domingo, 2 de novembro de 2014

Change My Mind - 2º Tp - Cap 1 - Welcome Home, Son


É pessoas ela voltou pra casa, mas eu quero que vocês imaginem o lugar. Não linguem para a localização que eu coloquei no começo da fic, eu era noiada naquela época. Então, se vocês quiserem que ela esteja no Acre, ela estará no Acre. Fiquem a vontade quanto a isso. Amo muito vocês xX

Cure as cicatrizes das minhas costas
Eu não preciso mais delas
Você pode jogá-las fora ou mantê-las em seus potes de vidro
Eu vim para casa

Todos os meus pesadelos escaparam da minha cabeça
Barre a porta, por favor não os deixe entrar
Você nunca deveria ter saído
Agora minha cabeça está rachando nas emendas
E eu não sei se eu posso - Welcome Home, Son.



Bem vindo, filho.

Era estranho saber que não seria tudo igual amanha. Era tão estranho que poderíamos chamar de desconhecido. Aquele calor sufocante no peito, as mãos suando, olhos cansados e boca seca. Era a pior maneira de voltar. Pois bem. Estava voltando.

Nem sentia os pés no chão, apenas flutuava pelo saguão de desembarque. Estava nervosa, era fato.

Tantas coisas aconteceram que pareciam não ter acontecido. Foi apenas uma alusão, nada aconteceu, esqueça, por favor.

Os olhos continuam pesados, não tinha conseguido descansar o quanto queria. Estava com o sono acumulado por dois dias. Isso não ajudava em nada sua volta.

Era quase... não, era completamente desesperador.

Tudo isso era.

Seu coração bateu mais forte. Sabia que eram eles.
  • Ah meu Deus! – conhecia aquela voz. Céus! Estava escutando-a novamente. 
Lindsay começou a gritar e levantar as mãos, chamando mais que o necessário sua atenção. 
  • Seunome, aqui! Aqui! – gritou novamente, enquanto algumas pessoas passavam apreçadas em sua frente. 
Os mesmo cabelos ondulados caiam sobre os ombros e o jeito espevitado continuava. Forçou um sorriso, enquanto deixava seu rosto mais calmo, o que por dentro não seria isso.
  • Olha só para você – ouviu a voz suave e calma de Jack, que era o contrario de Lind – Eu não acredito. 
Seunome ajeitou a bolça sobre os ombros e sorriu, olhando freneticamente para os dois avulsos no meio do saguão. 
  • Eu simplesmente não acredito que você esta aqui – Lindsay deu palminhas no ar antes de envolver a garota num abraço apertado – Eu senti tando sua falta – suspirou pesadamente – Jack não entende nada sobre meninos, eu sofri. 
  • Imagino – soltou um murmuro baixo enquanto ainda sentia a garota a abraçar. 
Jack a abraçou logo em seguida, enquanto ainda ouvia os risinhos de alegria de Lindsay. 
  • É bom ver você – ele riu, enquanto ela retribuía o abraço. 
Eles eram as únicas pessoas que ela conhecia desde pequena – tirando seus pais e aqueles parentes chatos que só os reencontra quando algum outro parente morre. E eram umas as coisas mais importantes que ela deixou. Eram seus irmãos. Deus! Estava vendo-os novamente!
  • Onde... onde está minha mãe? – sua voz saiu rouca, enquanto passava os olhos pelo saguão. 
A garota ainda sentia a boca seca e o peito arder. Ela queria voltar correndo para seu magnifico quarto na George Clark, deitar em sua cama e pensar em Zayn. Mas agora tudo parecia difícil. O internato parecia aquele lugar perfeito, onde tudo se encaixa. Tinha virado seu lar e, agora, estava em um ambiente estranho. 
  • Ela foi no carro com o... bom, ela já está voltando – Lind sorriu e abraçou-a mais uma vez. 
Seunome respirou fundo e aproveitou o abraço da amiga que não parava de dar risinhos. 
  • Ela foi com quem, afinal? – perguntou, mas logo sua voz foi abaixando. 
E lá estava ela. Os cabelos lisos caindo sobre os ombros – com um corte novo e moderno. Os braços aconchegantes estavam abertos, esperando o abraço de tando tempo. 
  • Mãe... – sussurrou enquanto sentia os braços quentes e amorosos. 
Helena soltou uns risinhos enquanto abraçava sua cria. Quanto tempo tinha se passado? Será que em todo esse tempo nunca paramos para pensar em o quanto ela também tinha sofrido? Ela não era só a mãe mala que mandou a filha para os cafundós para ter um pouco de espaço na vida. Tudo isso foi preciso. Se ela não tivesse tido essa decisão, muitas coisas não teriam acontecido. Isso tudo nem existiria. 
  • Olha para minha menininha – ela segurou seus ombros, apertando-os – Você está... está diferente. 
Helena encarou Seunome por vários minutos. Os os vidrados na sua criatura. Todos ali mudaram, e muito.


  • Você que... – engoliu a seco – esta diferente. O que fez no cabelo? 
  • Ah, todos precisamos de coisas novas. E nada melhor para começar pelo cabelo – Helena tagarelou, enquanto ainda a apertava – Meu Deus, nem acredito que essa dia finalmente chegou. Nossa, tenho tantas coisas pra te perguntar, acho que vou encher seu saco. 
Seunome sorriu pela segunda vez naquele dia. Era sua mãe tagarela e moderna que estava ali. Mesmo com todas as coisas que as impediam de terem um relacionamento cem por cento mãe e filha, uma filha sempre vai amar a mãe. Porque não existe ex-mãe e ex-filha. 

Olhou confiante para a mãe. Não queria se lembrar da ultima vez que brigaram, não queria nem lembrar que brigavam frequentemente. Seria um novo recomeço, afinal, não era por isso que ela tinha sido mandada para aquele lugar? 

Em sua cabeça esqueceria tudo. Aquilo não aconteceu. 

O saguão continuava movimentado. Parecia que teria um infarto ali mesmo. Olhou de novo para seus amigos, que estavam com as melhores caras que ela já tinha visto. Será que ninguém pensou o quanto essa gente sofreu também? 

Seus olhos correram para cima dos ombros de sua mãe. Um homem alto, loiro e sorridente assistia tudo com as mãos presas no bolço. Seunome olhou para a mãe que quando percebeu o que a garota queria, engoliu a seco.
  • Quem é? – ela perguntou para a mãe e depois alternou para Jack e Lind, que forçaram um sorriso.
  • Ah querida, esse é o Caleb – Helena sorriu, levando Seunome para perto – Ele trabalha comigo no hospital.
Caleb deveria estar no auge de seus quarenta e cinco anos. Os cabelos loiros caiam sobre a testa, tinha a pele quase russa e as mangas da camisa social dobradas até os cotovelos, deixando-o com um ar juvenil.


  • Oi – ele sorriu estendendo uma das mãos – Ouvi muito sobre você, sabia? 
Seunome apertou a mão de Caleb, sorrindo o máximo que conseguia. Não era farsa, estava tentando recomeçar. 
  • Oi – ela respirou fundo e depois olhou para Helena – Vocês tralham juntos? 
  • Sim. Sua mãe e eu somos da mesma ala do hospital – Caleb sorriu ao se referir a Helena.
Pediatra, ela concluiu. Sua mãe também era. 
  • Hmm, legal – Seunome respirou e arregalou os olhos – Vocês são apenas amigos ou estão de rolo? 
  • Filha! – Helena apertou o braço da garota, enquanto seu rosto ruborizava.
  • Ah, não posso perguntar? – Seunome disse e ouviu risinhos de Lindsay atras. 
  • Tudo bem – Caleb sorriu e diminuiu o tom de voz – Sua mãe ainda está empacada, mas eu sei o que eu quero. 
Seunome riu e olhou para a mãe. Helena estava com o rosto vermelho, olhando para todos os cantos do saguão. Tinha tando tempo que ela não via a mãe desse jeito que pareceu uma coisa inédita.

  • Muito bem – Helena soltou o ar dos pulmões – Vamos, temos muitas coisas para fazer hoje. Esperei isso por tanto tempo. 
E então eles seguiram para fora.
£££



Ela não achava que sentiria tanta diferença assim. 

O vento quente e úmido fez com que seu cabelo voasse. O sol estava ao pino, deixando tudo iluminado demais. Há quanto tempo não via o sol assim? Tirou o casaco pesado enquanto sentia mais calor. 
  • Não me lembrava de ser tão quente aqui – Seunome puxou mais uma mala do carro, enquanto todos faziam o mesmo.
  •  Logo logo você acostuma – Helena começava a puxar a mala pela calçada, – Você gostava tanto do tempo assim. Vem, quero te mostrar algumas coisas. 
  • Acho que não mais – sussurrou para si e sentiu o braço ser tomado pela mãe. 
Caleb, Jack e Lindasay tiravam as malas e caixas do carro. Helena tinha um espaçoso Spin, que deu para transportar todas as tralhas que a filha trouxe. 

Enquanto Seunome andava de braços dados com sua mãe, sentiu um arrepio. Ela estava de volta aquela casa, a casa que viveu com o pai. O imóvel estava pintado de branco, as janelas e portas de verniz, a varanda no hall de entrava continuava do mesmo jeito, com os acabamentos verde musgo. O jardim lateral ainda era o mesmo, embora outras plantas foram plantadas. 
  • Com toda essa reviravolta que nós tivemos, achei melhor fazer umas reformas na casa, mas se você não gostar podemos trocar, tudo bem? 
  • Tudo – ela respondeu, sentindo os lábios secos. 
Devagar, entrou na casa. 

Toda a mobília tinha sido trocada. Algumas paredes tinham a cor creme e outras, coloridas. Ela se lembrava de como era, do que tinha em cada lugar, mas agora parecia diferente. Sabia onde estava, apenas não conseguia entender.
  • Você decorou sozinha? – a menina entrou na sala de jantar, olhando a enorme mesa de tampa de vidro.
  • Hum, podemos dizer que sim – Helena concordou com uma careta e soltando uns risinhos – Mas e você? Me aprova como decoradora?
Seunome concordou. 
  • E o meu quarto? – ela ouviu Caleb chegar no hall de entrada – Você também trocou? 
  • Decorei a casa inteira – Helena disse e por um segundo pensou que o teto iria desabar sobre sua cabeça.
Antigamente as coisas aconteciam assim. Estava tudo muito bem, todos contentes e de repente, algo que poderia ser ruim para alguma delas acabava com tudo – ou apenas com alguns enfeites da sala. Helena tinha mexido no quarto da filha, isso poderia ser ruim. Ela não sabia se a garota gostaria de ter um novo quarto, de ter suas coisas trocadas de lugar.

A pediatra tinha feito todo esse esforço de redecorar a casa para dar um novo lar a filha. Trocar de casa iria ser muito desgastante e, financeiramente falando, não tinha chances. Então seria como se elas vivessem em um lar em que aquilo não aconteceu. Esquecer todas as brigas que tiveram e viver algo novo. 

Porém, nada aconteceu.

  • Onde eu ponho as malas? – Celeb gritou de lá, fazendo Seunome rir.
  • No meu quarto – ela gritou de volta – Estou louca para ver como ficou. 
E então subiu em disparada pelos degraus que tando conhecia. Se ela fechasse o olho ainda seria a mesma casa que cresceu. 

A primeira e única porta a esquerda. 

Diferente. A cama não estava mais embaixo da janela, as paredes eram pintadas de perola, com uma pintada de azul bebê. A mobília branca e com ar de antigo, um abaju branco na mesinha ao lado da cama e um espelho de corpo ao lado do guarda-roupa. Apenas. 

  • Pensei que você tinha decorado – Seunome torceu o nariz, mas depois sorriu.
  • Achei que ficaria melhor você decorar, afinal ele é seu. – Helena encostou na porta – Não fiz muita coisa.
Caleb apareceu com Jack e Lind, todos carregando malas.
  • Tudo ok? – Seunome ouviu Lindsay murmurar para Helena, que apenas acenou com a cabeça.
Talvez elas estivessem preparadas para um suposto chilique. Mas nada tinha acontecido.

£££


  • Eu estou falando serio – Lindsay abriu mais um pacote de chocolate, enquanto tagarelava para Seunome, que estava jogada na cama – Sofri sem você aqui, ou você acha que dá pra fazer festa do pijama com o Jack? Isso é ridículo. 
Lindsay jogou a barra de chocolate na cama, pegando a ultima mala e indo em direção à garota. 
  • Essa é a ultima – olhou desanimada para a enorme mala.
  • Essa é toda sua – Seunome murmurou, afundando a cabeça no travesseiro. Não sentiu o cheio de casa, era apernas o cheiro da fronha recém comprada. 
Ouviu o som do ziper da mala, enquanto procurava a embalagem do chocolate. As duas estavam no quarto a horas, abrindo todas as malas e tentando colocar as coisas em ordem, porém a maioria as roupas estavam jogadas pelo chão.

Seunome sentia o corpo pesado, precisava de uma boa noite de sono. À tarde já havia caído. Jack foi para casa, tinha algumas coisas para estudar porque amanha teria prova de recuperação – e boa parte da razão dele ter ido foi Lindsay, que queria colocar os papos femininos em dia.

A garota rolou na cama, desenrolando a embalagem distraidamente. Apenas via o cantarolar de Lind, que dobrava as peças de roupas.

De repente, ouviu um grito da menina.

  • Aimeudeus! – Lind serrou os punhos, olhando com os olhos arregalados para a mala escancarada.
  • O que foi? – Seunome quase gritou, suspendendo o tronco, apoiada sobre os cotovelos.
  • Onde você conseguiu isso? – Lind disse pausadamente, fitando alguma coisa na mala.
  • Isso o quê?

Lindsay levantou à caixinha preta aveludada que estava aberta no ar. Seunome engoliu a seco e encolheu os ombros.

Mas que merda.

A linda e perfeita pedra do colar era realmente encantadora. Seu coração pareceu desmanchar só de olha-la. Quantas lembranças vieram em sua mente depois disso? Era ridículo pensar que ficaria bem.

Ela pigarrou e desvirou o olhar.

  • Foi um presenta das minhas amigas – levantou da cama, tropeçando nos próprios pés – Um presente de despedida.
Não tinha sido suas amigas que tinham lhe dado.
  • Serio mesmo que elas te deram isso como um presente de despedida? – Lindsay olhou para o colar novamente, deixando a caixinha na altura de seus olhos.
  • Elas são... muito bondosas – Seunome passou a mão no cabelo – Chocolate não esta mandando a minha fome, vamos lá embaixo comer alguma coisa? – disse nervosa, estalando os dedos.
  • Tá – Lind levantou e colocou à caixinha encima da comoda de mármore. 

Desceram a escada e foram para à cozinha.

Seunome notou mais mudanças. Essa era sua casa, mas tinha passado por mudanças. Ela gostava e ao mesmo tempo não. Era bom, porque todas vez que lembrava das discussões, elas pareciam que não tinha acontecido ali. E era ruim, porque os momentos bons que viveu pareciam ter sido vividos em outro lugar.

Ela respirou fundo quando sentiu o cheiro do frango refogado. Era exatamente isso que ela precisava.

  • O cheiro está realmente muuuutio bom – Lindsay se jogou na bancada, apoiando o queixo nos punhos – Minha mãe não cozinha assim, sobrevivo a fast food. 

Helena riu e se virou.

  • Não é nada tão elaborado assim – riu mais uma vez e secou as mãos no pano de prato – Seunome, você esta bem? 
  • Hm, sim – ela fingiu sorrir alegremente – Eu apenas estou cansada e tudo mais.

Helena balançou à cabeça concordando.

  • Você sabia que as amigas dela deram um colar magnifico de presente de despedida? – Lind passou a tagarelar para Helena.
  • Serio isso? – a mãe perguntou e Seunome assentiu – Bem generosas.

Lindsay trocou o rumo da conversa na cozinha para pimentões e frago. Seunome sentiu seu rosto esquentar e as mãos suarem. Um calafrio atingiu seu corpo, como se estivesse passando mal e, na verdade, estava.

Saiu discretamente da cozinha e indo para à sala. Sentou-se no sofá, observando a bela decoração. Sua mãe tinha feito um bom trabalho.

Relaxou no sofá, respirando fundo. Encostou a cabeça no estofado, afundando seu corpo. Se fechasse os olhos e esquecesse do que aconteceu há umas 10hs, estaria em algum lugar com seus amigos, aproveitando o domingo antes de voltar para o internato.

Ela sorriu.

Ela queria muito, muito voltar para George Clark. Sua mente parecia desesperada, imundando-a de lembranças. Seu coração estava  acelerado, causando um incomodo. Por todas as coisas que ela já pensou em fazer, voltar para casa, talvez, não tenha sido tão bom quanto pensou.

Na realidade, antes de voltar ela estava confusa. Zayn era o causador disso. Ele tinha feito aquilo naquela noite, naquela festa maldita. Seunome não o perdoara, mas tinha certeza que em algum momento, iria se jogar nos braços dele novamente. Porém, no dia seguinte recebeu à noticia que voltaria. Então pensou que seria o melhor, mas não foi.

Fugir da situação e voltar foi a pior coisa que fez.

Uma lágrima escapou de seu olho, queimando-lhe a pele. Um aperto começava à afagar seu peito, deixando-a sem ar. Olhou para mobília revestida de de portas retratos. Todos em diferentes datas, com diferentes situações. Todos felizes.

Ela gostou de ver aquilo. Gostou de relembrar o tempo que morava aqui, sentia-se bem relembrando, mas só relembrando. Lembrar de seu pai, da sua vida antes de toda essa reviravolta acontecer era bom. Também era bom estar com sua mãe. seus amigos que mais pareciam irmãos de sangue e o lugar onde viveu.

Ela tinha certeza que amava todos, de uma formar que não conseguia explicar. Amava muito.

Mas então, por que não conseguia se sentir bem? Por que aquele lugar não a trazia segurança como seu quarto na George Clark? Por que preferia ficar num internato do que jogada no sofá da sua própria casa?

Afundou o rosto novamente no estofado aveludado, sentindo o corpo pesado. Queria conseguir responder às perguntas que atormentavam sua mente agora, mas parecia difícil demais.

£££

As mãos dele eram quentes e macias em volta do seu corpo. Parecia aquece-la naquele amanhecer ensolarado e frio. Ela não queria abrir os olhos, mesmo sabendo que se abrisse iria ver o resplendoroso e perfeito rosto dele, a centímetros do seu. Conseguia sentir a respiração dele calma e generosa batendo contra seu rosto. Isso era a melhor coisa que já sentiu.

Puxou o tecido de sua blusa, respirando tão suavemente que parecia ronronar. Afundou a cabeça no seu pescoço, sentindo aquele aroma gostoso, que deixava-a tão grogue que poderia faze-la dormir de novo.

A menina conseguia saber onde estava, só não conseguia entender como. Estava em Paris, na alvorada do dia do seu aniversario de 17 anos, e estava nos braços de quem mais amava naquele momento, na pessoa que lhe proporcionara sensações que nunca havia sentido antes.

Ele era tão perfeito, tão magnifico que parecia não existir. Era, de longe, a pessoa mais linda que já vira na vida, não que tenha vivido o suficiente para ter essa conclusão, mas sabia que nunca existiria alguém igual a ele.

Queria vê-lo, queria sentir seus lábios macios e carnudos. Precisa dos toques dele. Aquilo tudo seria seu anestésico, fosse lá para que tipo de dor.

E então, como se fosse a coisa mais importante a fazer, abriu os olhos.

Um grito escapou da sua boca e logo depois o de outra pessoa.

Lindsay estava curvada sobre ela, gritando de forma estérica. Só depois de alguns segundos percebeu que também gritava.

  • Lindsay! – gritou depois que a garota parou de gritar – O que foi? Por que tá gritando? 
  • Você que começou! – ela se pôs de pé, cruzando os braços – E eu me assustei, tá legal? – fez uma pausa enquanto Seunome sentava no sofá – Isso foi totalmente sem noção!
  • O que você estava fazendo? – Seunome passou a mão no cabelo e se acomodou com uma almofada no colo. 
Lindsay descruzou os braços e fez aquela cara risonha.
  • Eu vim aqui te acordar pro jantar, mas ai quando você viu minha cara deu um grito – ela revirou os olhos e depois soltou um risinho divertido – Pensou que era o príncipe encantado te acordando? 
  • Rá rá – Seunome fez uma careta, colocando a almofada de lado e levantando – Dormi por quanto tempo?
Lindsay fingiu fazer uma conta rápida.
  • Tempo suficiente para assar o frango e as batatas – praticamente cantarolou sorrindo – Fique tranquila, sua mãe tem um forno potente, nem deu tempo de amassar o rosto com os desenhos do estofado. E muito menos baba-lo, o que neste caso seria uma coisa...
  • Lind – Seunome a interrompeu, porque sabia que ela não iria parar de falar – Alguém mais chegou?
  • Hmm, sim. Caleb e Jack. – ela sorriu – Sua mãe achou legal seu primeiro jantar em casa ter mais algumas pessoas. 
As duas estavam em pé na sala, entre o sofá e à mesinha de centro. Seunome não achou ruim a mãe ter chamado Jack e Caleb, seria bom ter mais pessoas para conversar, distraindo sua mente que estava dando-a um calote feito e desgracento. 

Lindsay puxou seu punho e a guiou até à cozinha. 

À mesa estava montada em um jogo americano colorido, combinando com os enfeites do prato. Helena ajeitava os copos enquanto prestava atenção na conversa de Caleb e Jack, que deveria ser sobre a nova escalação dos times para o novo campeonato. 
  • Ouvi gritos – Helena disse sem se virar para as meninas – Deveria me preocupar?
  • Náh, era só um jeito novo de se acordar – Lindsay riu e empurrou Seunome para se sentar na cadeira, ficando sentada bem no meio da mesa. 
  • Eu não acho que esse lugar seja... – a menina começou a questionar mais foi cortada.
  • Hoje vamos comemorar sua volta – Lindsay murmurou – Então fique em um lugar privilegiado. 
Seunome olhou para a mesa a sua frente. Não conseguia ver o tampão de vidro da mesa, porque estava abarrotado de comida. Viu o frango assado sobre à mesa, o arroz gratinado – que era a coisa mais deliciosa que se lembrava daqui – a salada de frios, tortas de vários sabores e o sufle de abobora que sua mãe invetara em um verão, tudo estava em enormes travessas. 
  • Primeiramente, gostaria de dizer que coloquei todos os meus dotes culinários em ação – Helena se pronunciou, assim que todos sentaram à mesa, ficando apenas ela em pé – Tudo que está aqui é o que eu sei fazer, me desculpem não ter feito uma carne assada ou lagostas, até mesmo camarões, mas isso não esta no meu alcance.
Ela soltou risinhos. Seunome também riu porque tudo que sua mãe disse era verdade. Helena nunca fora uma chefe de cozinha, ela sabia fazer o básico de tudo e tudo que ela sabia fazer estava ali – para a sorte da garota, não precisava viver de fast food como Lindsay. 

Helena continuou:
  • Mas eu espero que gostem, porque precisamos comemorar a volta da minha filha. 
Seunome sorriu e apertou os dedos uns contra os outros, tentando se segurar para não gritar. Ela não sabia o que estava acontecendo com si, parecia perder o juízo, e estava ali apenas algumas horas. Isso não era possível.

Ela olhou para a mesa e tudo que conseguia pensar para parar de agir assim era atacar à comida 

£££

Lindsay deu outra cambalhota na cama, afundando à cabeça nos cinco travesseiros que tirara da parte de cima do armário. Helena achou melhor Lindsay fazer companhia na primeira vez que a filha dormiria em casa novamente. Ela não parou de falar nem um segundo, nem mesmo enquanto escovava os dentes. Estava completamente fora de controle e Seunome entendia o porque.

Seunome estava de pé no quarto, analisando a parede creme e pensando de que cor poderia pintar, ouvindo tudo que Lind tinha a dizer de ruim sobre o novo penteado da garota que fazia natação com ela e de como ficava horrível depois que saia da água.

Lindsay tinha problemas com ansiedade e atenção. Pelo o que Seunome se lembrava, a amiga tinha algum defice de atenção leve, o que a levava a ser compulsiva com às palavras, mas nada que seja tão ruim assim. 

Elas tinha se conhecido há muito tempo, e nem se lembravam como. Desde sempre, eram as únicas amigas uma da outra. Ambas tinham problemas em construir amizades – problemas que Seunome conseguiu resolver depois da George Clark, porque nunca, nunca tinha feito tantas amizades em tão pouco tempo – e isso afetou Lindsay muito mais depois que Seunome viajou. 

Ela ficou sozinha e, pelo o que já disse milhões de vezes, Jack não era uma garota para entender seus problemas. 

Jack Fields tinha se mudado para o bairro um seculo depois delas erem se conhecido. Foi na sexta serie, quando às garotas começaram a perceber que os meninos eram bonitos e começarem a encher a cara de pó de base. Jack era novato e bonito, o que despertou a atenção de todos. Mas ele era caladão, então depois de um tempo foi esquecido. Desde então, tinha feito dois amigos no time de futebol e duas amigas, Lindsay e Seunome. 

Para quem via os três de fora, Jack era o mais sensato, Seunome era a reabilitada e Lindsay a com transtornos estranhos – o que não deixava de ser verdade, mas também não. 

Depois do jantar, que tinha se estendido para um jogo de adivinhas sobre gostos de sobremesa, Jack teve que ir embora, para seu exame de recuperação e Caleb tinha ficado com Helena lá embaixo. 
  • Hum, bom, vamos lá – Lindsay sentou na cama, cruzando as pernas abraçando um travesseiro – Pode começar a desembuchar. 
  • Desembuchar o quê? – Seunome se virou, levantando sua sobrancelha.
Lind revirou os olhos e ajeitou-se mais uma vez.
  • Como era lá sua moradia? Me fala! Estava com a boca coçando pra perguntar e o melhor momento é agora – Seunome consegui ver os olhos da garota brilharem – Eu te disse exatamente como foi todos os meus dias sem você, agora fala.
E tinha contado mesmo. Lindsay não resumiu seus dias. Baseava-se em ir para a escola com Jack, almoçar com Jack, ir para o club com Jack – club onde ela fazia natação e ele futebol – e finalmente ir para a casa e devorar um fast food chines, às vezes com Jack. 

Assim ela passou os meses e, com Jack foi a mesmo coisa. Eles já poderiam ser considerados irmãos. Aqueles gêmeos que se vestem iguais. 
  • Eu não tenho muita coisa pra contar – ela deu de ombros, ficando de costas para Lindsay. Passou a mão pelo mármore branco da comoda, imaginando o que colocaria ali – Era grande, arquitetura velha, professores chatos e meu dormitório com mais três meninas. .
  • Você dividia um quarto? Tipo aqueles da faculdade? – ela quase deu um salto na cama.
  • É... eu acho. 
  • Quem eram as garotas? Não me diga que eram aquelas patricinhas loiras que te deixavam de lado? – ela parecia mais empolgada à cada palavra.
  • Não... isso não. Elas... elas eram incríveis. Eu... acho que serão minhas amigas pro resto da vida – Seunome abaixou a cabeça, sentindo o peito arder. Não tinha dado sinal de vida à elas desde que chegou – Bem, vou te contar como era o campus.
Seunome pulou na cama e começou a falar antes que chorasse desesperadamente ali mesmo. Falou de como era tudo, até da comida maravilhosa que serviam. Deixou de lados suas desavenças e garotas insuportáveis que teve de conviver. 

Mas, também deixou de lado quem nunca poderia deixar. Deixou de lado a pessoa que era mais importante de todo o internato. Ela fez isso para não ter que falar nele, não ter que lembrar de seu rosto magnifico, não ter que lembrar de todas coisas que sentiu quando estivera com ele. 

Enquanto as palavras saiam falsamente alegres de sua boca, lembrava do quanto amava ele. Lembrou do colar que Lindsay fizera escândalo por ser tão perfeito. Ele lhe dera em Paris, no lugar onde realmente tinha se esquecido de tudo e apenas viva por ele. Amando-o cada vez mais. 

Em meio às palavras que dizia a Lind sobre seus professores, ela se deu conta que não seria possível esquece-lo. Jamais seria possível tirar Zayn Malik de seus pensamentos. 

Seu coração sempre seria dele, assim como o dele era dela. 

CONTINUA...

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MELYSSA IS BACK!

EU VOLTEI, AGORA É PRA FICAR! 
PORQUE EU SEI, AQUI É O MEU LUGAR! 

AI MEU PAI ETERNO EU ESTOU EM PRANTOS!
Tô dramática? Sim. 

Não revisei o caps, tem palavras super erradas mas okay, Desculpa mesmo mesmo. 

Sabe aquele papo de que eu não ia demorar, então, tudo mentira.

Eu demorei demais gente, eu fiquei tipo :o

Então, sabe minhas provas pra escolas tecnicas? Pois é, elas começaram. Até fiz uma, mas acho que não vai rolar uma vaga pra mim :/

Eu vou ter que aumentar meus estudos, porque puta que pariu a coisa tá seria.

Mas, porém, contudo e todavia, nunca deixarei vocês. Posso demorar e tals, mas eu volto sim. Porque parece que tem alguma coisa dentro de mim que não me deixa largar a bosta deste computador e parar de escrever. Escrever é tão bom gente, aconselho todas a fazerem isso. 

Sobre a fic é isso ai mesmo. Caps pra mim tá pequeno mas foi o que deu. 

E estou sem internet. MISERICÓRDIA NÃO AGUENTO. 

Para postar estou roubando o wifi do vizinho, sem brincadeira. 

AGORA VOU FALAR DE UMA COISA MUITO IMPORTANTE:

PUTA QUE PARIU, EU ACHO QUE FIQUEI SEGA.

Aqueles números de comentários no prólogo são verdade mesmo? EU TIVE 16 COMENTÁRIOS? TO PARINDO UM FILHO AQUI NA MORAL. 

GENTE VOCÊS SÃO FODA DEMAIS DEMAIS EU NÃO SEI NEM O QUE FALAR, ME SURPREENDERAM MUITO. 
AAH, CARA ISSO É MUUUITO BOM :D

Essa notinha ficou grande demais, acho que me expresso muito '-'

AMO VOCÊS E COMENTEM! pqp 16 comentários eu nem esperava isso pqp²

@ziampau & @ziamaricas