco na mesinha ao lado da cama e um espelho de corpo ao lado do guarda-roupa. Apenas. 

  • Pensei que você tinha decorado – Seunome torceu o nariz, mas depois sorriu.
  • Achei que ficaria melhor você decorar, afinal ele é seu. – Helena encostou na porta – Não fiz muita coisa.
Caleb apareceu com Jack e Lind, todos carregando malas.
  • Tudo ok? – Seunome ouviu Lindsay murmurar para Helena, que apenas acenou com a cabeça.
Talvez elas estivessem preparadas para um suposto chilique. Mas nada tinha acontecido.

£££


  • Eu estou falando serio – Lindsay abriu mais um pacote de chocolate, enquanto tagarelava para Seunome, que estava jogada na cama – Sofri sem você aqui, ou você acha que dá pra fazer festa do pijama com o Jack? Isso é ridículo. 
Lindsay jogou a barra de chocolate na cama, pegando a ultima mala e indo em direção à garota. 
  • Essa é a ultima – olhou desanimada para a enorme mala.
  • Essa é toda sua – Seunome murmurou, afundando a cabeça no travesseiro. Não sentiu o cheio de casa, era apernas o cheiro da fronha recém comprada. 
Ouviu o som do ziper da mala, enquanto procurava a embalagem do chocolate. As duas estavam no quarto a horas, abrindo todas as malas e tentando colocar as coisas em ordem, porém a maioria as roupas estavam jogadas pelo chão.

Seunome sentia o corpo pesado, precisava de uma boa noite de sono. À tarde já havia caído. Jack foi para casa, tinha algumas coisas para estudar porque amanha teria prova de recuperação – e boa parte da razão dele ter ido foi Lindsay, que queria colocar os papos femininos em dia.

A garota rolou na cama, desenrolando a embalagem distraidamente. Apenas via o cantarolar de Lind, que dobrava as peças de roupas.

De repente, ouviu um grito da menina.

  • Aimeudeus! – Lind serrou os punhos, olhando com os olhos arregalados para a mala escancarada.
  • O que foi? – Seunome quase gritou, suspendendo o tronco, apoiada sobre os cotovelos.
  • Onde você conseguiu isso? – Lind disse pausadamente, fitando alguma coisa na mala.
  • Isso o quê?

Lindsay levantou à caixinha preta aveludada que estava aberta no ar. Seunome engoliu a seco e encolheu os ombros.

Mas que merda.

A linda e perfeita pedra do colar era realmente encantadora. Seu coração pareceu desmanchar só de olha-la. Quantas lembranças vieram em sua mente depois disso? Era ridículo pensar que ficaria bem.

Ela pigarrou e desvirou o olhar.

  • Foi um presenta das minhas amigas – levantou da cama, tropeçando nos próprios pés – Um presente de despedida.
Não tinha sido suas amigas que tinham lhe dado.
  • Serio mesmo que elas te deram isso como um presente de despedida? – Lindsay olhou para o colar novamente, deixando a caixinha na altura de seus olhos.
  • Elas são... muito bondosas – Seunome passou a mão no cabelo – Chocolate não esta mandando a minha fome, vamos lá embaixo comer alguma coisa? – disse nervosa, estalando os dedos.
  • Tá – Lind levantou e colocou à caixinha encima da comoda de mármore. 

Desceram a escada e foram para à cozinha.

Seunome notou mais mudanças. Essa era sua casa, mas tinha passado por mudanças. Ela gostava e ao mesmo tempo não. Era bom, porque todas vez que lembrava das discussões, elas pareciam que não tinha acontecido ali. E era ruim, porque os momentos bons que viveu pareciam ter sido vividos em outro lugar.

Ela respirou fundo quando sentiu o cheiro do frango refogado. Era exatamente isso que ela precisava.

  • O cheiro está realmente muuuutio bom – Lindsay se jogou na bancada, apoiando o queixo nos punhos – Minha mãe não cozinha assim, sobrevivo a fast food. 

Helena riu e se virou.

  • Não é nada tão elaborado assim – riu mais uma vez e secou as mãos no pano de prato – Seunome, você esta bem? 
  • Hm, sim – ela fingiu sorrir alegremente – Eu apenas estou cansada e tudo mais.

Helena balançou à cabeça concordando.

  • Você sabia que as amigas dela deram um colar magnifico de presente de despedida? – Lind passou a tagarelar para Helena.
  • Serio isso? – a mãe perguntou e Seunome assentiu – Bem generosas.

Lindsay trocou o rumo da conversa na cozinha para pimentões e frago. Seunome sentiu seu rosto esquentar e as mãos suarem. Um calafrio atingiu seu corpo, como se estivesse passando mal e, na verdade, estava.

Saiu discretamente da cozinha e indo para à sala. Sentou-se no sofá, observando a bela decoração. Sua mãe tinha feito um bom trabalho.

Relaxou no sofá, respirando fundo. Encostou a cabeça no estofado, afundando seu corpo. Se fechasse os olhos e esquecesse do que aconteceu há umas 10hs, estaria em algum lugar com seus amigos, aproveitando o domingo antes de voltar para o internato.

Ela sorriu.

Ela queria muito, muito voltar para George Clark. Sua mente parecia desesperada, imundando-a de lembranças. Seu coração estava  acelerado, causando um incomodo. Por todas as coisas que ela já pensou em fazer, voltar para casa, talvez, não tenha sido tão bom quanto pensou.

Na realidade, antes de voltar ela estava confusa. Zayn era o causador disso. Ele tinha feito aquilo naquela noite, naquela festa maldita. Seunome não o perdoara, mas tinha certeza que em algum momento, iria se jogar nos braços dele novamente. Porém, no dia seguinte recebeu à noticia que voltaria. Então pensou que seria o melhor, mas não foi.

Fugir da situação e voltar foi a pior coisa que fez.

Uma lágrima escapou de seu olho, queimando-lhe a pele. Um aperto começava à afagar seu peito, deixando-a sem ar. Olhou para mobília revestida de de portas retratos. Todos em diferentes datas, com diferentes situações. Todos felizes.

Ela gostou de ver aquilo. Gostou de relembrar o tempo que morava aqui, sentia-se bem relembrando, mas só relembrando. Lembrar de seu pai, da sua vida antes de toda essa reviravolta acontecer era bom. Também era bom estar com sua mãe. seus amigos que mais pareciam irmãos de sangue e o lugar onde viveu.

Ela tinha certeza que amava todos, de uma formar que não conseguia explicar. Amava muito.

Mas então, por que não conseguia se sentir bem? Por que aquele lugar não a trazia segurança como seu quarto na George Clark? Por que preferia ficar num internato do que jogada no sofá da sua própria casa?

Afundou o rosto novamente no estofado aveludado, sentindo o corpo pesado. Queria conseguir responder às perguntas que atormentavam sua mente agora, mas parecia difícil demais.

£££

As mãos dele eram quentes e macias em volta do seu corpo. Parecia aquece-la naquele amanhecer ensolarado e frio. Ela não queria abrir os olhos, mesmo sabendo que se abrisse iria ver o resplendoroso e perfeito rosto dele, a centímetros do seu. Conseguia sentir a respiração dele calma e generosa batendo contra seu rosto. Isso era a melhor coisa que já sentiu.

Puxou o tecido de sua blusa, respirando tão suavemente que parecia ronronar. Afundou a cabeça no seu pescoço, sentindo aquele aroma gostoso, que deixava-a tão grogue que poderia faze-la dormir de novo.

A menina conseguia saber onde estava, só não conseguia entender como. Estava em Paris, na alvorada do dia do seu aniversario de 17 anos, e estava nos braços de quem mais amava naquele momento, na pessoa que lhe proporcionara sensações que nunca havia sentido antes.

Ele era tão perfeito, tão magnifico que parecia não existir. Era, de longe, a pessoa mais linda que já vira na vida, não que tenha vivido o suficiente para ter essa conclusão, mas sabia que nunca existiria alguém igual a ele.

Queria vê-lo, queria sentir seus lábios macios e carnudos. Precisa dos toques dele. Aquilo tudo seria seu anestésico, fosse lá para que tipo de dor.

E então, como se fosse a coisa mais importante a fazer, abriu os olhos.

Um grito escapou da sua boca e logo depois o de outra pessoa.

Lindsay estava curvada sobre ela, gritando de forma estérica. Só depois de alguns segundos percebeu que também gritava.

  • Lindsay! – gritou depois que a garota parou de gritar – O que foi? Por que tá gritando? 
  • Você que começou! – ela se pôs de pé, cruzando os braços – E eu me assustei, tá legal? – fez uma pausa enquanto Seunome sentava no sofá – Isso foi totalmente sem noção!
  • O que você estava fazendo? – Seunome passou a mão no cabelo e se acomodou com uma almofada no colo. 
Lindsay descruzou os braços e fez aquela cara risonha.
  • Eu vim aqui te acordar pro jantar, mas ai quando você viu minha cara deu um grito – ela revirou os olhos e depois soltou um risinho divertido – Pensou que era o príncipe encantado te acordando? 
  • Rá rá – Seunome fez uma careta, colocando a almofada de lado e levantando – Dormi por quanto tempo?
Lindsay fingiu fazer uma conta rápida.
  • Tempo suficiente para assar o frango e as batatas – praticamente cantarolou sorrindo – Fique tranquila, sua mãe tem um forno potente, nem deu tempo de amassar o rosto com os desenhos do estofado. E muito menos baba-lo, o que neste caso seria uma coisa...
  • Lind – Seunome a interrompeu, porque sabia que ela não iria parar de falar – Alguém mais chegou?
  • Hmm, sim. Caleb e Jack. – ela sorriu – Sua mãe achou legal seu primeiro jantar em casa ter mais algumas pessoas. 
As duas estavam em pé na sala, entre o sofá e à mesinha de centro. Seunome não achou ruim a mãe ter chamado Jack e Caleb, seria bom ter mais pessoas para conversar, distraindo sua mente que estava dando-a um calote feito e desgracento. 

Lindsay puxou seu punho e a guiou até à cozinha. 

À mesa estava montada em um jogo americano colorido, combinando com os enfeites do prato. Helena ajeitava os copos enquanto prestava atenção na conversa de Caleb e Jack, que deveria ser sobre a nova escalação dos times para o novo campeonato. 
  • Ouvi gritos – Helena disse sem se virar para as meninas – Deveria me preocupar?
  • Náh, era só um jeito novo de se acordar – Lindsay riu e empurrou Seunome para se sentar na cadeira, ficando sentada bem no meio da mesa. 
  • Eu não acho que esse lugar seja... – a menina começou a questionar mais foi cortada.
  • Hoje vamos comemorar sua volta – Lindsay murmurou – Então fique em um lugar privilegiado. 
Seunome olhou para a mesa a sua frente. Não conseguia ver o tampão de vidro da mesa, porque estava abarrotado de comida. Viu o frango assado sobre à mesa, o arroz gratinado – que era a coisa mais deliciosa que se lembrava daqui – a salada de frios, tortas de vários sabores e o sufle de abobora que sua mãe invetara em um verão, tudo estava em enormes travessas. 
  • Primeiramente, gostaria de dizer que coloquei todos os meus dotes culinários em ação – Helena se pronunciou, assim que todos sentaram à mesa, ficando apenas ela em pé – Tudo que está aqui é o que eu sei fazer, me desculpem não ter feito uma carne assada ou lagostas, até mesmo camarões, mas isso não esta no meu alcance.
Ela soltou risinhos. Seunome também riu porque tudo que sua mãe disse era verdade. Helena nunca fora uma chefe de cozinha, ela sabia fazer o básico de tudo e tudo que ela sabia fazer estava ali – para a sorte da garota, não precisava viver de fast food como Lindsay. 

Helena continuou:
  • Mas eu espero que gostem, porque precisamos comemorar a volta da minha filha. 
Seunome sorriu e apertou os dedos uns contra os outros, tentando se segurar para não gritar. Ela não sabia o que estava acontecendo com si, parecia perder o juízo, e estava ali apenas algumas horas. Isso não era possível.

Ela olhou para a mesa e tudo que conseguia pensar para parar de agir assim era atacar à comida 

£££

Lindsay deu outra cambalhota na cama, afundando à cabeça nos cinco travesseiros que tirara da parte de cima do armário. Helena achou melhor Lindsay fazer companhia na primeira vez que a filha dormiria em casa novamente. Ela não parou de falar nem um segundo, nem mesmo enquanto escovava os dentes. Estava completamente fora de controle e Seunome entendia o porque.

Seunome estava de pé no quarto, analisando a parede creme e pensando de que cor poderia pintar, ouvindo tudo que Lind tinha a dizer de ruim sobre o novo penteado da garota que fazia natação com ela e de como ficava horrível depois que saia da água.

Lindsay tinha problemas com ansiedade e atenção. Pelo o que Seunome se lembrava, a amiga tinha algum defice de atenção leve, o que a levava a ser compulsiva com às palavras, mas nada que seja tão ruim assim. 

Elas tinha se conhecido há muito tempo, e nem se lembravam como. Desde sempre, eram as únicas amigas uma da outra. Ambas tinham problemas em construir amizades – problemas que Seunome conseguiu resolver depois da George Clark, porque nunca, nunca tinha feito tantas amizades em tão pouco tempo – e isso afetou Lindsay muito mais depois que Seunome viajou. 

Ela ficou sozinha e, pelo o que já disse milhões de vezes, Jack não era uma garota para entender seus problemas. 

Jack Fields tinha se mudado para o bairro um seculo depois delas erem se conhecido. Foi na sexta serie, quando às garotas começaram a perceber que os meninos eram bonitos e começarem a encher a cara de pó de base. Jack era novato e bonito, o que despertou a atenção de todos. Mas ele era caladão, então depois de um tempo foi esquecido. Desde então, tinha feito dois amigos no time de futebol e duas amigas, Lindsay e Seunome. 

Para quem via os três de fora, Jack era o mais sensato, Seunome era a reabilitada e Lindsay a com transtornos estranhos – o que não deixava de ser verdade, mas também não. 

Depois do jantar, que tinha se estendido para um jogo de adivinhas sobre gostos de sobremesa, Jack teve que ir embora, para seu exame de recuperação e Caleb tinha ficado com Helena lá embaixo. 
  • Hum, bom, vamos lá – Lindsay sentou na cama, cruzando as pernas abraçando um travesseiro – Pode começar a desembuchar. 
  • Desembuchar o quê? – Seunome se virou, levantando sua sobrancelha.
Lind revirou os olhos e ajeitou-se mais uma vez.
  • Como era lá sua moradia? Me fala! Estava com a boca coçando pra perguntar e o melhor momento é agora – Seunome consegui ver os olhos da garota brilharem – Eu te disse exatamente como foi todos os meus dias sem você, agora fala.
E tinha contado mesmo. Lindsay não resumiu seus dias. Baseava-se em ir para a escola com Jack, almoçar com Jack, ir para o club com Jack – club onde ela fazia natação e ele futebol – e finalmente ir para a casa e devorar um fast food chines, às vezes com Jack. 

Assim ela passou os meses e, com Jack foi a mesmo coisa. Eles já poderiam ser considerados irmãos. Aqueles gêmeos que se vestem iguais. 
  • Eu não tenho muita coisa pra contar – ela deu de ombros, ficando de costas para Lindsay. Passou a mão pelo mármore branco da comoda, imaginando o que colocaria ali – Era grande, arquitetura velha, professores chatos e meu dormitório com mais três meninas. .
  • Você dividia um quarto? Tipo aqueles da faculdade? – ela quase deu um salto na cama.
  • É... eu acho. 
  • Quem eram as garotas? Não me diga que eram aquelas patricinhas loiras que te deixavam de lado? – ela parecia mais empolgada à cada palavra.
  • Não... isso não. Elas... elas eram incríveis. Eu... acho que serão minhas amigas pro resto da vida – Seunome abaixou a cabeça, sentindo o peito arder. Não tinha dado sinal de vida à elas desde que chegou – Bem, vou te contar como era o campus.
Seunome pulou na cama e começou a falar antes que chorasse desesperadamente ali mesmo. Falou de como era tudo, até da comida maravilhosa que serviam. Deixou de lados suas desavenças e garotas insuportáveis que teve de conviver. 

Mas, também deixou de lado quem nunca poderia deixar. Deixou de lado a pessoa que era mais importante de todo o internato. Ela fez isso para não ter que falar nele, não ter que lembrar de seu rosto magnifico, não ter que lembrar de todas coisas que sentiu quando estivera com ele. 

Enquanto as palavras saiam falsamente alegres de sua boca, lembrava do quanto amava ele. Lembrou do colar que Lindsay fizera escândalo por ser tão perfeito. Ele lhe dera em Paris, no lugar onde realmente tinha se esquecido de tudo e apenas viva por ele. Amando-o cada vez mais. 

Em meio às palavras que dizia a Lind sobre seus professores, ela se deu conta que não seria possível esquece-lo. Jamais seria possível tirar Zayn Malik de seus pensamentos. 

Seu coração sempre seria dele, assim como o dele era dela. 

CONTINUA...

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MELYSSA IS BACK!

EU VOLTEI, AGORA É PRA FICAR! 
PORQUE EU SEI, AQUI É O MEU LUGAR! 

AI MEU PAI ETERNO EU ESTOU EM PRANTOS!
Tô dramática? Sim. 

Não revisei o caps, tem palavras super erradas mas okay, Desculpa mesmo mesmo. 

Sabe aquele papo de que eu não ia demorar, então, tudo mentira.

Eu demorei demais gente, eu fiquei tipo :o

Então, sabe minhas provas pra escolas tecnicas? Pois é, elas começaram. Até fiz uma, mas acho que não vai rolar uma vaga pra mim :/

Eu vou ter que aumentar meus estudos, porque puta que pariu a coisa tá seria.

Mas, porém, contudo e todavia, nunca deixarei vocês. Posso demorar e tals, mas eu volto sim. Porque parece que tem alguma coisa dentro de mim que não me deixa largar a bosta deste computador e parar de escrever. Escrever é tão bom gente, aconselho todas a fazerem isso. 

Sobre a fic é isso ai mesmo. Caps pra mim tá pequeno mas foi o que deu. 

E estou sem internet. MISERICÓRDIA NÃO AGUENTO. 

Para postar estou roubando o wifi do vizinho, sem brincadeira. 

AGORA VOU FALAR DE UMA COISA MUITO IMPORTANTE:

PUTA QUE PARIU, EU ACHO QUE FIQUEI SEGA.

Aqueles números de comentários no prólogo são verdade mesmo? EU TIVE 16 COMENTÁRIOS? TO PARINDO UM FILHO AQUI NA MORAL. 

GENTE VOCÊS SÃO FODA DEMAIS DEMAIS EU NÃO SEI NEM O QUE FALAR, ME SURPREENDERAM MUITO. 
AAH, CARA ISSO É MUUUITO BOM :D

Essa notinha ficou grande demais, acho que me expresso muito '-'

AMO VOCÊS E COMENTEM! pqp 16 comentários eu nem esperava isso pqp²

@ziampau & @ziamaricas

domingo, 12 de outubro de 2014

Change My Mind - 2º Tp - Prólogo






Suas mãos suavam, mesmo estando frio. Um vento álgido cortava seu rosto enquanto ela assistia o motorista montando um quebra cabeça para colocar todas as suas malas no carro. O tempo cinza e infame não ajudava em nada. O dia tinha acabado de raiar e a garota praticamente se arrastou para fora. O grosso sobretudo a mantinha quente e confortável, enquanto ela ainda estava sonolenta.

Aquilo tudo parecia desnecessário. Tudo o que se passava em sua mente era à noite de ontem. Será que ela tinha sido real? Ou fui uma ilusão?
  • Podemos ir? – a voz de Madalena era suave, enquanto ela ajeitava as luvas de couro preto nas mãos. 
Seunome assentiu devagar com a cabeça, observando a mulher começar a dar meia volta no carro. O motorista fechou o porta malas e andou até a porta de trás, abrindo-a para a garota. Ela espirou fundo, enfiando as mãos dentro do bolço do sobre tudo. 
  • Obrigada – murmurou ao motorista. 
Ela entrou no sedã preto sentindo o coração disparar. Talvez, apenas talvez, ela queria sair do carro, ligar para a mãe e dizer que queria ficar e nunca mais ir embora. Porque havia algo que se ela voltasse para casa não teria – e talvez nunca mais. 

Porém tudo fui muito rápido. Enquanto ela pensava nessa possibilidade de voltar e acabar com tudo isso, o carro começou a andar. Ela olhou para frente e seguiu com os olhos no muro do internato e, como se alguma coisa martelasse em sua mente, memorias infinitas pareceram imunda-la.

Isso era desesperador.
  • Foi muito bom tela conosco por todo esse tempo – a voz de Madalena parecia um alto-falante no carro, atormentando ainda mais sua cabeça – Sempre estaremos aqui. E tenho certeza que irei vê-la outra vez. 
Madalena sorriu de uma forma medonha, mostrando a fileira de dentes brancos. Seunome se sentiu apavorada. O que aquela mulher estava fazendo? 

Pensar que nunca mais voltaria ou ficar um tempo enorme sem vir nesse lugar parecia a pior maneira de partir. Foi sufocante.

E então, ela olhou para trás.

£££

Grandes trajetos nunca foram bons para ninguém, ainda mais quando se fica quase 10 horas num voo. Era quase insuportável ficar parada em um canto, mesmo tendo vários atrativos para que os passageiros ficassem quietinhos a viajem inteira. 

A menina ficou na janela, ainda observando a pista de voo. Desejava que antes do avião decolar, acontecesse alguma coisa. Não aguentaria isso tudo, ainda mais depois do discurso que Madalena fizera durante o check in. As palavras sobre a honra que ela sentiu por abrigar Seunome na instituição e como ela gostaria que a garota voltasse pareciam a martirizar ainda mais.

Seus dedos batucavam no encosto do braço da poltrona, enquanto ela assistia uma velinha com cabelos grisalhos sentar-se a uma poltrona de distancia. A anciã mexeu na bolça e tirou de lá um caixinha de remédio, verificando os comprimidos.

Foi ai que a garota se lembrou.

Deu um pulo da poltrona e abriu a parte do bagageiro que ficava bem embaixo da velinha. Puxou a bolça e sentou-se novamente. Vasculhou a boça à procura de um vidrinho, em que ela sabia que seria o seu salvador.

Achou o potinho de comprimidos. Eram calmantes, remédios para dormir. Seunome tinha conseguido com Emily, porque a garota tinha problemas com o sono, então ela sempre tinha esse tipo de remédio.

Apertou o sinto, mesmo não tendo nenhum comando das aeromoças para fazer o ato. Colocou dos comprimidos na palma da mão e depois os engoliu a seco. Essa seria o melhor jeito de ir embora. Seria a melhor maneira voltar. Ela tinha certeza.


XXX

Suas mãos percorreram a pele macia que era o braço dele. Indo e voltando, como uma caricia demorada. Ela sentia o corpo junto ao do garoto, quase se fundindo. Maravilhosamente sentiu os dedos dedilharem a pele de seu rosto e depois descer até o pescoço. Sorriu ainda de olhos fechados, mordendo o lábio. 

O sol estava fraco e a brisa fresca, uma combinação perfeita.

Ela sentiu o halito dele bater contra seu queixo antes que seus lábios se juntassem. Seu gosto maravilhoso era incrível e, junto com seus movimentos, causava-lhe arrepios seguidos de pequenos murmúrios baixos. Mordeu o lábio dele, sentindo ainda mais o sabor divino de sua boca.

Ele apertou a cintura dela ainda mais contra seu corpo, impactando ainda mais aquele ato maravilho e insano. Eram os lábios dele, era suas mãos e o seu cheiro. Não havia nada mais fascinante no mundo.

Ela apertou o tecido da blusa dele, enquanto jogava eu corpo ainda mais contra o do garoto. Ela queria ainda mais, sabia que aquilo iria acabar. Ela tinha certeza que não era real, não poderia ser. Por isso, abriu os olhos.

Imediatamente seu corpo foi jogado para a poltrona da frente, mas ela foi retida pelo bem encaixado sindo de segurança. Respirou fundo ainda com o corpo inclinado para frente. Nada parecia exaltado e a velinha ha uma poltrona de distancia estava lendo uma revista com uma linha de trico envolta do pescoço.

Seunome engoliu em seco e voltou a posição normal, afrouxou o sinto de segurança e se acomodou na cadeira. Sua boca estava com um gosto ruim e o ar condicionado um pouco forte demais. Ligou o celular e fitou a tela, não entendendo o que estava acontecendo.

Ainda eram 8:34 da manha e seu voo tinha decolado as 7 horas.
  • Hmm, com licença, a senhora poderia me informar a hora certa? – ela sentiu dificuldade de falar com a boca seca – Meu celular esta completamente fora de ordem. 
  • São 8 e 35 – a velinha olhou no relógio de pulso e depois soltou um risinho – Eu não entendo essas coisas eletrônicas. São sempre confusas. 
A menina abriu a boca para falar, mas deixou que a senhora continuasse falando de suas desavenças com a tecnologia. Isso não era possível. Ela dormiu por exatas uma hora e meia. Tinha tomado dois comprimidos para dormir, isso era impossível. 

Jogou a cabeça contra a poltrona e respirou fundo. Até pensou em tomar mais comprimidos, mas talvez ficasse drogada de tando remédio no sangue. Em seus pensamentos, ela não queria assistir sua chegada em casa novamente, tudo isso seria doloroso demais. Porem, alguma coisa a fez acordar. A vez ter sonhado com ele. Fez o remédio não ter efeito. 


Não há alívio, eu vejo você no meu sono
E todos estão me apressando
Mas eu consigo sentir você me tocando
Não há libertação, eu sinto você nos meus sonhos

Dizendo que eu estou bem  - Dark Paradise 

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Ois, 

Eu estou meia que desesperada aqui porque tipo, CARALHO EU TIVE 11 COMENTÁRIOS? NÃO BELIVO. 

Serio gente foi doido demais pra mim. 

Isso aí é só um prólogo, tipo uma introdução, meus capítulos são beeem maiores que esse. E escutem Dark Paradise da minha queen Lana Del Rey (ela me da inspiração).  

Gosta de pedir para comentarem bastante (se der, claro), porque eu adorei essa sensação de vários comentários, sei lá, saber que existe várias pessoas lendo a fanfic é bom demais. 

E eu volto muito em breve. 

TO FELIZ PRA CARALHO <3 

*voltei a xingar porque vocês são foda. 

@ziampau & @ziamaricas 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Change My Mind - Cap 41 - STAY!

~~ NARRADOR ON ~~

Leiam as notas finas, é importante. Amo vocês.

Não tenho muita certeza de como me sentir quanto a isso
Algo no seu jeito de se mexer
Faz com que eu acredite não ser possível viver sem você
Isso me leva do começo ao fim
Quero que você fique - Stay 





  • Você precisa se distrair – a garota dizia aos berros, mas ele não conseguia entender – Me disseram que você era um gato e que estava solteiro. E adivinha? Eu sou igualzinha a você! 
  • Hã? O que? Me desculpe – ele gritou de volta, enquanto a garota dançava na sua frente – Eu acho que já vou. 
Então o garoto deus as costas a menina corpulenta, mas ela ainda precisava dizer as amigas que tinha pego o gato da George Clark.
  • Onde você pensa que vai? – ela juntou seu corpo nos braços dele e mordeu o lábio – Temos muitas coisas para fazer. 
Ela então se jogou nos braços dele, agarrando sua nuca e puxando-o para baixo. Imediatamente tocou os lábios dele, de forma que não tinha condições para esquivar-se. Ele não sentiu nada. Não sentiu o coração bater forte, as mãos soarem ou os lábios formigarem. Não era quem ele amava que estava o beijando. 

Mas então, uma coisa ruim aconteceu, o amor de sua vida viu.

  • Você esta melhor? 
Seunome balançou a cabeça concordando três longas vezes. E depois, voltou a fitar o prato cheio e intocado.

Tinha sido uma noite ruim, em que se resumiu em rolar na cama. Ela não conseguiu dormir, na realidade, parecia que alguma coisa ardia dentro de seu peito. Talvez fosse à angústia de estar voltando para casa depois de tanto tempo e, principalmente, voltar a ter um relacionamento normal com sua mãe.

Mas, isso tudo nem chegava aos pés do que realmente passava na sua cabeça nesse exato momento. Ela só lembrava do rosto de Zayn. De todos os detalhes perfeitos e apaixonantes que ele continha, de toda a beleza de seus olhos, do calor que sentia quando ele abraçava-a.

Ela estava com saudades. Não tinha passado tanto tempo assim desde que ela o viu, mas ela queria senti-lo. Sentir os lábios dele nos dela, as mãos dele percorrendo seu corpo e sua pele macia. Ela era completamente apaixonada por ele e, agora, teve a noção do quanto.

Porem, sempre que pensava no seu desejo de ficar com ele, sua mente voltava nas discussões e a traição que ela pensava que existia. Essa traição não existiu e nunca iria existir, mas ela era ingenua demais para acreditar.

Liam voltou a comer, olhando de canto de olho para a garota.

  • Err... bom, por que você não fica até o final do ano letivo? – Ele voltou a falar, tirando a atenção dela do prato. 
  • Liam, não adianta – Seunome engoliu a seco – Não vou ficar. 
Ele a observou enquanto ela cruzava os braços. Liam ficou em silencio, enquanto Seunome voltava a vagar em seus pensamentos, tentando achar alguma forma de continuar respirando. Estavam apenas os dois na mesa, mas o refeitório encontrava-se cheio. Era claro que todo mundo já sabia sobre a historia que envolvia Zayn e Seunome. Deus! Tinha o nome de Zayn, não havia como não saber. 

Izy parou de repente na mesa, sentando ao lado de Liam.
  • E aí? – Liam perguntou, olhando fixamente para a garota – Ele aceitou?
  • Sim – ela respirou fundo, voltando os olhos para Seunome, assim como Liam.
  • O que foi? – Seunome inclinou-se para frente. 
  • Ah, bom – Izy começou – Nós achamos melhor, para a segurança de todos, que trocassem as duplas. Então, você ficaria com o Liam e eu com o Zayn. 
Seunome apertou as mãos ao ouvir o nome dele, que parecia ainda mais estranho. Como se sentisse estranha apenas por uma palavra.
  • Izy foi conversar com o professor representante e ele aceitou – Liam parecia explicando algo muito importante a uma criança – Então, agora, eu sou a sua dupla, certo? 
Seunome suspirou pesadamente, enquanto assentia. Ela sentiu seu coração palpitar, ainda teria que conviver com a sombra de Zayn por mais uma semana. Uma semana? Aquilo tudo iria acabar em uma semana? Como pode? Uma coisa tão grande como essa ter um fim? Nossas vidas iram acabar, despencando em um abismo sem a historia do amor dos dois? Ah, não.
  • Obrigada – ela sentiu-se obrigada a tentar sorrir, mas seu maxilar estava travado, então nada fez – Vocês não sabem o quanto estão me ajudando. 
Liam e Izy se entreolharam, era o minimo que eles poderiam fazer. Se isso era o que ela queria, então fariam para que fosse possível.

Liam tinha falado com Zayn mais sedo; sobre a troca das duplas. Zayn estava sentado em umas das poltronas dos corredores internos, fitando a parede e com a boca meia aberta. Sua postura estava caída e o rosto pálido. Payne tentou interagir, mas a única coisa que ele fazia era acenar com a cabeça, depois de um tempo, Liam desistiu.

Depois do café da manha, eles tinham aula com duplas. Liam sentou-se ao lado de Seunome, em um lugar que ela tinha escolhido. No canto, encostada na parede, longe de qualquer outra pessoas que não fosse Liam.
  • Então, como você fazia antes com as matérias? – Liam folheava seu caderno, procurando onde tinha parado. 
  • Eu sei lá – Seunome resmungou, apoiando-se na mesa, sustentando o rosto com umas das mãos – Era... era dividido conforme a matéria que nós nos dávamos bem. 
Nós.

Seu rosto se fechou. Era muito, muito estranho pensar em Zayn como alguma coisa que aconteceu, terminou e agora era passado. Doía demais pensar que ele estava ali, perto dela. Doía demais não poder fazer nada. Ela queria muito estar nos braços dele agora, mas seu subconsciente dizia que não. 

Seunome tinha vontade de jogar tudo para o alto e deixar que fosse dominada por ele. Mas sempre, sempre iria haver alguma coisa que a deixasse longe de quem mais queria estar nesse exato momento. 
  • Humm, então tá – Liam também se apoiou na mesa, da mesma forma que ela – Você quer conversar sobre o que? 
Seunome deu de ombros, enquanto fitava as mãos.
  • Bom... nós poderíamos fazer uma festa de despedida pra você, seria legal – Liam começou a falar, tentado ao máximo interagir – Quando é sua viagem mesmo? 
  • Domingo – ela disse com a voz rala e depois suspirou.
  • An, então temos pouco tempo para planejar...
  • Liam, por favor. Uma festa de despedida é a pior coisa para mim agora – ela engoliu a seco – Seria melhor poucas pessoas. Só os meus amigos. Esta perfeito. 
  • Só essas pessoas mesmo? – ele a fitou, de modo que a desconsertou – Tem certeza?
  • Liam, por favor. Não quero mais falar sobre esse assunto, pode ser? 
Payne fez que sim com a cabeça e antes que pudesse pensar em outro assunto para distrair à garota, o professor entrou na sala. 

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Izy olhou no relógio e faltavam 15 minutos para o termino da aula. Ela tinha passado todas as aulas da parte da manha com uma estatua de pedra no seu lado. Zayn não se mexia, o máximo que ele fez foi fazer metade da folha de questionários em silencio. 


Isso era de se esperar, certo? Ela nunca tinha ficado tanto tempo perto dele assim, não tinham nenhuma intimidade. Era até difícil para à garota pensar que Zayn e Seunome tiveram um namoro ou coisa parecida.

Ele continuou na mesma forma a aula inteira. A postura curvada, ombros caídos e nunca olhando para frente. Talvez porque se ele olhasse, veria ela lá no canto. Seunome também fez a mesma coisa; recusou-se a virar o rosto, julgando que sabia exatamente onde ele se sentava. E sabia. Ela sabia cada coisa a respeito dele.
  • Bom, como essa troca é apenas por uma semana – Izy disse, virada totalmente para Zayn – não será necessária grandes mudanças, tudo bem? – Zayn continuou olhando para frente – Zayn? Tudo bem?
Ele balançou a cabeça concordando, fitando as mãos. Izy respirou fundo, sabendo que ele não tinha prestado atenção no que ela falava. Eles estavam no fundo da sala, no lugar preferido de Zayn. Era constante os olhares curiosos que eles recebiam. Porque, de repente, todos ficaram sabendo que Seunome e Zayn tiverem um envolvimento e agora suas duplas tinham sido trocadas. Isso era mais que estranho. 

Izy continuou na mesma posição, sentindo uma onda de pensamentos invadir sua cabeça. Embora muitas pessoas ainda olhassem para eles, estava no final das aulas na parte da manha, então elas estavam mais dispersos e agitados. Ela chegou mais perto dele, inclinando o corpo para frente.

  • Zayn, eu posso te fazer uma pergunta? – Izy sussurrou e mordeu o lábio, esperando ansiosamente pela resposta dele. Zayn espirou fundo e assentiu com a cabeça, ainda olhando para as mãos – Você ama ela? Eu tô falando, tipo, de verdade. 

Ele se manteve na mesma, apertando o tecido grosso do casaco. A respiração começou a ficar pesada, enquanto os punhos se fechavam. De repente, ergueu os olhos e logo depois a cabeça em direção a garota. Seus olhos estavam vermelhos, não por choro ou algo do tipo, parecia mais por uma noite mal dormida.

Ele abriu a boca como se fosse falar alguma coisa, mas voltou a fechar. Seus olhos caíram novamente para as mãos entrelaçadas.

Zayn assentiu com a cabeça, fazendo uma careta e movendo o maxilar.

Izy deu um breve sorriso, soltando o ar pela boca. O sinal tocou, enquanto grande parte dos alunos voavam em direção a porta.
  • Então a faça ficar – a garota disse com os dentes travados – Só você pode fazer isso. 
E então se levantou, indo para fora da sala. Zayn a observou indo, sentindo-se cada vez mais zonzo. O que ele poderia fazer?

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Era como estar no meio de uma guerra silenciosa, em que você não ouve e não pode falar com ninguém. Mas na verdade, era apenas o almoço. Para deixar as coisas ainda mais depressivas, o tempo estava perfeito. O tempo limpo e fresco, como daqueles dias perfeitos para piqueniques em campos... Pena que piqueniques em campos em dias perfeitos não existem. 

Seunome estava sentada em uma das mesas redondas do lado de descoberto do refeitório, sentindo o corpo esquentar com os fracos raios de sol. Alex mexia no prato cheio de comida, enquanto batucava os dedos na mesa, seguida por Julia e Izy.

As três garotas passaram a maioria do tempo em silencio, privando-se das lamentações que gostariam de fazer. Era muito ruim ver que uma amiga iria ficar longe de você e, também, ir embora. O sol ao pino foi escondido, fazendo uma sombra parar na mesa. Todas levantaram os olhos, focando na pequena criatura alvoroçada.

Estephane sentou-se na mesa, com mais algumas garotas, todas usando um forte delineador.

  • Muito bem – ela fitou Seunome, com os olhos arregalados – Conta tudo!
Seunome piscou, vendo que todas estavam fitando-a. 
  • O que? – sua voz saiu falha. 
Estephane revirou os olhos.
  • Pode despejar a historia toda. Com os mínimos detalhes! – ela sorriu e se acomodou na cadeira, como se fosse escutar uma longa historia infantil – Tenho certeza que você tem muito para nós contar. 
  • Estephane, você só pode estar brincando, né? – Izy colocou as duas mãos na mesa, colocando-se para frente. 
  • Não, Izy. – a garota respondeu com um tom um pouco mais alto – Todas nós queremos saber como é ter um caso com Zayn Malik. 
Seunome arfou na cadeira ao ouvir o nome dele. Isso era ridículo. 
  • Vai vai vai! – outra garota praticamente gritou – Tenho certeza que ele tem milhões de casas, qual ele te levou? 
  • Sem falar nos carros – uma loirinha disse aos risos – Eu daria tudo para ficar no seu lugar. 
Seunome engoliu a seco. Como tudo de bom que eles passaram agora estava jogado na boca dessas garotas? Ela sentiu nojo de como elas e eram. 
  • Vamos, Seunome! Não tenho o dia inteiro – Estephane voltou a se pronunciar, apoiando a cabeça nas mãos, bem na altura do queixo – E vocês... bom, tiveram uma noite quente? Céus, me conte agora! 
  • O que? Ah não! – Seunome levantou da cadeira, inclinando o corpo para frente com as mãos espalmadas na mesa – Eu me recuso a responder isto. Vocês não tem nada haver com o que aconteceu! Me deixe em paz.
  • Meu Deus! É claro que vocês transaram! – ela disse, pelo menos baixo, seguida de vários risinhos das outras garotas – Eu não sei o que te levou a dar aquele chilique na aula de educação física, mas se eu fosse você voltaria correndo para ele...
  • Cala essa boca! – Julia gritou, enquanto Seunome observava a garota falar, completamente extática. 
  • Cade o senso de você? – Alex cruzou os braços. 
Seunome sentiu os olhos se encherem de lágrimas, como algo automático. Elas estavam falando de Zayn e comentando à vida – mesmo escondida – que eles tiveram juntos. As garotas começaram a discutir umas com as outras, enquanto ela se sentia ainda mais fraca. Isso estava virando um inferno. 

Os olhos dela voltaram para a mesa das outras pessoas. Alguma delas a encaravam, outras seguiam com as conversas paralelas, mas mesmo assim isso era humilhante. Deu alguns passos para trás, abraçando o corpo e depois correu. Correu sentindo o peito arder. Como tudo poderia ir do céu ao inferno tão rápido?

De repente, ela se chocou contra alguma coisa. 
  • O que aconteceu? – ela reconheceu a voz. Claro que reconheceria. 
Era Philip, com a sua voz calma e suave. Ela levantou os olhos, sentindo cada vez mais as lágrimas caírem sobre seu rosto. Ele segurou os braços dela, erguendo a postura curvada que estava a derrubando. Era bom sentir que ele estava ali. Depois dos acontecimentos, ela mal o viu e nunca tinha ficado tanto tempo sem falar com ele. 
  • O que aconteceu com você? – ele voltou a dizer, enquanto Seunome soluçava.
Ela não disse nada, apenas chocou seu corpo contra o dele ainda mais forte. Philip sentiu as mãos da garota em volta de seu corpo e, a única coisa que conseguiu fazer foi retribuir o abraço. Então ela encostou a cabeça no seu peito, soluçando da mais desagradável forma possível; alto e forte. 
  • Hey, tá tudo bem – ele passou a mãos pelos seus cabelos, sentindo-se nervoso – Você esta me assustando.
Ela continuou agarrada a ele até que os soluços baixaram. Levantou o rosto e o deixou respirar, ficando um passo trás. 
  • Me-me desculpe – ela murmurou, enquanto lutava para não chorar novamente – É só que... eu não aguento mais. Todas essas pessoas... – ela voltou a chorar, apoiando-se na parede do corredor – Me desculpe. 
  • Não, não se desculpe – ele engoliu a seco – Olha, por que você não para e chorar e me diz o que aconteceu? Eu posso ajudar...
  • Não tem mais jeito, Philip. Eu fui uma idiota e agora estou pagando pela minha idiotice – Seunome limpou o rosto quente.
  • Você não é idiota. – ele falou dando um longo suspiro e depois de uns segundos voltou a falar – Se você esta assim pela sua fantástica historia de amor escondida com aquele garoto, que veio atona na aula de educação física passada, te digo que ele não merece que você fique chorando por ele – Seunome levantou uma sobrancelha, enquanto ele formava um pequeno riso nos lábios – Eu vi, o.k? Estava lá, se você não percebeu minha presença.
Ele soltou um risinho, mas ela continuou seria. Era claro que ela tinha percebido que ele estava lá, junto com o resto da turma. Porém foram tantas informações que a deixaram zonza. 
  • Não teve graça, desculpe – ele formou uma linha nos lábios – Só estou tentando dizer que ele não merece essa sua tristeza, seja lá o que ele fez. Eu acho que... bom, se você quis esconder isso de todo mundo...
  • Philip, você vai querer mesmo ficar falando disso? – Seunome sentiu um nó na garganta. 
  • An, não. Só estava tentando te alegrar ou coisa do tipo. – ele passou a mão na nuca, fitando a garota que agora começava a se acalmar – Não sou muito bom com essas paradas de consolo, mas posso ser alguém legal. 

Seunome mordeu o lábio enquanto pensava sobre todo esses assuntos. Sobre tudo que estava atormentando sua cabeça agora. Philip estava de pé no corredor, bem a sua frente. Os jeans surrados e a blusa larga com o brasão da escola o deixava com um ar muito mais leve. Philip tinha uns colegas de quarto grandalhões que faziam parte dos atletas, então ele arranjava esse tipo de uniforme com eles.
  • Olhe, eu sou um idiota – ele colocou a mão no peito, um pouco dramático – Você chegou aqui chorando e eu falando essas coisas. Me desculpe, mas eu só queria ser um bom ombro para uma pessoa chorar suas mágoas e... 
  • Philip, por favor, menos. 
Ele balançou a cabeça concordando.
  • Certo, me perdoe – ele deu um passo a frente, colocando as mãos no ombro da garota – Gostaria de um passeio? Sem a parada de chorar no ombro e idiotice? 
Seunome assentiu, sendo guiada por ele para a saída mais próxima do corredor. Philip transmitia a sensação que tudo iria ficar bem. Seu bom humor, mesmo com todas as mentiras que ela tinha cometido, estava o mesmo. Era muito bom estar com ele.

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Eu poderia dizer que essa semana tinha sido um inferno. Mas, foi pior.

Começando, pela vontade estupida e ridícula de Seunome ver Zayn. Estar com ele, sentir sua presença, mesmo que fosse rápido. Essa só era um parte – bem grande – do inferno. Depois daquela discussão desnecessária no refeitório, Seunome teve a certeza que aquelas garotas espalharam alguma coisa para todos do internato. Ela não esperava isso de Estephane.

As pessoas sempre que a olhavam, cochichavam ou então riam. Isso era desconfortável. Era como se todos soubessem o que tinha acontecido... boa parte das vezes era humilhante, o que até causava fazer as refeições em um canto, longe dessas pessoas.

Era como acordar todas as manhas e ter certeza que esse dia seria pior que o anterior. Sucessivamente.

Mas, ela ainda não tinha ido para o fundo do posso. E a total responsabilidade sobre isso caia sobre seus amigos. Nunca a deixavam sozinha, sempre estavam com ela, não dando tempo para essas lembranças dolorosas voltarem e cumprirem seu papel.

Como essa era sua ultima semana, seria a ultima vez que ela veria os professores e, também, a ultima vez que ela iria rir de suas roupas e reclamar dos trabalhos pesados. Se ela sentira falta? Claro. Essas eram as únicas amizades que ela fizera na vida, as outras únicas duas que ela tinha em casa, conhecia desde que se lembrava.

Sempre foi difícil se comunicar, mas aqui as coisas foram acontecendo tão fácil, tão leve e de repente ela estava envolvida até o pescoço com essas pessoas. Era uma coisa que ela e nem ninguém poderia explicar. Era complexo e ao mesmo tempo simples.

Essa noite seria seu ultimo jantar no refeitório. Estavam todos ali, tentando achar alguma coisa boa para rir.
  • Tudo pronto para amanha? – Seunome perguntou a Izy, enquanto forçava um sorriso. 
  • Sim e... bom, tem certeza que só vamos nós? – a menina perguntou, fazendo Seunome revirar os olhos – Eu sei que eu já perguntei isso milhos e vezes, mas eu acho que essa historia já deveria ter...
  • Izy, por favor, isso de novo não – ela engoliu a seco – Eu já decidi. 
  • Certo. Me desculpe. 
Seunome voltou a afundar os olhos no prato cheio. Eles iriam acampar amanha, mas Seunome voltaria no mesmo dia. Seu voo estava marcado para o domingo, bem cedo e, ainda sim, tinha sido um caus convencer Madalena deixar Seunome sair na véspera do voo. 

Nesta semana inteira Seunome foi questionada sobre o fato de ter poucas pessoas na sua despedida, mas a pergunta não era essa. O que suas amigas queriam saber era se realmente ela tinha desistido de Zayn, porque, as coisas aconteceram muito rápido e ela ainda poderia mudar de ideia.

Todas as suas amigas sentiram a diferença. Ela estava calada, fria e triste. E elas sabiam que isso era a falta de Zayn, ou uma das causas do que ele fez com ela. Ainda assim, iriam aproveitar o ultimo dia da garota no internato.

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O sol esta ao pino. O vendo quase que incontrolável batia contra as árvores, causando aquele barulho agradável das folhas batendo umas contras as outras. O cheiro limpo e fresco era adorável. Estavam em um parque para acampar, que haviam alugado um trailer para passar a noite.

O lugar parecia ser seguro, com guardas florestais e tudo. Izy trazia uma caixa com enlatados, enquanto Seunome encarava a mata com as mãos na cintura.

  • O que acha de ir ajudar Julia com o galão de água? – Izy sentiu-se obrigada a mandar a garota fazer alguma coisa, ela andava quase em um estado vegetativo. 
Seunome concordou com a cabeça e andou em direção a trilha. Poucos metros depois estava de volta a estrada, dando de cara com a caminhonete. Julia tentava tirar o galão de água potável da carroceria, sem sucesso. 
  • Uma ajudinha ai? – Seunome sorriu e ajudou a garota a colocar o galão no chão. 
  • Com certeza – Julia riu e mordeu o lábio – Eu queria pedir obrigada de novo por concordar em deixar o Harry vir. Esse fim de semana era a minha programação, então eu não poderia deixa-lo a ver navios. Sei que vocês não se dão bem, mas eu juro que ele é uma pessoa legal...
  • Julia, tudo bem...
  • Não, me desculpe. Eu sei, essa era a sua reunião de despedida com a gente e eu logo trago alguém que você não gosta. Mas só que...
  • Julia, esta tudo bem, Okay? Eu estou feliz, juro. Harry será bem vindo. 
Julia suspirou e abraçou a garota. 
  • Vou sentir saudades – Julia murmurou. 
  • Não fale nisso agora – Seunome repreendeu e depois fingiu um riso – Temos que aproveitar isso aqui. 
As duas voltaram a atenção para o galão de água, quando ouviram o barulho de um motor. Um esportivo cruzou a estrada, e dentro dele estavam Liam, Niall, Philp e Harry.

  • Pensei que não viriam mais – Julia quase gritou – Vocês tem muita coisa pra fazer. 
  • Aconteceu uns impasses – Harry soltou uns risinhos. 
  • Como o seu carro dar piti do nada – Philip disse serio, saindo do carro.
Todos observaram o se dirigir a trilha emburrado.
  • Um mero problema com a aceitação de gasolina – Liam balançou a cabeça – Nada demais. 
Seunome levantou uma sobrancelha. 
  • Okay, chega de falar do meu carro – Harry bateu palmas – Não entendo a cabeça de vocês de pensar que vão conseguir se divertir no meio da mata. 
  • Isso aqui não é suas festinhas não – Seunome rebateu – Agora faça alguma coisa de útil. 
A garota deu as costas e ajudou Niall com outra caixa. Harry era um pouco insuportável. 

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  • Okay, tudo bem! – Julia gritou as gargalhadas – Como eu sou a primeira, vocês deveriam ser mais compreensivos. Não deu tempo de formular nada. 
Julia estava encima de um tronco de madeira, segurando um copo de plastico, como se fosse uma taça para um brinde importante. Os raios do sol já eram praticamente escaços, não faziam nenhuma diferença em relação ao calor e a luminosidade. 

Cada um ali faria um discurso sobre o que Seunome representava em suas vidas, ou como representou. O grupo de nove pessoas estava acomodada em uma roda e, no centro, havia uma fogueira pequena, recém acesa. Um vento agradável, as vezes, conseguia escapar de dentro da mata e invadir a clareira aonde eles estavam.

Seunome estava sentada bem no meio, com Izy e Alex de cada lado. Ela estava enrolada em uma manta  xadrez a moda da vovó. Era uma luta estar ali e não chorar. Mesmo com tudo sendo engraçado, todos os assuntos do interesse dela sendo discutidos. A verdade era que essa noite seria a ultima noite dela com eles.

Era difícil pensar em não estar com eles amanha. Saber que isso ria acabar. 
  • Bom, foi estranho quando você chegou, serio. Uma pessoa de outro continente. Ual, ela é gringa, deve ter uns costumes estranhos. Mas ai você se tornou essencial e não pensei que iria me enturmar tanto assim. Você mudou minha vida. 
Ela levantou o copo plastico e foi até a garota, sorrindo. Abraçou-a e sussurrou um ''obrigada'' em seu ouvido. 
  • Proximoooo! – Julia berrou. 
De um a um, as pessoas foram subindo no tronco, falando sobre seus melhores momentos com Seunome. Pareceu que foi contada uma vida, com todas as aventuras que passou com cada um. Todas as notas baixas e altas foram lembradas, os assuntos mais legais e chatos. Tudo pela memoria. 

Depois de Niall sair cambaleando de tando rir, ele foi até Seunome e a abraçou, como todos fizeram. A menina tinha lágrimas nos olhos, isso era emocionante demais. 
  • Muito boa suas historias, Niall – Harry se pronunciou, depois de escutar todos os discursos calado – Mas acho que agora é minha vez.
Ele levantou ficou encima do tronco. 
  • Não acho que você tenha alguma coisa boa para me falar – Seunome fungou, limpando a lágrima que caiu de seu olho. 
Ele soltou um risinho. 
  • Eu já quis ser seu amigo – ele começou, a ignorando – Serio, te achava uma pessoa legal. Mas ai... bom, você não foi com a minha cara. Só estou aqui pra te dizer que eu estive lá quando começou, quando as coisas começaram – ele deu uma pausa, olhando para o chão. Tudo ficou em silencio – Me desculpe, mas pelo menos para mim não tinha como não perceber.
Seunome o fitou, sentindo seu coração acelerar. Harry continuou:
  • Dava pra ver nele. Ele estava completamente diferente e, eu acho que você também...
  • Harry, não – Julia murmurou. 
  • Tudo bem, eu estou acabando – ele balançou a cabeça, concordando – Eu só gostaria de dizer obrigada. Muito obrigada. Ele mudou. 
Harry se calou e saiu de cima do tronco. Um vendo forte passou, enquanto Seunome ainda olhava para onde Harry estava há um momento, com as mãos abraçada ao corpo. 

Todos sabiam de quem Harry falava. Todos sabiam quem mudou. Isso aconteceu porque Harry teve a necessidade de falar isso. Nenhum outra pessoa ousaria falar isso ali a não ser ele. Pedir obrigada por mudar uma pessoas que parecia não querer mudar. Pedir obrigada por ter mudado uma mente.

A fogueira estalou, o céu parecia ter ficado negro, agora sem nenhum vestígio de luz.
  • Esta ficando tarde – Seunome se pós de pé – Eu preciso ir, mas, antes... Vocês são muito importantes – ela colocou as mãos na cintura, tentando ganhar mais forças para continuar dizendo – A melhor coisa que eu fiz na minha vida foi ter virado amiga de vocês. Obrigada pelas amizades e a lealdade. Esta ficando difícil falar – ela olhou para a rodinha da sua frente e, até mesmo para Harry que estava encolhido ao lado de Julia.

Estava sendo como uma parte dela estivesse arrancada a sangue frio. Como em tão pouco tempo o ser humano pode criar esse tipo de vinculo sentimental? Era tão fácil ser amiga deles, era tão divertido. Saber que haveria alguém ali para te apoiar e ouvir as besteiras que você tem para falar é tão confortante... mas quando se perde essa pessoa, ou essas pessoas, é algo ainda pior. 

Seunome secou as lágrias e voltou a dizer:
  • Obrigada. Eu amo vocês. 

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  • Obrigada – Seunome disse para o motorista do internato, assim que ele abriu a porta para ela sair. 
Madalena tinha exigido que ela fosse buscada por ele, para que ela chegasse na hora. A noite já havia caído a um bom tempo e como sempre, o internato estava mais vazio que o normal, afinal hoje era sábado, dia de liberdade. 

Deixar seus amigos no acampamento tinha sido outra facada, porém seria melhor assim. Esta noite era dormiria sozinha, para evitar choradeiras à noite e escândalos na hora de partir. Seria tudo mais fácil. 

Relembrando os momentos bons, ela seguiu até a ala feminina e, pela primeira vez, não pensou nele. Aquela foi a primeira vez que Zayn não tinha tomado conta completamente de seus pensamentos. Mas isso seria impossível. 

Seunome abriu a porta do quarto deixando a mochila caída no chão. Levantou o braço até o interruptor e ascendeu a luz. Por um único momento, seu coração parou. Ela quase desmaiou ali. Foi a primeira vez em dias que ela viu Zayn. E, como sempre, ele estava lindo para ela. 

Seu corpo se contorceu. Ela ainda era completamente apaixonada por cada parte perfeita dele. Ela não tinha reação, porque era ele ali, era ele. Aquela coisa que ela não conseguia arrancar da sua vida, quele sentimento que ela era incapaz de viver sem. Aquilo que a mantinha viva. Era ele. Apenas ele. 

Zayn estava sentado na cama dela, segurando um travesseiro contra a barriga. A postura curvada e os lábios entreabertos. Ele não se mexeu, continuou olhando para o chão, como se ela não estivesse ali. 
  • Não não não! – ela exclamou, talvez para si própria. Seunome desviou os olhos dele, estava entrando em um tipo de choque. – Por favor vai embora, por favor. 
Ela começou a andar pelo quarto desesperada. Isso era estranho, era como se parte dela estivesse pegando fogo apenas por sentir a presença dele. Ela levou as mãos na cabeça, ficando cada vez mais nervosa. Tinha levado um susto com ele ali. Seunome fechou os olhos e virou-se para ele novamente. 
  • Será que... – ela respirou fundo, tentando se acalmar – Inferno! – caminhou até a porta e a escancarou – Sai daqui! – esticou o braço em direção ao corredor – Saaai! 
Ele continuou fitando o chão. A garota, com muito esforço, levantou seus olhos até ele. Foi um baque, uma facada. Olhar para ele depois de todos esses dias foi horrível e adorável ao mesmo tempo. O rosto perfeito e os olhos mel não se mexiam, ele estava estático.

Era tão fácil se perder olhando para ele. Zayn era completamente fascinante e ninguém poderia negar.

A menina pôs as mãos na cintura, desviando o olhar. Era ridículo ficar tão apavorada por causa dele. Ela continuou com os braços levantados para o corredor vazio, sentindo cada vez mais seu corpo amolecer.
  • Não faz isso comigo – ela arfou e engoliu a seco, estava começando a ficar inquieta – Por favor, vai embora. 
Ele nada vez.
  • Se você não sair, eu saio – ela esperou que Zayn se manifestasse, mas ele parecia o mesmo. 
E lá estava ela, dando as costas para quem mais amava novamente, relembrando toda aquela dor insuportável que a corroía dia-a-dia. Todos os sentimentos voltaram juntos, causando-a uma ânsia de querer que todos eles fossem embora. 

Mas, um segundo depois ele já estava ao seu lado, bloqueando a porta. A boca pálida e os olhos forçados para ficarem abertos não impediam que a beleza o dominasse. Como sempre, aquele arrepio de toda vez que ela o via tomou seu corpo. Mesmo com boa parte de sua mente o odiando até a morte, ela ainda era completamente dominada por ele. E sempre seria.

  • P-por... – ele gaguejou e desistiu de terminar a frase. Jogou o corpo para trás e bateu a porta, dando um chute em seguia. Seunome pulou enquanto sentia a fúria dele. – Por que você não fica? – ele fez uma careta, fitando o rosto dela – Você torna as coisas muito difíceis – ele colocou as mãos na cintura e parecia discutir com si próprio – Qual a necessidade de ir? É-é loucura fazer isso. 
Seunome sentia cada parte de si se dissolver com as palavras. Ele estava usando aquele tom de voz quando não conseguia entender uma equação matemática e se perguntava o que aquilo iria mudar na vida dele. Como se só ele tivesse a razão. 

Era bom ouvir aquela voz de novo. Uma voz que ela era apaixonada. 
  • Vai embora! – ela o cortou, lutando contra seu corpo que a obrigava a deixar ele falar – Sai! Sai daqui! – levantou os braços em direção a porta novamente, mas ele foi muito mais rápido. 
Zayn se colocou na frente dela, segurando seus braços. Apenas o toque dele foi suficiente para que ela parasse de berrar e ficar quieta, como se fosse um anestésico. 
  • Só vou sair quando você disser que vai ficar – ele sussurrou, jogando-a para a parede – Eu sei que quer, eu sinto – Zayn foi aproximando seu rosto do dela, aproveitando o hipnotismo que tinha a deixado paralisada – Fica comigo.
Ela engoliu a seco, já sentindo o halito dele. Há um minuto, todas as coisas que passavam na cabeça dela era matar Zayn a sangue frio, o ódio e a raiva dele a dominavam e, também, a saudade. Mas agora, tudo isso tinha passado. Era muito fácil o jeito que ele a dominava, chegava ser divertido. Um simples olhar bastava. 
  • Você sabe que tudo que fizer não vai adiantar nada, né? – ela murmurou com o maxilar travado – Não vai ter mudança. 
  • Shhh – Zayn pediu, passando as mãos sobre os braços dela até chegar na altura do ombro – Você vai mudar de ideia. 
  • Não vou – ela engoliu a seco – Não tem volta, Zayn. 
Dizer o nome dele foi a coisa mais difícil. 

  • Tem sim – Zayn murmurou – Você não pode me deixar.
Aquele voz estava tão perto... Ouvir seus lábios sussurrando algo era definitivamente viciante. Seunome cativava cada coisa que ele fazia, não importava. Qualquer coisa sempre era maravilhoso. 

O que ela queria fazer agora não poderia acontecer. A menina queria se jogar nos braços dele, aproveitar cada parte do seu corpo perfeito e arruinar qualquer vestígio de saudade que ela sentia agora.

Mas porque era tão difícil? 

Ele inclinou o rosto para mais perto. Seunome fechou os olhos e ansiou por sentir os lábios dele, mas alguma coisa no seu subconsciente parecia não querer que isso acontecesse. Então, com uma enorme pena, ela levantou os braços e o empurrou para trás, como um enorme solavanco. 
  • Saaaai! – gritou, sentia seu corpo desmoronar, entrando em um tipo de crise – P-por que você fez isso? Eu te odeio! – ela gritou ainda mais alto, começando um intenso choro – Eu te amava tanto! 

Ela tampou os ouvidos e chocou-se contra a parede, sentindo os membros do corpo começarem a formigar. Deslizou até sentar no chão, enquanto se encolhia ainda mais. Era tão forte as coisas que sentia que pareciam a sufocar. Ela queria que parasse, queria se sentir viva outra vez.

Foi então que ela sentiu os braços dele em torno do seu corpo. Não olhou para ele, sabia que se olhasse, não resistiria. Era um calor instantâneo, como se parte dela ascendesse apenas com o toque de Zayn.

Seunome ainda chorava. Ela tinha raiva por ele estar ali. Se tudo estava acabado, o que raios ele estava fazendo? Torturando-a ainda mais? Ela se encolheu quando sentiu ele mais perto, arfando quando ele se aproximou.
  • Me desculpe – Zayn sussurrou – Mas eu não vou sair, eu não consigo – a menina ouviu calada, deixando os olhos longe do rosto perfeito dele.
Ela continuou em silencio, aproveitando o quão perto ele estava. 
  • Me deixe ficar aqui com você pela ultima vez então? – ele suplicou e o que fez Seunome olhar diretamente para ele foi pelo seu tom de voz. A voz de Zayn estava embargada, como de uma criança engolindo o choro – Por favor.
  • Você ficar aqui não vai mudar nada – conseguiu dizer, olhando perdidamente para os olhos dele – Eu eu não quero sofrer...
  • Shhh – ele fechou os olhos – Só me deixe ficar. 
Seunome levantou um dos braços e colocou sobre o ombro dele. Sentiu-se bem por isso e, queria muito mais. Zayn passou as mãos por baixo das pernas dela, a levantando sorrateiramente do chão, por poucos centímetros. Jogou-a com toda a sutilidade que conseguiu contra seu peito e, depois, virou-se, sentando com ela em seu colo, encostando na parede. 

Ela sentia-se quase que inteira novamente. Ele estava ali e ela estava nos braços dele. Isto acontecer agora parecia até surreal.

Seunome se aconchegou mais nos braços de Zayn, limpando as lágrimas do rosto, enquanto sentia o olhar seu pesado.
  • Me desculpe por isso – ele disse, enquanto Seunome arfou ouvindo a voz maravilhosa de Zayn – Mas eu tinha que ver você – ele sorriu amargo, ajeitando-a em seu colo – Me desculpe mesmo. 
Seunome se sentiu fraca, ouvindo a voz tremula e insegura do garoto. Como ele poderia ser assim? Zayn era completamente perfeito. 
  • Eu sei que tudo que eu fizer ou falar não vai mudar nada – ele passou a ponta do nariz pela bochecha dela, enquanto a garota engolia a seco – Mas, eu posso pelo menos aproveitar pela ultima vez.
Ele soltou um risinho abafado, apertando-a mais contra seus braços. Seunome sentia cada parte de si entrar em combustão, estar perto dele era magnifico. Zayn moveu os braços, deixando-a como uma criança em seu colo, ninando-a com movimentos lentos.

Seunome entrelaçou seus braços nele, com um braço esticado ate a nuca. Todo aquele sentimento de raiva que ela sentia tinha sumido de repente, como se nada tivesse acontecido. A única coisa que importava agora era estar com ele, mesmo que fosse pela ultima vez. 

Zayn soltou mais alguns risinhos, enquanto continua com seus movimentos de ninar.

  • Você é absolutamente adorável – a voz dele continuava embargada, mas era a mesma voz gloriosa.
A menina não conseguia falar, era muita coisa para expressar qualquer tipo de som ou gesto. Zayn curvou a cabeça até ela, beijando delicadamente sua testa e, em seguida, desceu até o queixo, indo em direção ao seu pescoço. Isso era torturante, ter ele explorando as partes mais sensíveis era algo de outro mundo.

Ela arfou. Não poderia aguentar por muito tempo tudo isso. 

Zayn voltou para sua face. Ele acariciou sua nuca e a juntou-a mais contra seu peito. Sua mão passou pelo seu rosto e ele voltou a sorrir, inclinou-se novamente o beijou a ponta do nariz, descendo até ficar na altura de seus lábios. 

Ele soltou mais um risinho, fazendo seu halito e sua respiração bater contra a pele dela. Seunome se contorceu, ela queria muito, muito sentir os lábios dele novamente. Ele inclinou-se para frente, quase tocando os lábios dele, mas Zayn não deixou. 

Ela engoliu sua vontade de beija-lo, contorcendo-se por dentro. Zayn riu adoravelmente, foi como um calmante anestesiando cada parte do corpo dela. Ele acariciou os cabelos da menina, sorrindo feito um bobo, mostrando os dentes perfeitos. 


Foi então que ele desceu o rosto, quase encostando sua boca na dela. Seunome ansiou pelos seus lábios, tremendo com ele ali tão perto. Até agora ela tinha ficado quieta, não conseguia e nem poderia falar. Zayn estava parecendo um doido, rindo e falando o quanto ela era adorável.

Era algo completamente novo e antigo ao mesmo tempo. Sentir os lábios dele, mesmo que fosse por um selinho longo, era surreal. Ele se esquivou e ficou olhando seus lábios, depois vergou-se para ele novamente, beijando-a com um pouco mais de veracidade.

Ela sentiu como se tivesse voltado a vida. Os lábios dele se movimentavam tão gloriosamente que era viciante. Seu gosto era bom, era seu sabor preferido. Ela passou as mãos em volta do pescoço dele, arranhando a pele macia que encontrou ali.

Seunome levantou seu tronco, sentando-se sobre o menino, sem tirar seus lábios do dele. Colocou uma perna de cada lado, prendendo-o. Zayn passou as mãos pelos seus braços de segurou sua cintura, puxando-a mais para si.



  • Me perdoe por ir – ela arfou depois que separou seus lábios do dele, mas Zayn voltou a beija-los.
  • Shhh – ele mordeu o lábios inferior da garota – Essa noite será como se nunca tivesse acontecido, lembra? Ainda estamos brigados. 
Seunome apertou o pescoço dele, mantendo suas testas juntas. Ela respirou fundo e voltou a beija-lo rigorosamente, sentindo cada parte de seu corpo. Foi um beijo lento e demorado para aniquilar qualquer coisa que os deixasse cabisbaixos. 

Ele desceu as mãos da cintura dela, até chegar em suas coxas, apertando-as firme, antes de a levantar do chão. Seguiu para a cama da garota, a deitando-a sobre os lenços arrumados. Ele deu um beijo em sua testa, antes de levantar. Zayn foi até o interruptor e desligou a luz. 

Tudo ficou escuro. A menina não conseguia ver nada até seus olhos se acostumarem com a visão negrume. 

Sentiu Zayn perto, deitando-se ao lado dela e imediatamente junta-la ao seu corpo. A menina passou as mãos pelo tórax dele, subindo até o peito e depois chegando no seu pescoço. Ela dedilhou o rosto dele, sorrindo como se aquilo fosse magnifico... E na verdade era. O rosto de Zayn era magnifico. 

O menino virou-se, encarando o rosto nubiloso, mas para ele, perfeito. 

Zayn era tão belo que doía.

Seunome sentiu os olhos se encherem e queimarem com o contado das lágrimas. Não era possível: ela estava chorando.

  • Me desculpe – ela agarrou os ombros dele, escondendo seu rosto na curva do pescoço cheiroso de Zayn – Eu... eu...
  • Não – ele acariciou os cabelos dela – Não se desculpe. 
Ela soluçou algumas vezes, sentindo ele a tomar em seus braços. Era muito bom estar com ele. Era seguro.

Zayn a ajeitou na cama, de modo que ela ficasse deitada sobre o peito dele, continuando a acariciar seus cabelos. 

Nenhum dos dois sabia o que iriam fazer agora. Só queriam aproveitar aquele momento, eternizar esse instante tão precioso. Ter a presença um do outro parecia essencial para a existência dos dois e, agora, isso iria acabar. Iriam ficar longe. 

  • Boa noite – Zayn disse, beijando a ponta dos lábios dela – Eu amo você.
Seunome sorriu e apertou mais seus braços em torno dele. Ela queria ficar acordada para sempre, sentindo o calor dele próximo a si, mas estava quase impossível, seus olhos fechavam sozinhos. 

E então, ela caiu no sono, sentindo o carinho dele em seus cabelos. 

Todos pensam no Amor como algo imaginário. Aprendemos na escola que não se pode ''pegar'' o Amor, porque ele não é um objeto. Aprendemos que ele é um substantivo abstrato, ou seja, não existe. 

Mas agora pense comigo e com Camões, Amor é um Fogo que arde sem se ver; ferida que dói, e não se sente... 

Nós sentimos e ao mesmo tempo não. É algo estranho e, quem sou eu para tentar explicar? Apenas Deus pode nos dizer isto. Porque somos inferiores demais para poder entender, somos feitos apenas para sentir.

E então sinta!

Por favor, sinta o Amor com quem você mais gosta, mesmo que seja pela ultima vez, como esses dois fizeram.

Finja que não haverá o amanha. Diga para si mesmo que o mundo termina hoje e, na verdade, termina mesmo.

No raiar do dia, ela não o encontrará ali. Sabe por que? Porque ele viveu e sentiu o amor – no que ele pensava – pela ultima vez. Ela era o Amor dele. Então ele pode sentir sim o amor. Pôde pega-lo e beija-lo à noite inteira.

Não acredite quando disserem para você que o Amor é um substantivo abstrato. Porque não é.

Agora as coisas voltariam ao seus lugares. As vidas seguiriam as mesmas antes de tudo isso começar. Talvez seria como se nada tivesse acontecido. Ou talvez esses momentos sempre arderiam como chamas em suas mentes, mas só o tempo poderá nos dizer.

Esses meses maravilhosos nunca iriam se repetir, mas poderiam fazer iguais.

Eu só queria que algo mudasse em seus corações. Algo melhor. Será que...

Mentes foram mudadas?

~~FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA~~

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CARALHO CARALHO CARALHO EU SOU MUITO FELIZ. TUTS TUTS! LEIAM ESTA NOTA POR FAVOR! 

Sinceramente, passei muito tempo pensando o que eu iria fazer quando terminasse essa temporada, mas agora sei lá.

Só consigo pensar no quanto eu amo essa fanfic, gente ela virou minha vida.

Esse capitulo foi planejado ha muito tempo, e confesso que não saiu como eu queria.

Queria pedir MUITO OBRIGADA a Julia que é uma amor de pessoa. A gente começou a conversar a pouquíssimo tempo e a conversa foi fluindo e a gente falou sobre vários assuntos. 

Larissa Fernandes, Isa farias, Milena, Yasmim Dias, Josiane Isabel, Mari Patriota e Bianca Silveira NÃO SEI O QUE FARIA DA MINHA VIDA SEM VOCÊS <3 

Eu sou uma louca tentando emitir o amor e a admiração que eu sinto por cada umas de vocês. Muito, muito obrigada. 

SOBRE A FIC:
A próxima temporada esta chegando e Deus! Tenho muita coisa pra escrever ainda. Mas, saibam que a segunda temporada irá ser menor, tipo, porque eu acho que a primeira temporada já teve muitos capítulos e uma fanfic grande é meia sonolenta se ler. 

SOBRE O TEMPO PARA A SEGUNDA TEMPORADA:
Não gosto de ficar sem escrever. Então não vai demorar muito. Vai ser o tempo de uma capitulo para o outro, sem muita mudança. Geralmente eu tento postar de 15 em 15 dias, mas esse demorou mais porque eu não conseguia escrever.

Sei lá o que eu tive, eu olhava pro teclado e parava. Agora já é madrugada e estão todos dormindo aqui em casa... e bom, minha hora favorita é essa. 

MEU PEDIDO:
Como sempre, eu tendo inovar e bom, fiz um trailer para a 2º temporada. O trailer da 1º ficou uma bosta, admito, mas esse eu juro que ficou melhor. Mas então, meu pedido é que esse capítulo tenha 10 comentários. E assim que tiver esses comentários, posto o trailer no YouTube e aviso a todas que eu tenho contato, e que as eu não tenho, é só visitar a parte onde fica os capitulos de CMM que eu automaticamente coloco o link lá. 

Acho que essa notinha ficou grande e gay demais :@ Porem é importante.

Me procurem para qualquer outras perguntas e sei lá, passar o tempo. Eu adoro falar com vocês.

Eu nem sei se contando o total de meninas da 10, mas se for 9 ou 8 eu vou ficar muito feliz, porque amo os comentários de vocês. <3

Estou completamente realizada.

Volto em breve com Change My Mind!
@ziampau & @ziamaricas